Símbolos do Santanópolis

FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

ANIVERSÁRIO DE MOACIR

Vence hoje mais uma etapa na estrada da vida o santanopolitano, do signo de Aquario  e sob proteção de Oxalá, Moacir Costa Cerqueira.

Aniversário não é apenas aumentar um número à idade, devem se alegrar e celebrar por completar mais um ano de vida. Feliz aniversário!

 

domingo, 30 de janeiro de 2022

CARICATURAS MPB - V

Antonio Edson, Santanopolitano.

Enviou Geniais caricaturas MPB de Ulisses Araújo, com a identificação. O Blog colocou fotos correlatas.
Como sabemos a caricatura não é um retrato e sim o autor capita traços marcantes da figura.

 



Caricatura de Gilberto Gil
Autor Ulisses Araújo

Gilberto Passos Gil Moreira Embaixador da boa vontade da FAO (Salvador, 26 de junho de 1942), conhecido como Gilberto Gil, é um cantor, compositor, multi-instrumentista, produtor musical e político brasileiro, conhecido por sua contribuição na música brasileira e por ser vencedor de prêmios Grammy Awards, Grammy Latino e galardoado pelo governo francês e galardoado pelo com a Ordem Nacional do Mérito (1997). Em 1999, foi nomeado "Artista pela Paz", pela UNESCO. Em 2021, foi eleito para a cadeira de número 20 da Academia Brasileira de Letras.

Gil foi também embaixador da ONO para agricultura e alimentação, e ministro da cultura agricultura e alimentação, e ministro da Cultura do Brasil, entre 2003 e 2008, durante partes dos dois mandatos do ex-presidente Lula.

Em mais de cinquenta álbuns lançados, ele incorpora a gama eclética de suas influências, incluindo rock, gêneros tipicamente brasileiros, música africana, funk, música disco e reggae.

Gilberto Gil - Foto
    Gilberto Gil nasceu em 26 de junho de 1942, em Salvador, Bahia. É o primogênito de José Gil Moreira (1913-1991), médico formado pela Universidade da Bahia, e de Claudina Passos Gil Moreira (1914-2013), professora primária. No início da década de 1940, a família residia no Tororó, um bairro modesto de Salvador. Devido a dificuldades em trabalhar, o Dr. José Moreira decidiu mudar-se com a esposa para a cidade de Ituaçu. Posteriormente, o casal saiu de Ituaçu, no interior do estado da Bahia, voltando a Salvador, para que a criança nascesse na capital. Três semanas após o nascimento, a família retornou a Ituaçu, onde Gil passou toda a sua infância.Wikipédia 

     

Caricatura de Moraes Moreira
Autor Ulisses Araújo
Antônio Carlos Moraes Pires (Ituaçu, 8 de julho de 1947 – Rio de Janeiro, 13 de abril de 2020), mais conhecido como Moraes Moreira, foi um músico brasileiro. Durante a década de 1970, ele foi membro do grupo Novos Baianos, entrando mais tarde numa carreira solo que rendeu 29 álbuns. Moraes esteve envolvido na gravação de 40 álbuns completos com os Novos Baianos e o trio elétrico Dodô e Osmar, além de mais dois álbuns com o guitarrista Pepeu Gomes.

 

Tornando-se um dos compositores mais versáteis do Brasil, sintetizou gêneros como rock, samba, choro, frevo, baião e música erudita. Em 2012, foi eleito como o 57º maior artista da música brasileira pela revista Rolling Stone Brasil. Acabou Chorare, lançado pelos Novos Baianos em 1972, foi classificado pelo mesmo periódico como o maior álbum brasileiro de todos os tempos. 

Moraes Moreira - Foto
    Moraes começou tocando sanfona de doze baixos em festas de São João e em outros eventos de sua cidade-natal, Ituaçu, como no "Portal da Chapada Diamantina". Em sua adolescência, enquanto concluía um curso de ciências na cidade de Caculé, Bahia, aprendeu a tocar violão. Mudou-se para Salvador, conhecendo Tom Zé e entrando em contato com o rock. Ao conhecer Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão, formou o conjunto Novos Baianos, em 1969. Em sua parceria com Galvão, compôs quase todas as canções interpretadas pelo grupo. Em dezembro de 2015, anunciaram um retorno com a formação original. Wikipédia  



sábado, 29 de janeiro de 2022

POLÍTICA DE ANTÃO - II

MARCOS PÉRSICO – Santanopolitano, cineasta, teatrólogo, escritor.

