Símbolos do Santanópolis

FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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terça-feira, 31 de agosto de 2021

PRIMEIRA POLÍTICA PÚBLICA DE CULTURA E LAZER DE FEIRA DE SANTANA[1]

Carlos A. Melo

 Santanopolitano, feirense, pesquisador, professor, historiador,escritor. 



    Muitas retretas foram realizadas pelas filarmônicas do nosso município.

Resolução n. 242, de 26 de janeiro de 1926.

O Conselho Municipal (Câmara) da Feira de Sant’Anna, resolve:

 Art. 1 – Fica elevada de um conto e duzentos mil reis para dois contos e quatro centos mil reis a subvenção ás duas sociedades orpheicas “25 de Março” e “Victoria” podendo o Executivo Municipal abrir o crédito necessário pela verba “Subvenções” até que possa ser levado o aumento no primeiro orçamento que se confeccionar depois desta lei.

§ único – Ficam obrigadas as referidas sociedades a fazer uma tocata por mês, cada, em dias diferentes, em um dos coretos da cidade, aos domingos ou feriados.

Art. 2 – Quando uma das sociedades deixar de fazer a tocata do mês lhe será descontada a importância correspondente.

Art. 3 – Revogam-se as disposições em contrário.

Paço do Conselho Municipal da Feira de Sant’Anna, 26 de janeiro de 1926. Farmacêutico José Alves Boaventura (presidente), José Pinto dos Santos (1º secretário), José Guimarães Suzart (2º secretário).

Publique-se e cumpra-se, Gabinete da Intendência Municipal da Feira de Sant’Anna, 27 de janeiro de 1926. Arnold Ferreira da Silva.


 



[1] Tìtulo sugerido por Fábio Nunes.


segunda-feira, 30 de agosto de 2021

TRANSPORTE DE GADO POR FERROVIA


Evandro J.S. Oliveira
 
    Nota ao lado, edição do jornal “Folha do Norte” de 13 de janeiro de 1945, mostra os problemas da inadequação da ferrovia para o transporte de gado para abate.

 FORAM ABATIDOS NESTA CIDADE BOIS PARA CONSUMO DA CAPITAL

     Desde a noite de domingo até às 10 hs. da ultima segunda-feira foram abatidas nesta cidade muitas dezenas de bovinos destinados ao consumo da capital e para ali transportados em caminhões dos respectivos abatedores.
Nota da Folha do Norte
    A providencia visou atender à falta premente de carne verde em consequencia de não terem chegados de trem que ultimamente conduzem gado vivo para ali.

    Desde que se introduziu a novidades de levar pela ferrovia as boiadas destinadas ao corte na cidade de Salvador diminuiu consideravelmente o mercado de gado vivo desta cidade, pois a maior parte das boiadas aqui vendidas procedia exatamente das mesmas, cuja produção só se quer transportar, agora, pela via férrea, com sensível encarecimento de condução.


    O uso do transporte ferroviário se mostrou inadequado para gado com destino aos matadouros. Esta foi uma das duas tentativas fracassadas, ameaçando a feira de gado de Feira de Santana.
    O Brasil negligenciou o transporte intermodal, que explora a eficácia de cada meio de transporte segundo suas especificidades. Um país do tamanho do Brasil ter somente 32 mil km de ferrovias é um absurdo. Em 1985/86, Sarney lançou o projeto da Norte-Sul, de 950km. Maior linha de trem do Brasil, a Ferrovia Norte-Sul tem mais da metade dos trilhos fora de operação. Planejada para ser a “espinha dorsal” GRANDE OBRA GOVERNAMENTAL PARA O BRASIL E PRINCIPALMENTE PARA BAHIA do sistema ferroviário nacional, dos 4,1 mil km previstos, opera com 1,4 mil km entre Palmas (TO) e Estrela d’Oeste (MT). É o melhor exemplo da situação do modal ferroviário no país, subutilizado e pouco desenvolvido, especialmente no setor agropecuárioCanalRural.

