Símbolos do Santanópolis

FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

quarta-feira, 31 de março de 2021

O HOMEM MAIS RICO DE FEIRA DE SANTANA I I

Evandro J.S. Oliveira
 Ver: O HOMEM MAIS RICO DE FEIRA DE SANTANA I      ...comendador Bandeira - menos da metade, portanto, do funeral do coronel - foi, segundo João Reis, o equivalente à metade do que foi gasto em 32 funerais por ele pesquisados em Salvador (REIS, p. 240). Uma verdadeira fortuna na época.

Em se tratando de valor, a maior parte dos investimentos do coronel Joaquim Pedreira, 41,7%, concentrou-se nos ativos. Desses, 17:119$060 réis correspondiam a empréstimos e, a maior parte, eram aplicações em instituições financeiras como ações nos bancos do Brasil e da Bahia (73:000$000 réis), ações de companhias comerciais (12:205$780 réis), apólices da dívida pública (337:400$000 réis) e títulos do governo central (105:000$000 réis).

Dom Pedro registrou em seu diário as impressões que tivera acerca do coronel e, lhe perguntando “qual era seu gênero de negócios”, ele respondeu “que era agiota, porque negociava em juros”, registrando ainda que “parecendo-me pela cara, sê-lo também na significação ordinária da palavra.” (PEDRO II, 1959, p. 185). A julgar por essa afirmação, a impressão que ele tivera do coronel Joaquim Pedreira, não foi das melhores. Entretanto, mesmo com essa possível má-impressão, ao deixar Feira de Santana, o Imperador concedeu-lhe, no grau de Oficial, a medalha e o título da Imperial Ordem de São Bento de Avis (FIGUEIREDO Filho, 2004, p. 22).

O dinheiro líquido e o investimento em ativos, somados juntos, foram responsáveis por 76,9% da fortuna do coronel Pedreira. Em dinheiro líquido havia 451:276$055 réis - 35,2% do monte-mor -, onde uma parte desse estava depositado nos bancos Mercantil e da Bahia (196:771 $422 réis), outra parte era dinheiro recebido por pagamento de dívidas (112:754$333 réis), por arrematação de dívidas de terceiros (50:000$000 réis), pela venda do açúcar do engenho (15:000$000 réis), dos juros resultantes das aplicações em títulos, ações e apólices (34:750$300 réis) e em dinheiro vivo guardado no cofre da casa (42:000$000 réis).

Entre os bens de raiz que compunham a fortuna do coronel, estavam as terras de massapé do engenho Cazumbá, avaliadas em 72:995$ 150 réis, e as fazendas Bonita, Todos os Santos, Mocambo e Ponta do Poço, em Camisão.

A casa do referido engenho estava edificada sobre pilares e esteios, com três tesouras, varandas e “sobre varandas”, e os equipamentos que faziam parte do engenho constando de uma máquina de força de 08 HPs, com suas bombas, assentamentos, depósito de água e demais acessórios, além de dois clarificadores de ferro, casa de caixaria com oito balcões de trilhos de ferro, a casa de purgar açúcar, com seus acessórios, e mais 350 formas de ferro e 248 de madeira. Todo esse equipamento, declarado em mau estado de uso e precisando de conserto, foi avaliado em 24:747$000 réis.

Afirmou-se anteriormente que a maior relação escravo/inventariado ocorreu entre as fortunas grandes baixas, com 46,4. No caso das muito grandes, a única onde se inclui a do coronel Joaquim Pedreira, o número de escravos foi de 127 e, por este ser um caso isolado, fora do padrão, não se tem outro parâmetro a comparar. A seu serviço, na residência, havia 17 escravos, mais dois na fazenda Bonita, cinco na Mocambo, dois na Ponta do Poço, e os 101 restantes, no engenho Cazumbá. Esses escravos trabalhavam nas mais diversas ocupações, que iam da lavoura aos serviços mais especializados, como os de carreiro, vaqueiro, carpina, sapateiro e oleiro. Durante o processo de inventário 11 desses foram libertados, sendo que dois pagaram por suas liberdades.

Como o coronel além de ser senhor de engenho era fazendeiro de gado, em conversa informal com o Imperador, este afirmou ter ouvido que as suas fazendas produziam mais de duas mil crias por ano (PEDRO II, 1959, p. 185). Havia fundamento nessa afirmativa, pois em seu inventário foram avaliadas 2.285 cabeças de gado bovino, 181 bois de brocha e 31 burros para o serviço do engenho, 39 cavalos, 280 ovelhas e 310 cabras. O Blog discorda da fundamentação quanto a produção: Para produzir 2.OOO crias, precisaria ter 4.000 vacas - 50% índice de parição da época, atualmente a média nacional é 70%, e o rebanho calculadamente, mesmo que vendesse bezerros de 2 anos, descartasse novilhas 70%... para não alongar precisaria de uma quantidade de cerca de 6.000 (seis) mil bovinos, ou seja o triplo do inventariado.