POLÍTICA DE ANTÃO - I

O COMÍCIO

{...) SÓ SE OUVE o povo balbuciando palavras vãs. O palanque está lotado de puxa-sacos, correligionários, políticos e papagaios de pirata.

Pra quem não sabe, papagaio de pirata é aquele intruso que fica aparecendo em todas as fotos, apenas com a cabeça por trás do ombro do candidato. Havia até revezamento desse tipo de ave de rapina.

O locutor pega o microfone, bate como se estivesse mandando todo mundo se foder, diz:

-     Alô... sooooom, tessstando, 123, sooooom. Ei soooom, Ahhli sooooom, tessstando 123. Ah!

Puxa o ar e anuncia:

-     Senhoras e senhores, moradores da cidade de Nossa Senhora das Dores, autoridades aqui presentes...

Faz-se um suspense. O tocador de caixa da banda rufa as ba quetas, aumentando a ansiedade do povo.

O locutor enfim anuncia.

-     Vai falar para o povo desta cidade o futuro prefeito... Coronel Salustiano...

O povo aplaude, porque o povo aplaude tudo...

Os fogos estouram, porque foram feitos para estourar nesses momentos.

Coronel Salustiano pega o microfone e, visivelmente, nervoso, diz:

-      Povo da minha terra...

O povo aplaude e grita.

Na verdade tinham alguns contratados pra puxar as palmas.

- É chegada a hora da mudança. Eu não poderia deixar de me oferecer a esta empreitada política, pra não ver sucumbir a nossa terra nas mãos do mal.

O delegado olha para o prefeito Serapião e enfezado comenta:

-      Lá vem chumbo prefeito, segura o cu que lá vem chumbo!

O coronel prossegue:

-     Há muito tempo eu tinha jurado pra mim mesmo e pra mi­nha família, que prezo tanto, não me meter em política e nem tam­pouco me candidatar a nenhum cargo.

O povo aplaude.

-     Mas, diante das circunstâncias desenhadas no presente, achei por bem preservar o futuro.

O povo não entendeu porra nenhuma, mas achou bonito. Povo adora metáfora de político.

Alguém se entusiasmou e gritou:

-      Muito bem!

O povo aplaudiu.

-     Todos sabem que sou filho desta terra, que amo a minha cidade, que jamais deixarei que forças ocultas atrapalhem o progresso (“forças ocultas” era a palavra da moda por causa da renúncia de Jânio).

O povo aplaude.

-     Não permitirei jamais que entravem o crescimento e o progresso da nossa terra. Não deixarei de fazer com que o povo se sinta orgulhoso de pertencer a uma cidade que precisa crescer.

-     Estamos há muito tempo, entregues nas mãos de políticos inescrupulosos, que quase nada estão fazendo para melhorar a vida da população de Nossa Senhora das Dores.

-     A nossa cidade necessita de obras, de melhoramentos, de escolas, de hospital, de saneamento, de água potável.

Nesse momento, o coronel se entusiasmou com as palavras e cometeu um deslize que nunca foi notado. Ele disse:

-     Vamos trabalhar sério. Vamos dotar a nossa cidade de água elétrica e luz encanada.

O povo aplaudiu com muito entusiasmo sem perceber o erro. Mas o povo é assim mesmo, nunca percebe os erros. -       Quero neste instante, diante do meu povo e na minha cida¬de, anunciar que sou candidato a prefeito e a partir de agora quero contar com o seu voto. Vamos caminhar juntos, pra fazer da nossa cidade um lugar agradável e sem atitudes arbitrárias que certas pessoas vêm praticando diante dos olhos do povo.

O delegado Gilberto deu um soco na janela e disse:

-    Agora ele me insultou. Isso não vai ficar assim. No meu comício, eu vou dizer poucas e boas desse safado.

O coronel encerrou.