     A localização do frigoríco MAFRISA foi a terceira tentativa no sentido de transporte de gado vindo do norte e sertão da Bahia para abate. O ramal ferroviário até a "Estação Nova" já tinha sido implantado. Onde hoje é o Shoping Boulevard existia os trilhos até os currais. Mais uma vez frustrada a tentativa de transportar gado por via férrea, a continuação para Serrinha não se concretizou. 
    
    
 


domingo, 29 de agosto de 2021

VIDA FEIRENSE – “FOLHA DO NORTE”, 20 DE JANEIRO DE 1945

Arnold Ferreira da Silva - Memorias

 coluna Vida Feirense - Folha do Norte


1840 – Joaquim Pedreira de Cerqueira, o homem mais rico de Feira,  assina a conta do que deu “em causa dote a Antonio Garcia Vitoria por casar-se com Clara Nerina de Cerqueira”. Figuram nesta conta, entre parcelas de maior vulto: uma escrava no valor de quatrocentos mil réis[1], um colar de ouro no valor de cento e vinte mil réis, um par de pulseira de ouro no valor cem mil reis, um par de brincos de diamante no valor de oitenta mil réis, e “meia mesa de louças e um aparelho de chá dobrado” no valor de quarenta mil réis.


1862 – Falece, na visinha freguesia de São Gonçalo dos Campos, o padre  Severo Cuim Atuá, muito conhecido nesta vila e em todo sertão por longa série de desmandos. Anteriormente à independência o nome desse padre era Severo Gomes da Silva.

1967 – Vêm ao mercado 500 bois. Abatem-se para consumo, nesta vila, 27 reses, que são retalhadas a preços entre quatro a seis mil réis a arroba. O preço dos couros verdes é de oitocentos réis a um mil réis.

1883 – Distribui-se a edição n. 126 d”O Vigilante” que reclama contra a deshmanidade de certo senhor na exploração de “misera escrava, porca, suja e maltratada, que anda guiando uma carroça particular ocupada em transporte de terra e adobes” nas ruas da cidade.

1887 – D. Rosa F. da Silva, por seu procurador, vende, nesta cidade, Antonio Alves Terra Dura, pelo preço de seiscentos mil réis, a escrava, preta, de 45 anos, Maria, “a quem qcompanha o ingênuo Chrispim”.

1910 – São expostas a venda, no mercado desta cidade, 510 reses bovinas, cujos preços variam de seis a sete mil reis para a arroba calculada.

1943 – Trovoadas e violentas descargas elétricas sobre a cidade. Em certa casa, a praça da Matriz, cai um raio que produz pequenos estragos materiais. Estavam ausentes os moradores.

Notas do Blog:

1.    Arnold Silva, na sua coluna, edita notas relevantes nesta data de 20 de janeiro nos vários anos (em negrito).

2.    Três notas sobre escravos, com indignação mostramos o “dia dia” desta ignominia.



[1] N.B. O preço de uma escrava era mais que o restante do dote. Também calculando  com os preços dos bois de abate, nota seguinte, cinco anos depois: uma escrava valia quase seis bois. Daí que algumas riquezas da época eram escravos, mais que terras e bovinos, em grandes lavouras de cana.


sábado, 28 de agosto de 2021

ANIVERSÁRIO DE ZÉ COIÓ E MARIA QUINTELA

Os dois aniversariantes de hoje são os santanopolitanos, do signo de Virgem e sob proteção de Obaluaiê, José Carlos Pedreira (Zé Coió) e Maria José Quintela Oliveira.

Que todos os seus sonhos sejam realizados e todos os seus desejos sejam alcançados. Feliz aniversário!

 

A TERCEIRA GUERRA MUNDIAL

ANTONIO MOREIRA FERREIRA - Poeta, escritor, memorialista e jornalista, autor de diversos livros, Membro da Academia Feirense de Letras e Vice-Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana. 

Em 1918 terminava a 1ª Guerra Mundial, iniciada em 1914. As maiores sequelas não foram a destruição material nem a queda da economia ou o número de mortos. A grande sequela foi ódio e sede de vingança de alguns ignorantes, liderados por um soldado cuja loucura pelo poder levou o mundo à Segunda Guerra.
1ª Guerra Mundial: 1914-1918

   A segunda guerra, iniciada em 1939 e terminada em setembro de 1945, já terminou com a cavalaria e os grandes navios encouraçados. Foi uma guerra com submarinos e bombas de alto poder de destruição, culminando com a bomba atómica em setembro de 1945.