 

Foi a residência do cel. Joaquim Pedreira
de Cerqueira. Foi herdada Pela poetisa,
santanopolitana, Georgina Erisman. Depois
como na foto Pensão Universal e finalmente
Hoje o prédio do Mandacarú na R. Direita
Hoje Conselheiro Franco.

A opulência do coronel refletia-se em sua residência, (foto ao lado) que, sem dúvida, deveria ser a melhor e mais luxuosa da Vila de Feira de Santana. Dessa forma, não foi à toa que fora a escolhida para hospedar Suas Majestades Imperiais. Localizada na Rua Direita, o sobrado era composto de quatro salas, seis quartos, cozinha e mais cômodos no pavimento térreo, três salas e seis quartos no pavimento superior, tendo sido avaliada em 8:000$000 réis.

Os vários cômodos do interior da casa estavam ocupados por um grande mobiliário. Entre os móveis de sala foram listados três sofás e 12 cadeiras de jacarandá entalhadas, 13 cadeiras de recosto e mais 12 lisas da mesma madeira, um relógio de parede, uma mesa redonda e dois consolos com lastro de pedra, um lustre com 12 mangas, uma serpentina com quatro e mais quatro serpentinas com duas mangas, tudo de vidro e, como havia dois cofres, estes deveriam ficar em um gabinete, onde provavelmente o coronel resolvia os seus negócios com mais reserva. Mobiliava a sala de jantar uma mesa e duas bancas de jacarandá, um guarda-louça, uma quartinheira e outro relógio de parede. Os quartos estavam ocupados com duas cômodas de jacarandá com gavetões, um guarda-roupa, dois espelhos com bancos de madeira, dois lavatórios pequenos e um nicho com quatro imagens. Destacavam-se entre essas peças duas camas: uma, de vinhático, descrita como “cama francesa” e outra, de jacarandá, madeira mais nobre e com estilo “de armação imperial”, avaliada cada uma em 50$000 réis. Essa última foi retratada pela Folha do Norte, de 10.04.1939, afirmando ter sido a cama em que Suas Majestades Imperiais dormiram, quando hospedaram-se na casa do coronel Joaquim Pedreira figura (2). Na Figura 21 nota-se que se tratava de um belo exemplar de móvel oitocentista, com detalhe maior de ter sido essa peça confeccionada na própria Vila, conforme afirmação de FIGUEIREDO Filho (2004, p. 19)

Figura 2 - Cama onde dormiu o casal
imperial

Ainda na Vila foram avaliados outros imóveis como uma casa térrea na mesma rua anteriormente citada, dita como “recentemente edificada”, com sete janelas de frente e duas portas, 12 quartos, seis salas e mais alguns cômodos internos, no valor de 3:000$000 réis; outra na Rua Conde D’Eu, com uma porta e três janelas, duas salas, um quarto e um sótão, avaliada em 600$000 réis; uma casa pequena na mesma rua, a 200$000 réis; e mais uma vizinha ao Hospital da Santa Casa, com duas salas, quatro quartos, cozinha e o terreno que a cercava, no valor de 1:300$000 réis.

Realmente podemos intuir por toda a bela  pesquisa de Luiz Cleber Morais Freire, que o cel. Joaquim Pedreira de Cerqueira, deveria estar entre as cinco maiores fortunas da Bahia, realmente fora da curva, das grandes riquezas dos moradores de Feira de Santana  

 



terça-feira, 30 de março de 2021

SOBRE O USO DE EXAUSTORES


CARLOS PEREIRA DE NOVAES

 Professor aposentado de Hidráulica, e hidrologia do Departamento de Tecnologia da Universidade Estadual de Feira de Santana - Ba

Mestre em Hidráulica e Saneamento

pelo Departamento de Hidráulica  e Saneamento da Escola de Engenharia de São Carlos - USP

 

                   Bem, eu não sou médico, sou engenheiro e professor e assim, minhas ideias são de uma pessoa que lida com fluido.

Todo mundo adora um ar condicionado embora existam algumas exceções, pois eles nos trazem conforto, bem estar, mas não é bem sobre ar condicionado que quero falar, é sobre exaustão do ar dos meios públicos em que vivemos no dia a dia com exaustores potentes e corretos, que é uma coisa pouco observada.