-    Quero dizer que conto com o seu voto, conto com o meu povo e vamos ao encontro da vitória. No dia 07 de outubro, quero o seu voto. Muito obrigado.

O povo aplaudiu, entusiasmadamente. Os fogos estouraram. O coronel já havia contratado alguns homens para carregá-lo nos ombros e assim foi feito. Ele saiu carregado nos braços do povo que caminhou em volta da praça.

Assim, foi lançada a candidatura do coronel Salustiano a prefeito da sua cidade. Desse dia em diante, o coronel nunca mais conseguiu ser a mesma pessoa. Sua personalidade mudou.

Terminado o evento, Tonho da Cachorra e Manoel Doca chegam à casa do delegado.

O delegado, ainda zonzo com o barulho do alto-falante, pergunta pra Manoel Doca:

-    Posso saber o porquê da sua bandeada pro outro lado? Não está satisfeito com alguma coisa?

Manoel Doca, logo se servindo de um licor, responde:

-    Não bandeei coisa nenhuma... Estava apenas vendo quem realmente está do nosso lado, delegado.

-    Pra mim, isso é bandear, é virar a casaca, seu Manoel... O senhor já está do outro lado... Vai perder seu mandato de vereador... O senhor não se reelege.

-    Delegado, eu ainda estou no seu partido. Serei candidato à reeleição pelo seu partido.

-    Espero que seja verdade, seu Manoel.

O delegado, olhando bem firme pra Tonho da Cachorra, diz:

-    O senhor até anunciado foi... Eu mando o senhor ir buscar esse idiota e o senhor acaba ficando no palanque do adversário... Eu estou cercado de traíras, isso sim.

Tonho da Cachorra, com a boca cheia de amendoim cozido, fala cuspindo alguns grãos:

-    Hum... Delegado... Eu não tenho culpa daquele locutor me anunciar... Afinal, sou um homem popular. O senhor viu como o povo me aplaudiu?

-    Vi sim... E vi também como o senhor gostou de ter ficado do outro lado.

O prefeito Serapião pegou seu chapéu, se despediu de D. Catuta e de Maria Flor, chegou até a porta e falou ao delegado:

-    Vamos ter que trabalhar na surdina esse tempo todo. Pode escrever, vou colocar a máquina administrativa pra trabalhar pra sua eleição delegado. Essa nós não perdemos por dinheiro nenhum.

-    Espero que o senhor esteja certo do que está falando. Se eu lor depender desse bando de traidores...

O prefeito se despediu de todos e saiu acompanhado de Tonho da Cachorra e Manoel Doca,

Pedro Burrinha havia vomitado novamente e estava escornado num canto da sala, enquanto Boca de Sulapa comia um frango assado que havia encontrado no forno e seria servido no outro dia.

Maria Flor e D. Catuta já haviam se recolhido. O delegado chamou Boca de Sulapa:

-    Pega esse bêbado e tira ele daqui de dentro da minha casa, senão vai pegar mal eu ter que mandar prender um vereador por embriaguez.

Boca de Sulapa se abaixou, pegou Pedro Burrinha pelos braços e arrastou pra fora da casa do delegado.

O estado de Pedro Burrinha era tão lastimável, que ninguém percebeu que ele estava todo cagado, por isso o mau cheiro na casa toda.

O delegado Gilberto, mais que depressa, fechou a porta da casa e foi se recolher, pois o dia seguinte seria de articulações políticas.

(continua: O dia seguinte)

 

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

UM LENÇO GUARDA RECORDAÇÕES

EDUARDO KRUSCHEWKY

(In memória Irma Amorim)

    De repente, sentiu necessidade de abrir aquele velho guarda-roupas, prisão de lembranças, agora esquecido no quarto dos fundos da casa. Precisa encontrar um documento antigo, que só podia estar ali, faria prova curricular na escola de música. É que, à falta do que fazer, resolvera voltar a tocar piano. Fora pianista amadora, seus dedos percorreram teclados como o do majestoso piano de cauda, ainda na sala da casa. Este piano, agora inerte, servindo apenas de enfeite, era o orgulho da família. Nos saraus organizados por seus pais, ele era a principal atração. Naquela época, tudo era motivo de alegria.  Até a visita do vetusto afinador de pianos, um homem meio trôpego, sempre cheirando a bebida alcoólica, mas como se transformava quando sentado ao piano para a afinação! Suas mãos ágeis derramavam pela morada o néctar harmonioso de Bach, Bethoven, Litz...