Logo depois deu-se início a uma corrida armamentista e uma luta política para segurar aliados, tudo pensando na terceira guerra. O mundo ficou se perguntando como será a 3ª guerra? Até mesmo o grande filósofo da Relatividade, Albert Einstein, disse que a terceira não sabia, mas a quarta seria de paus e pedras.

Os grandes estudiosos de guerra erraram. Erraram estrategistas, engenheiros e indústrias bélicas. 

Surpresa geral. A terceira chegou. Chegou e ninguém viu. E está atacando o mundo sem encontrar resistência. Ela chegou com uma arma única: a morte.

A sua estratégia é quase imbatível: ataca nos dois extremos do sustentáculo da vida: a saúde e a economia. Se pararmos em grandes isolamentos e parar a economia não tem dinheiro nem alimentação. Se não houver isolamento, morrem todos.

3ª Guerra Mundial - contra Covid 19

Vamos esperar que os cientistas bélicos se juntem aos cientistas farmacêuticos e possam acabar com esta guerra de um minúsculo e invisível vírus, que tem ceifado quase um milhão de vidas[1].

Replicando: Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana nº 17 



[1] N.B. Infelizmente o autor morreu durante a batalha da 3ª guerra mundial, sem saber se ganhamos ou perdemos… vidas.


 

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

ANIVERSÁRIO DE ALMIR

Completa mais uma etepa na estrada da vida o santanopolitano, do signo de Virgem e sob proteção de Obaluaiê, Almir Miranda Fernandes. 

A vida é um milhão de novos começos movidos pelo desafio sempre novo de viver e fazer todo sonho brilhar. Feliz Aniversário!

 

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

ANIVERSÁRIO DE BALDOMERO


O aniversariante de hoje é o santanopolitano, do signo de Virgem e sob proteção de Obaluaiê, Baldomero Gonçalves.

Todos os grandes desejos começam no coração. E de coração eu te desejo: feliz aniversário!


 

PERFIL DE ANTÔNIO RIBEIRO FERNANDES DE OLIVEIRA

ANTÔNIO RIBEIRO FERNANDES DE OLIVEIRA


Nasceu no antigo Quaresma, distrito de Irará, hoje município de Santanópolis, no dia 15 de maio de 1932. Filho de Tibúrcio Fernandes de Oliveira e Maria Ribeiro de Oliveira.

Fez os primeiros anos escolares na cidade de  Santanópolis.

Em 18 de abril de 1944, seus pais se mudaram para Feira de Santana, indo residir numa chácara no Sobradinho. Começou a estudar na Escola Normal Rural, onde é hoje o CUCA, fazendo da 3ª à 5ª série primária, com a Prof.ª Helena Assis, terminando o curso no dia 08 de dezembro de 1951.

Submeteu-se ao Exame de Admissão ao Ginásio, no Colégio Santanópolis e aí mesmo, fez o Curso Cientifico, no turno noturno, concluindo em dezembro de 1954.

Foi chamado por Deus ao Ministério, viajando para o Rio de Janeiro, em 1958, a fim de fazer o curso de Teologia no IBP (Instituto Bíblico da Pedra de Guaratiba). Um ano depois foi transferido para o Seminário Presbiteriano Conservador, em São Paulo, onde concluiu o curso de Bacharel em Teologia, em 09 de dezembro de 1961.

De retorno à Feira de Santana tomou posse como Pastor da Igreja Evangélica Unida, no dia 01 de janeiro de 1964, situada na Rua Barão do Rio Branco, 978. Nesta Igreja esteve exercendo o pastorado, durante 32 anos.

Casado com a Prof.ª Lélia Vitor Fernandes de Oliveira com a qual tem os filhos: Isac Jader, Talita Melo, Livingston e Roderick (gêmeos) e Elisane Pinheiro, que no desdobramento da 2ª. geração tem os netos: Henrique Pedro, Benjamim, Arthur, Davi, Alinne, Levi, Liz, Beatriz e Isac Segundo.