Por exemplo, nos shoppings. Eu sempre passo pelo shopping usando máscara para almoçar e observo a falha que existe na aspiração do ar, que é muito falha, pois os projetistas dão muito valor ao ar condicionado e pouquíssimo valor a aspiração do ar, que é uma coisa, um detalhe, importante e relativamente fácil de ser reparado, pois no mercado existem aspiradores de ar de médias e grandes potências, que se fossem colocados nas entradas e saídas dos shoppings, aspiraria o ar interior que normalmente tem grandes quantidades de vírus, bactérias e fungos do ar, fazendo com que o índice de contaminação destes ambientes interiores fosse menor. Isto não é uma solução, mas ameniza a contaminação do meio diminuindo os efeitos deletérios destes ambientes contaminados que vivemos evidentemente direcionando o ar exaustado para cima nas saídas para não contaminar os transeuntes lá fora.   

Em hospitais é a mesma coisa, quando a gente entra a gente nota muito ar condicionado e pouquíssima exaustão o que melhoraria os ambientes hospitalares. 

Se estes exaustores fossem dimensionados corretamente, poderiam até ter mecanismos para matar estas bactérias, ácaros, vírus na saída, mas aí já dependeria de um projeto de fábrica mais específico, mais elaborado.

Vocês querem ver outro exemplo, os nossos ônibus, que tem bons sistemas de ar condicionados, mas péssimos sistemas de exaustores, a não ser abrir as suas janelas, o que às vezes é até impossível, ou seja, uma falha de projeto que pode ser sanada com facilidade, instalando exaustores nas suas coberturas.

Trens e nossos metrôs nem se fala, é entupido de gente e tudo sem exaustão ou se tem é de péssima qualidade.

Alguém de certo diria, mas professor..., este sistema diminuiria a qualidade do ar condicionado, gastaria mais energia, não é? Sim, mas é um ponto de vista que nós deveríamos pensar melhor neste assunto, com mais profissionalismo. 

As nossas lojas, casas, hospitais, trens. Tudo é abafado e fresquinho. Será que estes sistemas estão, do ponto de vista sanitário, corretos. Desliguem um pouco o ar condicionado e refresquem os nossos ambientes de outras maneiras. Para isto existem os projetistas, os profissionais, os arquitetos. O que eu queria é só levantar o assunto para serem mais bem discutidos pelos profissionais do ramo.

Se o índice de contaminação cair, o ambiente ficará mais sadio. Obrigado.


ANIVERSÁRIO DE NEIDE

Hoje é aniversário da  santanopolitana, do signo de Áries e sob proteção de Ogum, Neide Sampaio Oliveira. 

Feliz aniversário! Que sua vida seja cheia de bons e felizes momentos. Parabéns!

 

segunda-feira, 29 de março de 2021

CARTAS ENTRE SÃO PAULO E SÊNECA | Prof. Lúcia Helena Galvão de Nova Acró...

ANIVERSÁRIO DE FERNANDINHO, JOEL, EFIGÊNIA, VITORINHA E ZORAIDE

Completam mais uma etapa da vida que esperamos seja longa os santanopolitanos, do signo de Áries e sob proteção de Ogum, Fernando Henrique de Souza Malaquias (Maçaquias), Joel Portugal, Maria Efigênia Santos Bittencourt, Vitória Eugênia Nery Boaventura (Vitorinha) e Zoraide Araújo. 

Vitorinha

Parabéns por hoje, mas felicidades sempre.  

Zoraide

 


 

domingo, 28 de março de 2021

BASQUETE NA QUADRA DO GIMMINÁSIO SANTANÓPOLIS

    

Este jogo aconteceu nos fins da década trinta, ainda o Santanópolis só tinha o curso de ginásio dái o nome de GIMMINÁSIO SANTANÓPOLIS. Mas logo ofereceu o 2º grau: científico, para quem ia cursar vestibular para ciências exatas e o classico para quem para quem fazer vestibular humanas. 

O que chama a atenção é um grande público, sem arquibancadas. 

Colaboração de Fábio Santana Nunes


 

ANIVERSÁRIO DE ELISIA E TÂNIA

Comemoram mais um ano de vida os santanopolitanos, do signo de Áries e sob proteção de Ogum, Elisia Gonçalves Barreto e Tânia Freitas Ferreira.

Desejo que seu aniversário lhe traga uma felicidade imensa e que você possa realizar todos seus desejos nessa nova etapa de vida. Parabéns!

 

sábado, 27 de março de 2021

ANIVERSÁRIO DE ARLINDINHO E TORRES

Arlindinho

Torres

Comemoram mais um ano de vida os santanopolitanos, do signo de Áries e sob proteção de Ogum, Arlindo Vagner Franco Santana (Arlindinho) e Raimundo Torres (Torres). Nosso desejo é a repetição deste evento por muitos anos com saúde.

 

sexta-feira, 26 de março de 2021

PASSAMENTO DE NEUZA E CARLOTA

Carlota

Infelizmente registramos o falecimento hoje de duas santanopolitanas, Carlota da Silva Oliveira e Neuza Maria Fernandes Falcão, a primeira diagnosticada com covid e a segunda com suspeita de covid, estava na fazenda.