    Nos dias de reuniões musicais, os convidados todos, meio apavonados, cheirando bem, sentavam-se em volta do piano: as senhoras em vestidos esvoaçantes e de finos tecidos, comprimidas em espartilhos, e os homens, empertigados em roupas de linho engomado, postavam-se em pé ou sentados, cuidadosamente, procurando manter o vinco das calças e evitando o amasso do tecido. Tudo num perfeito estilo rococó!

Abriu a porta do quarto e respirou um ar impregnado de aromas do passado, uma mistura de mofo com lavanda e amaciante. Na penumbra, enxergou a boneca de pano e  bambolê, juntos à bicicleta infantil. Aqueles brinquedos foram, um dia, de Juliana, sua filha – zum, zum! – passeando de bicicleta pelas calçadas do bairro e mostrando ser uma exímia equilibrista do bambolê, levando-o da cintura ao pé, do pé á cabeças, ao braço, para gáudio e aplausos de todos. Um dia – ah, menina sem juízo! -  Juju, mal completou a maioridade, fez a sua declaração de independência. Disse, sem demonstrar nenhum remorso: “-Mãe, vamos viajar, eu e meu namorado, para conhecer gente nova e lugares...”. De modo decidido, jogou a mochila nas costas e saiu porta afora, deixando ela, sua mãe, aos prantos. Nunca mais deu notícias... “-Ah, Juliana, onde você anda, minha filha? Será que está girando o mundo como girava seu bambolê?” – pensou, com um travo de tristeza na garganta e uma lágrima furtiva no rosto... 

Quando escancarou as portas do móvel, foi como se fenestrasse os umbrais da alma, a história de sua vida. Lá estavam os guardados, relíquias de família, objetos de estima dos seus pais que teimou em preservar, porque continham histórias de vida contadas em coisas. Tudo bem arrumado, sem um grão de poeira, como se ali colocados recentemente, começou a retirar peça por peça para procurar o que queria.

Escorregando do meio das toalhas de tecedura artesanal que sua mãe bordara, com carinho, algo caiu no chão indo parar em baixo do guarda-roupas. Tentou ver o que caíra, mas inutilmente. Tomada pela catarata, sua visão era ruim embora ainda fosse dia. Contraiu os olhos, na tentativa de melhorar a visão, os óculos de grossas lentes ausentes, esquecidos em cima da cômoda da sala. Acendeu a lâmpada do quarto, ajoelhou-se com dificuldade e tateou por baixo do móvel, sujando-se de poeira e teias de aranha, até que sentiu os dedos tocarem em algo macio. Com cuidado, pegou a peça, evitando que se sujasse em contato com a poeira acumulada. Trouxe-a para próximo da luz. Aproximando-a do rosto sentiu o odor e enxergou, com dificuldade, o formato gracioso do bordado. Algo fez com que disparasse o seu coração quando constatou: era ele, o lenço perfumado!

O lenço, o seu lenço! Ele que estivera durante anos em sua bolsa e com o qual enxugara suores nos dias quentes, limpara a boca tirando o excesso de batom e enxugara muitas lágrimas, como as derramadas quando viu o namorado de asa arriada pela oferecida da Marlene... O lenço que encharcava de perfume e quem quando abria a bolsa, inebriava o ambiente com seu olor único e irresistível! O lenço amarelecido pelo tempo, mas que lhe parecia tão novo pela redescoberta... Nem fazia ideia de que ele estivera ali tão perto, durante tanto tempo, ao alcance da mão,  bastando abrir uma porta de guarda-roupas. Curiosamente, há pouco, o belo adereço era apenas mais uma lembrança, algo que guardara esquecido durante tempos... Lembrou-se dos versos da poetisa Irma Amorim, sua amiga, que Deus levara para junto de si:

“ Há de se deixar espaço

- luzes, tochas acesas,

Cortinas rendadas,

Tapetes,

Jarro com flores,

- lenço perfumado –

E  amores. (...)”