Durante o seu pastorado conheceu Os Estados Unidos, África, alguns países da Europa, participando de Congressos e aqui no Brasil visitou Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, fazendo conferências.

Hoje aposentado é membro da Igreja Evangélica Fundamentalista de Feira de Santana, situada na Rua Felinto Marques Cerqueira, 585, Capuchinhos, onde seu filho que o substituiu, Roderick Vitor Fernandes de Oliveira é o seu Pastor

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

ANIVERSÁRIO DE TEREZA E NEYDE

Tereza

Hoje é o anoversário das santanopolitanas, do signo de Virgem e sob proteção de Obaluaiê, Maria Terezinha dos Reis Souza (Teresa) e Neyde Luiza Pinho Aloisio Oliveira. 

Neyde
Guarde na memória tudo que foi bom, e aprenda com o que foi menos bom. Agora começa mais um ciclo, aproveite e desfrute dele o melhor que conseguir.

 

terça-feira, 24 de agosto de 2021

HISTÓRIA DA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE FEIRA DE SANTANA - IV

JOÃO BATISTA CERQUEIRA Santanopolitano, Médico, Professor Adjunto de Urologia, Mestre em Ciências Morfológicas. Vice-Provedor da Santa Casa de Misericórdia.

Ver Também HISTÓRIA DA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE FEIRA DE SANTANA - III


1.     O Compromisso da Irmandade

As organizações associativistas e comunitárias caracterizam-se por obedecerem a um conjunto de regras dispostas em um estatuto, geralmente aprovado em uma reunião ou assembléia geral dos fundadores da instituição. As Misericórdias, desde a sua origem, em Lisboa, não fugiram a essa regra. As Irmandades eram organizações formadas por pessoas que, diante de uma realidade social injusta, movidas pela ideologia cristã, celebravam um pacto através do qual, coletivamente, pretendiam alcançar objetivos previamente definidos, de servir a coletividade mediante a prestação de serviços ao próximo.

O Compromisso da Santa Casa de Misericórdia da Villa de Feira de Sant’Anna, então elaborado, refletia muito bem o ambiente político, religioso e cultural em que vivia a sociedade feirense. O documento da primeira organização comunitária e caritativa do município tomou por base os ensinamentos cristãos e, como seus congêneres, defende a caridade como a maior missão a ser cumprida pelo homem.

Foi redigido em dezoito capítulos nos quais estão claramente definidos os objetivos da Irmandade, a qualificação exigida e o juramento para fim de admissão, as obrigações, os direitos e a exclusão dos irmãos, a eleição e o juramento dos irmãos que assumissem função diretiva, as atribuições dos componentes da mesa diretiva, do Provedor, do Secretário, do Tesoureiro, do Procurador Geral, dos irmãos Visitadores, dos irmãos protetores, da administração dos bens da Irmandade, do Hospital, da Capela e do Cemitério, da Secretaria. O texto é concluído com o capítulo das disposições gerais.

Registra o capítulo I:

Do fim e da administração da Irmandade

Art. I.0 A Irmandade da Santa Misericórdia da Feira de Sant'Anna é uma reunião de pessoas de ambos os sexos, que se destinão a exercer a Caridade pelos seguintes meios:

$ I.0 Fazendo curar em seu hospital os enfermos pobres e desvalidos, e prestando-lhes os soccorros espirituaes de que precisarem.

$ 2.° Dando sepultura no Cemitterio, que tratará de estabelecer, quando não possa obter o que já existe n'esta Villa, a cargo da Câmara Municipal, os cadáveres, não só dos enfermos de que trata o $ antecedente, mas também de quaesquer indivíduos absolutamente miseráveis e desamparados[10].

Art. 2.° A Administração da Irmandade pertence a uma Meza, composta por um Provedor, de um Secretário, de um Thesoreiro, de um Procurador geral e de doze Visitadores[11].

O capítulo II destaca:

Dos Irmãos, suas qualidades, admissão Formula de Juramento

Juro aos Santos Evangelhos servir e esta Irmandade conforme o seu compromisso; não escuzar-me, sem justa causa, de emprego algum para que

for eleito; nem deixar de haver-me com zelo e desinteresse no desempenho do que se me incubir a bem da Santa Mizericordia: Assim Deus me ajude[12].