Neuza

 

quinta-feira, 25 de março de 2021

O HOMEM MAIS RICO DE FEIRA DE SANTANA I

Evandro J.S. Oliveira
  Do ponto de vista do conceito real de naturalidade, o título esta errado, o Cel. da Guarda Nacional, (título concedido por D.Pedro II), Joaquim Pedreira de Cerqueira, nasceu na freguesia de São Gonçalo, mas morou a vida toda em Feira de Santana. Mas eu como feirense, que por acaso nasceu nesta cidade, considero todas as pessoas que moraram um ano na Princesa do Sertão é feirense de adoção.

          Este Cel. Joaquim Pedreira de Cerqueira, no tocante a riqueza está fora da curva em toda história de Feira de Santana.

         Desenvolvi que uma das vantagens, do progresso da Feira de Santana, além de situação geográfica, foi ser povoada sem “dinastias” econômica, famílias tradicionais nem grupos fechados de elites. Sem querer aticei o ego de alguns. Primeiro porque vejo como vantagem, não ter estas qualidades: existe e sempre existiu uma classe média com bons recursos, fazem belas residências, possuem carros de luxo, mas não podem morar na Europa, a não ser estudante com bolsa. Então colocam os filhos nas melhores escolas, particulares, predomina a saúde dentro de Feira, que tem ótima qualidade.          

          Feira de Santana é ponto de agregação comercial, para cerca de quatro milhões de habitantes, todo o comércio do interior em volta de Feira vem se abastecer aqui. Aqui gravita até os serviços públicos, hospitais regionais, faculdades. Mas é uma região de gente da classe média no máximo, por isto as multe nacionais e grandes redes de supermercados, atacadistas, colégios, faculdades, farmácias... Mas não tem lojas vendendo BMW, aviões, lanchas, lojas de luxo...

          Família tradicional, não tem, quando falei isto, delicadamente disseram: “sua família é tradicional”, ri, olhe minha vó era árabe, não sei nem a nacionalidade: Vejamos a família Fróes, é um nome inventado por Agostinho Fróes da Motta, a família Bahia, é que seu Amado achou o nome Bahia bonito e colocou no sobrenome e assim todas não passaram de três gerações de ascendentes. Mas isto é uma coisa boa, todos esses núcleos fechados são barreira para o desenvolvimento.

            Mas vamos voltar ao Cel. Joaquim Pedreira, a exceção de riqueza na região, comprovada no livro de Luiz Cleber Moraes Freire; ex-aluno, atual professor e escritor, ligado a UEFS, no livro “Nem Tanto ao Mar Nem Tanto à Terra” – Agropecuária, escravidão e riqueza em Feira de Santana. 1850 – 1888. Quem gosta de história da região, recomendo. 

 

Para adquirir o livro: Livraria
 da Uefs e da UFBA.
           Cleber pesquisou os duzentos inventários da época e encontrou uma família rica, os “Pedreira de Cerqueira”. O Comendador Felipe Pedreira de Cerqueira, consta na faixa de “Fortunas médias”, com vários bens, ressaltando o casarão com capela, cemitério mais duas casas menores, todos fazendo parte hoje da Prefeitura Municipal e parte da Getúlio Vargas  e mais uma chácara, onde foi o Internato Colégio Santanópolis, hoje parte do prédio fica a “Lojas Americanas” foto abaixo do casarão de Felipe Cerqueira.

        

Esta Capela foi a segunda Diocese de Feira de Santana reconhecida pela Igreja. Foi visitada pelo Imperador D. Pedro II e Imperatriz Teresa Cristina. Todas estas edificações, situadas na av. Senhor dos Passos.
O inventário do Comendador Felipe Pedreira de Cerqueira, ainda constava mais imóveis, escravos, joias e outros ativos. Mas estava no grupo de “Fortunas médias” com 35:363$600 reis  com18,5% dos inventários encontrados. Podemos supor, este índice na minha opinião é mais ou menos o mesmo atual de nossa cidade.

            Mas quem desenvolveu uma "Muito grande riqueza" foi o cel. Joaquim Pedreira de Cerqueira.

            Para demonstrar a raridade desta riqueza, vemos no quadro abaixo não existir nenhum inventário classificado como "Grande riqueza" e encontrando registro de três falecidos na categoria "Grande média riqueza" alcançando menos de 500.000$.

            Cleber, estabeleceu uma classificação das fortunas (1850-1888), em um período de cerca de quarenta anos.

Na tabela acima, a seta vermelha identifica não existir ninguém com grandes fortunas
No entanto às muito grande, verificamos existir um, no caso cel. Joaquim P. Cerqueira.
 