Irma Caribé Amorim
Aproximou, mais uma vez, a delicada peça das narinas e aspirou tentando recuperar, através das muitas fragrâncias que por ali passaram, seu passado tão bonito, sua juventude feliz e despreocupada. Sentada no chão, os olhos rútilos de lágrimas fixos na urdidura do pequeno lenço de cambraia bordada, nem percebe que as recordações, as mais gostosas recordações, começaram a ocupar cada um dos espaços livres do velho quarto de guardados.

Envolvida nas dobras do tempo, com o olhar perdido, um sorriso brincando nos lábios, recupera a vaidade feminina que o lenço lhe devolvera. Tenta ajeitar-se, passando as mãos nos cabelos, enxugando as lágrimas. Como num passe de mágica, o poeirento cubículo transmuda-se em salão de baile e, desembarcando da carruagem do tempo, a mulher madura, levantando-se do chão com a dificuldade que os anos lhe legara e se ver no espelho da alma como adolescente Cinderela calçando imaginários sapatinhos de cristal.

Nos braços de um príncipe encantado, sai rodopiando pelo salão, sentindo-se invejada por todas as outras mulheres...

Ah, que maravilha, o lenço! 



 

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

ANTES E DEPOIS DE ANTONIO JOSÉ LARANJEIRA

À esquerda, Antonio José Laranjeira, quando estudava no Colégio Santanópolis.À direita,  atualmente.


 





 

ANIVERSÁRIO DE REGINA E ZU

Regina

As duas aniveersariates de hoje são as santanopolitanas, do signo de Aquario  e sob proteção de Oxalá, Ana Regina Gonçalves e Zuleide de Araújo Santos (Zu). 

Zu

Feliz aniversário! Que sua vida seja cheia de bons e felizes momentos. Parabéns! 

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

NO TEMPO DO COLÉGIO SANTANÓPOLIS


 ADILSON SIMAS - Santanopolitano, escritor, jornalista, historiador e editor do Blog “Por Simas".


Adilson, na sua serie "NO TEMPO DO COLÉGIO SANTANÓPOLISNO", publicou foto do acervo da santanopolitana Laura Nunes e Blog replica abaixo.



Da esquerda para a direita: Seu Zé; Alexandrina; Mauracy Carvalho (Rosa); D. Nanã; Geraldo Sampaio e Margarida



ANIVERSÁRIO DE LÚCIA MARIA DAS GRAÇAS E RAYMUNDO

Lúcia

Os três aniversariantes de hoje são os santanopolitanos, do signo de Aquario  e sob proteção de Oxalá, Lúcia Maria Oliveira de Azevêdo, Maria das Graças Coedeiro Pinto e Raimundo Nascimento de Araujo. 

Maria das Graças

Parabéns por hoje, mas felicidades sempre.

 


terça-feira, 25 de janeiro de 2022

PASSAMENTO DE RAYMUNDO PINTO

   Faleceu o santanopolitano Raymundo Antônio Carneiro Pinto

Abaixo o seu perfil.

     Nasceu em Feira de Santana, no dia 30 de abril de 1940. 

Freqüentou o curso primário e ginasial em Feira de Santana no Colégio Santanópolis e fez o Clássico no Colégio Central da Bahia. Bacharelou-se em Direito pela UFBA (1963). 

Foi professor no Colégio Santanópolis (1964), onde lecionou O.S.P.B., História Econômica e Administrativa do Brasil, Economia Política, no Curso de Contabilidade, Professor de História por concurso (1°. Lugar) do instituto de Educação Gastão Guimarães (1968). Exerceu a fúnção de Coordenador Pedagógico do Centro Integrado Assis Chateaubriand. 

Foi Auxiliar direto do Prefeito João Durval Carneiro, exercendo os cargos de Secretário Municipal de Educação (abril de 1967 a 1968), Assistente do Prefeito e Secretário de Administração. Exerceu a chefia do CEDIN (Centro de Desenvolvimento Industrial). Foi suplente de vereador. Atuou no jornalismo, sendo um dos membros fundadores do jornal "Feira Hoje", como também colaborou em vários jornais da cidade.

