Hugo Navarro Silva |
Colhido na armadilha das eleições de dois em dois anos, acossado
de graves problemas como o da inflação e o do
encolhimento da economia, tudo agravado pelo intenso crescimento da
criminalidade, o país não consegue sair da beira do abismo, apesar de todas as
conquistas sociais dos últimos tempos.
A política, em muitos aspectos transformada em negócio, mal
tomaram posse os novos prefeitos, já se movimenta para novo e importante pleito
com sedutores apelos aos anseios à ambição e à cupidez de poucos que se
dedicam, seriamente, ao trabalho em benefício da comunidade e à grande maioria
daqueles para quem política não passa de caminho curto para ganhos fáceis.
Problemas gigantescos ameaçam o povo brasileiro, mas boa
parte dos prefeitos, que em geral recebeu prefeituras depredadas, cheias de
dívidas e de irregularidades, mal tem tempo de arrumar a casa, porque convocada
a nova batalha eleitoral para a escolha
de presidente, governador e dos legisladores estaduais e federais, muitas vezes
com envolvimento que lhe pode tolher as
atividades e comprometer o trabalho quando não a afasta dos cargos a que a
conduziu a confiança e a esperança do eleitorado.
Prefeitos, muitos deles têm deixado a curul municipal
picados pela mosca azul. Já tivemos um que se deu mal. Normalmente não seria
mais nem fiscal de brega. Voltou, é certo, mas tangido pelo tsunami de Lula,
que revolveu muita terra morta, produziu enxurradas, onde as porcarias boiam, e
fez partos antes julgados impossíveis. Aventura semelhante agora seria tão
perigosa quanto a anterior, pela impossibilidade de retorno à ativa em breve
tempo.
O país se salva pela incrível capacidade de seu povo de
lutar pela sobrevivência e pelo progresso, com governo marcado por tendência
ideológica que o tem levado a enganos e duvidosos caminhos nas suas relações do
comércio internacional e à tendência de crescimento do Estado, cuja despesa,
crescente, mantém carga tributária altíssima, com setoriais e passageiras
desonerações que somente conduzem as classes produtoras a mais incertezas
diante da instabilidade jurídica que promovem.
A suposta luta contra a inflação, apregoada pelo governo,
não apresenta resultados satisfatórios e os meios oficiais valem-se do discurso
para tentar incutir na mente do povo que estamos no melhor dos mundos, ilusão
que se vai desvanecendo pelas dificuldades impostas à população no seu
cotidiano.
A situação do nordeste é exemplo. Os efeitos da seca são
devastadores e vão nos atingir, por muito tempo, deixando sequelas, vítimas e
danos irreversíveis.
Surge, agora, outro problema de difícil solução, a envolver
o povo brasileiro, o da maioridade penal. Foi necessário que bandidos
adolescentes queimassem, viva, uma dentista em São Paulo para que o país
acordasse para o fato de que a delinquência dos chamados menores está se
espalhando com enorme intensidade, mas ficando longe do Código Penal. São
bandidos que podem votar para escolher o presidente da República mas não podem
ser responsabilizados, criminalmente, pela prática de delitos que se tornam
cada vez mais hediondos e cruéis, a abalar a opinião pública, havidos, na
legislação vigente, como simples atos infracionais sujeitos apenas a medidas
socioeducativas que na maior parte do território nacional não existem.
O resultado de todo
esse panamá que é o Brasil de hoje, em que o país se debate entre o chavismo de
inspiração cubana, com a marca da corrupção, e a diminuição do Estado visando
ao bem estar do povo, culpa do eleitorado brasileiro, está se tornando insuportável.
Hugo Navarro da
Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis.
Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte".
Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida
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