            Vamos como e qual era esta fortuna colossal do Coronel Joaquim Pedreira Cerqueira.
            "Foi agiota, como ele fez questão de se autodominar ao imperador D. Pedro II, quando se hospedou em sua residência, por visita que fizera à Feira de Santana, em 6 de novembro de 1859.
            Alguns dados indicam que o coronel conseguiu acumular boa parte da sua fortuna comercializando escravos na praça comercial de Feira de Santana e região. Nos livros do Tabelionato de Notas da comarca de Feira de Santana, o seu nome aparece 22 vezes fazendo transação de compra e venda de escravos entre os anos de 1839 e 1871. Esse número talvez não revele o verdadeiro potencial que esse comércio representava para os seus negócios, haja vista existir uma lacuna de registros para os anos de 1841 a 1860.

A formação de sua fortuna ao longo da vida foi algo impressionante: 1.281:287$045 réis (um milhão, duzentos e oitenta e um contos, duzentos e oitenta e sete mil e quarenta e cinco réis). Essa fortuna pessoal foi a maior que houvera em Feira de Santana, ao seu tempo, e uma das maiores da província (FIGUEIREDO Filho, 2004, p. 15). Em seu estudo sobre a Bahia do século XIX, no capítulo em que trata da fortuna dos soteropolitanos, Kátia Mattoso também encontrou apenas um inventariado - num rol de 1.115 - com uma fortuna superior a 1.000:000$000 réis (MATTOSO, 1992, p. 607)[1]. Para se ter uma ideia acerca dessa fortuna, basta dizer que construiu, às suas expensas, uma nova estrada ligando Feira de Santana a Cachoeira, caminho mais curto para se chegar até Salvador. Em 1857, ele iniciou a construção dessa nova estrada, em substituição à antiga, já que aquela não permitia a passagem de veículos. E, no ano seguinte, ao concluir tal empreitada, teve parte das despesas reembolsadas pelo tesouro provincial (POPPINO, 1968, p. 71).

Essa fortuna pessoal era composta de: ativos (534:724$840 réis = 41,7%), dinheiro líquido (451:276$055 réis = 35,2%), bens de raiz (109:465$ 150 réis = 8,6%), gados (82:720$000 réis = 6,5%), escravos (68:156$000 réis = 5,3%), benfeitorias e equipamentos (29:157$000 réis = 2,3%), produtos agrícolas (4:180$000 réis = 0,3%) e móveis (1:608$000 réis = 0,1%). Uma fortuna sólida, embora tenha deixado algumas dívidas passivas no valor de 47:000$045 réis que comprometeram 3,7% do seu património. Algumas dessas dívidas referiam-se a despesas de manutenção com a fazenda Bonita, em Camisão, e com o engenho Cazumbá; com o médico que lhe assistiu; com honorários advocatícios por uma questão em Santo Amaro; com ressarcimentos a alguns netos pelo inventário da avó; com despesas do inventário; impostos; uma pequena dívida a um particular; e com o funeral, que custou 6:559$790 réis.

O valor dessa última despesa fornece indícios de que a cerimônia de seu funeral foi algo muito além do padrão da época, a julgar que algumas décadas antes, em Salvador, o recordista em gastos funerários fora o “extraordinariamente rico” comendador Pedro Rodrigues Bandeira, cujo ritual de sepultamento custou 3:072$250 réis (REIS, 1991, p. 234). Esses custos englobavam vários serviços que iam da preparação do cadáver, às missas e dobres fúnebres, música, caixão, os ornamentos do velório, a compra de artigos fúnebres, como convites de enterro, mortalha e, caso não tivesse mausoléu, o terreno no cemitério. Essa despesa gasta no enterro do comendador Bandeira.”

Continua: O HOMEM MAIS RICO DE FEIRA DE SANTANA II


[1] Nota do Blog: Fazendo uma comparação, pode se acreditar que em Salvador hoje, tenha mais de cinquenta fortunas maiores do que dos mais rico de Feira de Santana atual?


 

  

PASSAMENTO DE MARIA DO SOCORRO DA SILVA CARVALHO

1950-2021

Depois que fizemos festas de congraçamento de ex-alunos, funcionários e professores, do Colégio Santanópolis, uma década, de dois em dois anos, verificamos pelo tempo, sempre tivemos a tristeza, de no blog do Santanópolis termos de registrar o falecimento de Santanopolitanos. O que nos fez desistir de outros encontros.
Sempre é com muita tristeza que postamos, como agora o falecimento de Maria do Socorro da Silva Carvalho. Nossos doídos sentimentos.