Exercitou a sua arte no teatro. Foi aluno da Escola de Teatro na UFBA, tendo dirigido em Feira de Santana, alguns espetáculos montados pela SCAFS (Sociedade Cultural e Artística de Feira de Santana). E membro da Academia Feirense de Letras, desde 1991. 

Suas obras são: Pequena História de Feira de Santana (1971); Enunciados do TST comentados (1990); Orfandade de um ideal (romance) (1993). Diretor de peças de teatro: "Véspera de Reis"; "Toda donzela tem um pai que é uma fera"; "Uma bruxinha que era boa"; "O boi e o burro no caminho de Belém"; "Uma nova Helena". 

Atualmente é Desembargador Federal do Trabalho e membro do Tribunal Regional do Trabalho (5a. Região). 

Recebeu a Comenda de Ordem do Mérito Municipal, na classe de Cruz do Mérito, no dia 18 de setembro de 2006.

 

POLÍTICA DE ANTÃO - I

MARCOS PÉRSICO – Santanopolitano, cineasta, teatrólogo, escritor.

A PREPARAÇÃO DO COMÍCIO

    [...] Quem não se lembra dos velhos comícios? Era um tempo poético. Existiam figuras folclóricas. Hoje com o palanque eletrónico e os marqueteiros de plantão, tudo é muito ensaiado, sem graça. Sem poesia. [...]

A BANDA DE CARUARU irrompe pela cidade, arrastando o povo para o palanque, mas sem deixar de dar algumas voltas pela praça. Havia pessoas de todas as classes. Parecia uma festa de largo, aquelas em que se festeja a festa da padroeira. Tinha muita criança fazendo barulho, e criança não vota. A meninada estava animada com a distribuição gratuita de pipocas que o coronel contratou em Parnamirim. Alguns meninos entregavam panfletos com os seguintes dizeres:

Coronel Salustiano

PREFEITO
É o povo sendo eleito!

Mas, o panfleto que mais incomodou o outro lado foi:

Para governar a cidade.

Eleja um homem de verdade.

Coronel Salustiano

PREFEITO


Quando o delegado recebeu esse panfleto, foi para o quarto, pegou seu revolver, colocou seis balas e quando saía espumando de raiva entra seu Zeca aflito:

- Delegado, eu preciso conversar com o senhor...

-      Agora não seu Zeca, agora eu vou ali matar um cabra safado que diz que eu não sou homem...

-      Delegado... O coronel me deu isso e quer que eu seja do lado dele...

O delegado parou, pegou o papel de filiação do outro partido, olhou bem nos olhos do seu Zeca e disse:

-      Seu Zeca, isso aqui não serve nem pra limpar o rabo sujo de merda.

-      E o que eu faço, delegado? O coronel disse lá no bar que está me esperando no palanque. O senhor acha que devo subir no palanque dele?

O delegado muito irritado responde:

-      Vá seu Zeca, sobe no palanque dele e aí o senhor só desce de lá nos braços do povo, seu Zeca... Morto... Entendeu seu Zeca? Morto... Pois eu lhe dou um tiro daqui da minha janela.

-      Que é isso, delegado? O senhor vai ter coragem de atirar em mim?

-        Se subir naquele palanque, o senhor só desce morto.

-        E o que eu faço então?

-       Vá distribuir panfleto no meio do povo que é melhor. Minha candidatura é vitoriosa... Vou derrotar esse coronel de qualquer maneira, nem que eu tenha que jogar sujo na eleição.

Seu Zeca se retirou e o delegado até esqueceu que ia matar o coronel. Guardou a arma na gaveta e ficou na janela assistindo aos acontecimentos.

A banda sobe no coreto e executa Asa Branca. O povo se aproxima cada vez mais.

O delegado procura fazer uma estimativa de quantas pessoas havia na praça. De repente, chega à casa do delegado o atual pre­feito acompanhado de alguns vereadores.

Serapião Bezerra, vestido num terno de linho branco, chapéu panamá e sapatos de duas cores. Estava impecavelmente trajado. Junto com ele vieram os vereadores, Tonho da Cachorra, Pedro Burrinha e Boca de Sulapa.

Pedro Burrinha já estava bêbado e foi logo vomitando na sala do delegado. O vómito fedia a azedo, e o jato foi tão forte que alagou a toalha da mesa. O líquido do vómito foi absorvido pelo pano e só ficaram alguns pedaços de carne mal mastigada, que devia ser o tira-gosto ingerido durante a bebedeira.

D. Catuta tratou de retirar logo a toalha e a levou para os fun­dos. Na volta, trouxe a licoreira com um bom licor de maracujá e algumas taças. Maria Flor trouxe uma tigela de porcelana cheia de amendoim cozido. Mas o cheiro do vómito continuou.

Lá fora o pau tava comendo, como se diz na região.

Fogos estouravam enquanto as autoridades iam chegando aos poucos e subindo no palanque.

Um locutor anunciava de vez em quando:

-     Dentro de mais alguns minutos estaremos recebendo o futu­ro prefeito de Nossa Senhora das Dores.

O povo aplaudia.

-     Neste instante, anunciamos a chegada do Sr. Leocádio da Mandioca, muito digno morador da zona rural, e que vem dar o seu apoio à candidatura do coronel Salustiano.

O povo aplaudia.

A boca de alto-falante instalada na frente da casa do delegado impede que lá dentro eles conversem. O delegado se acotovela na janela e fica olhando quem são as pessoas que estão por lá.

De repente, avista o vereador Manoel Doca subindo no palan­que. O delegado espuma de raiva e chama o prefeito Serapião para averiguar.

-      Aquele não é Manoel Doca? - Pergunta o delegado.

O prefeito apurando as vistas...

-      E não é que parece ele mermo?

O delegado chama Tonho da Cachorra e diz:

-     O Tonho... Vá até lá e se certifique se é Manoel Doca que se bandeou pro outro lado...

Tonho da Cachorra saiu se esgueirando por entre o povo até chegar perto do coreto. Ao se aproximar, o locutor anuncia:

-     Acaba de chegar neste palanque para dar o seu apoio à can­didatura vitoriosa do coronel Salustiano o vereador Tonho da Ca­chorra...

O povo aplaudiu gritando:

-     Tonho, Tonho, Tonho!

Ele se entusiasmou e acabou por subir no palanque e acenou para o povo.

O delegado indignado exclama:

-    E não é que aquele filho da puta também subiu no palanque... listou enrolado no xale da doida... Até meus vereadores estão me traindo...

O prefeito Serapião interrompe:

-    Calma, delegado Gilberto, é assim mesmo... Eu tenho a cer­teza da nossa vitória, aqui sempre foi reduto do PSD, não é agora que vai mudar.

Na entrada da praça estouram alguns fogos. Era o anúncio da chegada da comitiva e junto com ela o candidato da UDN, Coronel Salustiano. O povo acompanhava o cortejo e o candidato acenava muito, estava eufórico. Numa provocação, o coronel fez questão que a comitiva passasse em frente à casa do delegado.

E assim foi feito.

Pararam, soltaram fogos e acenaram para o povo, sem olhar para a janela onde estavam todos acotovelados, olhando com certo desdém.

A caravana seguiu em frente. A banda tocava um frevo, o povo dançava, até que o coronel chegou ao palanque.

Nesse instante, o locutor anuncia:

-   Povo de Nossa Senhora das Dores... Sobe neste instante ao nosso palanque, o futuro prefeito da cidade.

Os fogos estouram num barulho ensurdecedor, o povo aplau­de e grita; e a banda toca cada vez mais eufórica.

Na casa do delegado Gilberto, ninguém conversa. O barulho do alto-falante é muito alto.

As outras autoridades que vieram de outras cidades sobem e está armado o comício de lançamento da candidatura do coronel. Algumas faixas são exibidas com o nome do candidato.