.. .        fazer 
 

ANIVERSÁRIO DE SHIRLEY E WASHINGTON

Hoje é o aniversário dos santanopolitanos, do signo de Áries e sob proteção de Ogum, Shirley Munduruca e Washington Bolivar de Brito ver perfil.


Feliz aniversário! Este dia é sempre uma boa data para parar, refletir sobre tudo o que se passou e elaborar planos para o futuro.


quarta-feira, 24 de março de 2021

TÓPOS E KRONOS - VI

RONALDO SENNA – Mestre, Doutor, Antropólogo, escritor, professor aposentado: Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Católica de Salvador (UCSAL).
 

PASSADO E FUTURO SUSTENTÁCULOS DO PRESENTE


          Se futuro é passado avassalado

          E passado futuro renascido,

          O presente um pressuposto refreado

          Que formata o fenômeno acontecido

 

          E, assim, a trialidade

          Fronteiriza o pensamento,

          Nascendo o desejo e a vontade

          De viver cada momento.

 

          Por tudo isso, é imprescindível

          Crer no que é incrível.

          É consolidar rituais.

 

          Sem mito não existe história

          Sem rito não haverá memória

          Sem eles o sempre é jamais.

 

TRIALIDADE TEMPORAL: A SILHUETA DA ETERNIDADE

Instalar-se na trialidade do tempo ajuda o homem a se alojar no centro do mundo. Assim, quando coloca a sua reflexão na base do cosmos, põe, desta forma, a existência a seu serviço. Ideologias, crenças e cogitações, incrustam ordens, tanto objetivas quanto subjetivas, nas certezas e esperanças que violentam as dúvidas. É necessário, portanto, coordenar e regularizar os ditames na tentativa de perenizar as prescrições.

A ordenação contínua é tão necessária que as sociedades não tem feito muito mais que isso. A nível ideológico, nem parece que necessitam fazê-lo. Na verdade, sentem-se satisfeitas compreendendo o presente e o passado, não tendo muita importância, para o sentido da vida, se esse passado é uma concretude ou um dado por suposto. É real para aqueles que dele necessitam no ato de se firmar como um referencial na ordem da vida.

Apesar de tudo isso, de todo o esforço para a temporalizar o mito, o passado, no entanto, de certa forma, morreu. As faces do sido e do sendo se equilibram na elaboração do imaginário. O passado sido é o referencial da memória, o passado sendo é o presente anterior que convive com o cotidiano.

Torna-se imperativo, como consequência da interação entre esses planos, que o presente tenha que ser vivido, incluindo os elementos no passado que cruzaram com os umbrais da morte. O tempo e o espaço precisam ser reinventados. O presente é o passado recriado. 

PASSAMENTO DE ANA SILVA SANTOS





Faleceu ontem de covid-19 a santanopolitana, Ana Silva Santos . Nos juntamos na dor, à família enlutada. 

ANIVERSÁRIO DE ZEZÉ, NÉLIA E VIRIATO

Zezé

Mais uma etapa na estrada da vida completam hoje os santanopolitanos, do signo de Áries e sob proteção de Ogum, Maria José Macêdo Carvalho (Zezé Macedo), Nélia Suely Cajaíba Barbosa e Viriato Manoel de Sena. 

Nélia

Hoje é uma data especial, pois você completa mais um ano de vida. Feliz Aniversário e curta o dia com alegria!







 



terça-feira, 23 de março de 2021

ANIVERSÁRIO DE GIL E SANDRA

Comemorando data de nascimento mais um ano de vida os santanopolitanos, do signo de Áries sob proteção de OgumGildásio Pereira de Almeida (Gil) e Sandra Marques Dias

Parabéns!

Feliz aniversário!

Que o sol, a lua e as estrelas brilhem mais vezes por ti.

 

segunda-feira, 22 de março de 2021

ANIVERSÁRIO DE ZEZÉ

Dia especial para a santanopolitana, do signo de Áries sob proteção de Ogum, Maria José Laborda Portella Povoas (Zezé).

Que todos os seus sonhos sejam realizados e todos os seus desejos sejam alcançados. Feliz aniversário!

 

domingo, 21 de março de 2021

CLUBE DA CAMPO CAJUEIRO 30 AN0S - Feira de Santana - Conversão do VHS por Sérgio ...

ANIVERSÁRIO DE CEZAR E HUDSON

Cezar

Os aniversariantes desta data são os santanopolitanos, do signo de Áries sob proteção de Ogum, Augusto Cezar Pereira Orrico e Hudson Amaury

Hudson

Todos os grandes desejos começam no coração. E de coração eu te desejo: feliz aniversário!

 

sábado, 20 de março de 2021

NO DIA QUE TONTON DECIDIU UMA ELEIÇÃO NA CÂMARA

Washington Cerqueira Carneiro
Tonton
   Da série “Martiniano e filhos” (marcador ao lado). Postei histórias de Martiniano, de Etinho (Welington) e Wilson (Issinho). Continuando por faixa etária, hoje postarei sobre “TONTON DA FEIRA”, como ele gostava de ser chamado.