[...] Silêncio... a banda parou de tocar. Algumas pessoas ainda conversam baixinho, crianças gritam alguém pigarreia alto. Vai começar o comício [...] Silêncio... a banda parou de tocar. Algumas pessoas ainda conversam baixinho, crianças gritam alguém pigarreia alto. Vai começar o comício [.[...] Momento decisivo na carreira política. Hora de testar popularidade, conhecimento, capacidade de oratória e convencimento. Vamos aos fatos. [...] (Continua na próxima postagem).


segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

CARICATURAS MPB - IV

Antonio Edson, Santanopolitano.

Enviou Geniais caricaturas MPB de Ulisses Araújo, com a identificação. O Blog colocou fotos correlatas.
Como sabemos a caricatura não é um retrato e sim o autor capita traços marcantes da figura.

 CARICATURAS MPB - III



Caricatura de Luiz Melodia
Autor Ulisses Araújo

Luiz Carlos dos Santos (Rio de Janeiro, 7 de janeiro de 1951 – Rio de Janeiro, 4 de agosto de 2017, mais conhecido como Luiz Melodia, foi um ator, cantor e compositor brasileiro de MPB, rock, blues, soul e samba. Filho do sambista e compositor Oswaldo Melodia, de quem herdou o nome artístico, cresceu no morro de São Carlos no bairro do Estácio.

Foi casado com a cantora, compositora e produtora Jane Reis de 1977 até sua morte, e era pai do rapper Mahal Reis (1980).

Lança seu primeiro LP em 1973, Pérola Negra. No "Festival Abertura", competição musical da Rede Globo, consegue chegar à final com sua canção "Ébano". 

Luiz Melodia - Foto

Nas décadas seguintes Melodia lançou diversos álbuns e realizou shows no Brasil e na Europa. Em 1987, apresentou-se em Chateauvallon, na França, e em Berna, Suíça. Em 1992, participou do "III Festival de Música de Folcalquier", na França, e, em 2004, do Festival de Jazz de Montreux, à beira do Lago Leman, onde se apresentou no Auditorium Stravinski, palco principal do festival.

Participou do quarto disco solo do titã Sérgio Britto, lançado em setembro de 2011 (Purabossanova).

Em 2015, ganhou o 26º Prêmio da Música Brasileira na categoria Melhor Cantor de MPB.[6] Em 31 de maio de 2018, foi confirmado como homenageado póstumo da 29º Prêmio da Música Brasileira.

Caricatura de Emicida
Autor Ulisses Araújo

Leandro Roque de Oliveira (São Paulo, 17 de agosto de 1985), mais conhecido pelo nome artístico Emicida, é um rapper, cantor, letrista e compositor brasileiro. É considerado uma das maiores revelações do hip hop do Brasil da década de 2000. O nome "Emicida" é uma fusão das palavras "MC" e "homicida". Devia as suas constantes vitórias nas batalhas de improvisação, seus amigos começaram a falar que Leandro era um "assassino", e que "matava" seus adversários através de suas rimas. Mais tarde, o rapper criou também um acrônimo para o nome: E.M.I.C.I.D.A. (Enquanto Minha Imaginação Compuser Insanidades Domino a Arte). As suas apresentações ao vivo são acompanhadas do DJ Nyack nos instrumentais. 

Emicida - Foto

A primeira aparição do rapper na mídia – fora as batalhas de improvisação – foi o single "Triunfo", acompanhado de um videoclipe com mais de 8 milhões de visualizações no YouTube. Emicida lançou seu trabalho de estreia em 2009, uma mixtape de vinte e cinco faixas intitulada, a Pra quem já Mordeu um Cachorro por Comida, até que eu Cheguei Longe..., pela sua própria gravadora Laboratório Fantasma. Em fevereiro de 2010, seu segundo trabalho veio em formato de EP com o título Sua Mina Ouve Meu Rep tamém. Em 15 de setembro do mesmo ano, foi lançada a também mixtape Emicídio, adjunta a um single homônimo. Além de cantor, Emicida atuou como repórter nos programas Manos e Minas, da TV Cultura e no sangue B da MTV brasil. Em 2015, lançou o álbum Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa... que lhe rendeu uma indicação ao Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Música Urbana, em 2019 lançou o projeto amarelo que compõe de um álbum de mesmo nome, podcast, além de um documentário e um show ao vivo publicados polo serviço de streaming Netflix.


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