         Washington Cerqueira Carneiro, era uma pessoa que quando era seu amigo, você era premiado, não tinha limite para contar com ele. A primeira vez que precisei de sua amizade, foi quando estava sendo chantageado por um marginal que morava no beco do Mocó. Tinha 12 para treze anos e Pepino uns 17, forte, andava tomando as coisas, na tora: gude, figurinhas, brinquedos... nada caro, depois entendi, que se tomasse uma bicicleta, por exemplo, tínhamos que contar a nossos pais e ia da merda para o meliante. Um dia Tonton, me viu de cabeça baixa chateado por ter sido surrupiado de um pião novinho colorido que eu adorava, por Pepino. Tonton foi na tipografia, apanhou um porrete e descemos o Beco do Mocó. Apanhei uma pedra no chão e encontramos Pepino com os amigos, jogando pião, o meu, fomos chegando, Tonton sem dizer nada deu uma paulada em Pepino, olhei com a pedra para os outros, mas estes também eram espoliados por Pepino, este com o braço que tomou a pancada, vociferou ameaças, mas não reagiu. Apanhamos o pião e fomos embora. Nunca mais Pepino me extorquiu. Já adulto foi preso e depois foi morto pela polícia.

         Mas Tonton era um capeta, fazia coisas terríveis, como entrar com uma lambreta no rinque de dança do Feira Tênis Clube, todo mundo dançando, foi um horror. Expulso do FTC, por consequência foi passar uma temporada na casa do avô no Cruzeiro, até D. Semi controlar Martiniano que não era de suavizar.

         Contar todas molequeiras de Tonton, só em livro, com algumas impublicáveis, e tinha uma característica, quase não bebia.

         Mas vamos a uma inacreditável, quando Tonton junto com João Macedo decidiram uma votação na Câmara de vereadores.  

Antônio Leopoldo Cabral

A Câmara era composta de onze vereadores, cinco do PSD e cinco da UDN e um do PDC, Antônio Leopoldo Cabral.Cabral, teve ofício de barbeiro, sapateiro. Foi jornalista, dentista prático e rábula inclusive defendendo muitas causas em Feira de Santana. Era um orador eloquente. Nos comícios, o povo vibrava para ouvir seus repentes. Conta-se que era muito amigo de Joel Presídio e o acompanhou certa feita, nos comícios em uma cidade do sertão baiano, chamado Lajedo. No discurso esqueceu o nome da cidade e chamou a cidade de Alexandria. Alguém ao seu lado, soprou no seu ouvido, não é Alexandria não “Sêo”Cabral. Ele prontamente arrematou: “Se falo de Alexandria é porque esta cidade tem muito da Alexandria da Grécia, principalmente por ser uma cidade histórica”. E assim ele se saiu do equívoco[1].

    Mas falemos da votação na Câmara, era um projeto de muita importância para a UDN e o PSD era contra. A aprovação também era boa para Partido Democrata Cristão de Cabral. Mas este era muito amigo do Cel. Eduardo Froes da Motta, grande líder do PSD, inclusive se entendiam muito ideologicamente. Cabral era destituído de inimigos, e sendo tertius de uma questão importante politicamente, emudeceu durante um mês antecipadamente, sem poder fixar uma decisão, boatos corriam, ora ele ia ficar do lado do amigo Dr. Eduardo, ora iria votar dentro do que era bom para o PDC.

         No dia da votação, a Câmara estava lotada, era localizada no primeiro andar da Prefeitura Municipal. O presidente da Câmara era da UDN. A sessão começa obedecendo todo o ritual protocolar, depois discursos e mais discursos, a maioria sem sentido pois todos os presentes já conheciam o tal projeto detrásprafrente, não mudava muito sua posição partidária, como acontece em todas as votações políticas.

         Terminada todas as falas, apartes, réplicas e tréplicas, o nervosismo campeia no auditório. Então o presidente da casa, finalmente a favor do projeto, começou a votação dizendo¸quem é a favor do projeto mantenha-se sentado, quem for contra fique de pé (os especialistas de política dizem a opção de sentar é mais vantajoso). Aí os cinco do PSD levantaram e os quatro da UDN ficaram sentados, como se previa dependia do voto de Cabral, se ficasse sentado empatava a votação e aí cabia ao presidente que era da UDN, portanto a favor do projeto decidir. Então mais de uma centena de olhos miraram Cabral. Um silencio sepulcral, Cabral começou titubeantemente a levantar, aí uma voz forte lá do fundo do auditório gritou “SENTA CABRAL, era Tonton, Cabral tomando susto sentou rapidamente, o presidente com presteza deu por encerrada a votação com a vitória da UDN.



[1] “Inquilinos da cidadania” , Lélia Vitor Fernandes  de Oliveira, p. 53



 


ANIVERSÁRIO DE GIL

Comemorando o complemento de mais uma etapa da vida o santanopolitano, do signo de Peixes sob proteção de Iemanjá, Gil Mário de Oliveira Menezes ver perfil de Gil Mário

Guarde na memória tudo que foi bom, e aprenda com o que foi menos bom. Agora começa mais um ciclo, aproveite e desfrute dele o melhor que conseguir.

 

sexta-feira, 19 de março de 2021

COMO SURGIU A CRENÇA NO DIABO – História Judaica 05 ✡️

ANIVERSÁRIO DE JATOBÁ, FREITAS, MARIA JOSÉ, MARIZETE E VANDA

Jatobá

O quinteto de aniversariantes de hoje são os santanopolitanos, do signo de Peixes sob proteção de Iemanjá, Augusto Jatobá, José Emanoel Moreira de Freitas, Maria José Ferreira Maciel, Maria José Gomes Boaventura (Marizete) e Vanda Lima.


Vanda
Freitas
Aniversário não é apenas aumentar um número à idade, devem se alegrar e celebrar por completar mais um ano de vida. Feliz aniversário!


 

quinta-feira, 18 de março de 2021

JÁ SE VAI A SANTA BÀRBARA POR VIA DUPLICADA

Franklin Maxado é bacharel em Direito e em Jornalismo, poeta, ex-Presidente da AFL-Academia de Letras de Feira de Santana e também do IHGFS- Instituto Histórico e Geográfico, ex-diretor dos museus Regional de Arte e Casa do Sertão, além de ter trabalhado em vários jornais da Bahia e de São Paulo

(franklinmaxado@gmail.com )

 

Talvez tenha sido a Covid 19 que  fez o Presidente Bolsonaro  não vir entregar o  trecho  duplicado da BR-116 de Feira a Santa Bárbara  com cerca de 20 km  de extensão.  O certo é que  no dia marcado, ele trocou o Ministro da Saude mais uma vez porque o número  de infectados  está aumentando e não se  encontra  vacinas para tentar  diminuir o contágio.

    As obras de duplicação daquela estrada vão continuar  até Serrinha  sendo mais uns 40 km, de extensão. Terminadas, ai então, ele possa vir inaugurá-las e  aceitar o convite do Prefeito Colbert  Martins Filho para  visitar o  Paço Municipal e ver as obras do  novo centro  da cidade. Também, já deve estar mais perto  das eleições e é possível que o surto  da Covid tenha diminuído .

   Assim, deixou de ver a necessidade de ser duplicadas agora a pista da Avenida Froes da Motta, ou o conhecido Anel de Contorno.

   A Rodovia BR-116 ,ou a chamada Transnordestina,  começou a ser feita na década de 1950  e foi quem mais trouxe  nordestinos para Feira, portanto, antes  de  se criar a SUDENE. Cearenses, piauienses, potiguares,  paraibanos e pernambucanos , principalmente, vieram para cá atraídos por oportunidades de negócios. Muitos  colocaram oficinas mecânicas ou  foram para o comércio com casas de peças. Até se tornaram camelôs e vendedores.

   Alguns invadiram  terras às margens  da Lagoa do Prato Raso, construindo barracos ,  além de construírem casas simples pelos bairros da Queimadinha e das Baraúnas. Quase que a Lagoa foi aterrada como  agora  outras lagoas ou  ipueiras estão sendo aterradas às margens da atual rodovia duplicada ante a valorização de suas terras e a  explosão demográfica.

   A BR—116 também é importante porque liga a cidade de Feira de Santana ao  seu povoamento de origem que é o Distrito de Maria Quitéria, antigo São José das Itapororocas. Ainda , aos Distritos de Tiquaruçu  e da Matinha dos Pretos,  locais onde a cultura  dos  vaqueiros e dos mestiços  africanos predomina.

ARMEIRO  PRESO

  Os jornais noticiaram há pouco a prisão de um  artesão que fabricava  armas de fogo, incluindo metralhadora.  Infelizmente,  punimos o talento ao invés de estimulá-lo. Preferimos importar armas na atual política de armar cidadãos com evasão de  divisas quando poderíamos desenvolver tecnologia e até faturar com exportação.

   O  caso  me lembrou de Ferreirinha no meu tempo de rapaz quando ele tinha uma oficina no Beco do Mocó e fabricava revólveres, além de consertá-los.  Foi preso mas a Aeronáutica requisitou-o naturalmente para consertar seu arsenal. Não sei o final.


Filme do Santanopolis dos anos 60