No capítulo XVIII, destaca-se a definição do Selo da Irmandade e o registro de que, àquela época, estava em vigor uma legislação que previa a pena de morte e, finalmente, a data de fundação e o nome daqueles que subscreveram o documento.

Disposições geraes

Art. 61. O Sello das Armas da irmandade será semelhante ao das outras Casas de Misericórdia, com a competente modificação na legenda, que será: - Santa Casa de Misericordia: Assim Deus me ajude [13]

No capítulo XVIII, destaca-se a definição do Selo da Irmandade e o registro de que, àquela época, estava em vigor uma legislação que previa a pena de morte e, finalmente, a data de fundação e o nome daqueles que subscreveram o documento.

Art. 61. O Sello das Armas da irmandade será semelhante ao das outras Casas

de Misericórdia, com a competente modificação na legenda, que será: - Santa Casa

de Misericórdia da Feira de Santa Anna [14].

Art. 64. A Irmandade seguirá o piedoso costume de todas as Misericórdias de

prestar conforto, e soccorros aos que tiverem de soffrer execução de pena capital;

pelo que, logo que qualquer condenado seja posto no Oratório, lhe mandará o

Capellão ou outro Sacerdote para o consolar, e fazer-lhe religioza companhia, até

que se ultime a execução: ser-lhe-há dada alimentação e fato se precisar; e a

Irmandade tomará a seu cargo mandar sepultar o cadáver se não houverem amigos,

ou parentes que o queiram fazer[15].

Art. 65. O presente compromisso, depois de approvado, será registrado e 

impresso, dando-se um exemplar a cada irmão, e remettendo-se um a cada uma das 

Casas de Misericórdia da Província. 


Villa de Feira de Sant’ Anna 25 de Março de 1859. 


Luiz Antonio Pereira Franco 

Leonardo José Pereira Borges 

Joaquim Pedreira de Cerqueira 

Victorio José Fernandes Gouvêa 

Manoel Joaquim Pedreira Sampaio 

Padre José de Cupertino e Araújo 

João Ladisláo Japi-Assu de Figuerêdo e Araújo 

Antero Cícero d’Assis 

Dr. Sinfronio Olimpio Bacellar [16] 

As organizações religiosas precisavam receber a autorização oficial da Igreja para o

seu pleno funcionamento. Apenso ao Compromisso, encontra-se o competente despacho,

datado de 19 de Abril de 1860, assinado pelo Arcebispo da Província da Bahia Dom

Romualdo Antonio de Seixas. [17]

Após aprovação pelo Poder Eclesiástico o Compromisso foi finalmente aprovado pelo 

Governo da Província, na data de 13 de Maio de 1860, assinado pelo Presidente da Província 

Desembargador Antonio da Costa Pinto.

Estava legalmente constituída a Santa Misericórdia da Villa de Feira de Sant’Anna.

Presidente
 Antonio da Costa Pinto

 
D. Romualdo Antonio de Seixas












3. O óbolo do Imperador

A Villa de Feira prosperava, destacava-se e assumia a sua vocação natural de grande entreposto comercial. Diante da sua localização estratégica e seu desenvolvimento, foi incluída no roteiro de visita que o Imperador D. Pedro II (1825-1891) e a Imperatriz Tereza Cristina fizeram ao interior da província da Bahia. A visita à província aconteceu entre os dias 6 de outubro e 19 de novembro de 1859, período em que a Bahia era presidida por Herculano Ferreira Penna (1811-1867).[18]

O casal real esteve em Feira de Sant’Anna nos dias 6 e 7 de novembro de 1859. Na
oportunidade, uma comissão liderada pelo Dr. Luiz Antonio Pereira Franco que fez um relato,
ao monarca, no qual expressava o desejo de fundar um asilo de enfermos na vila, solicitando
proteção e ajuda para tal fim. Atendendo ao pedido que lhe havia sido dirigido, o Imperador
fez uma doação de dois contos de réis. Em razão do consentimento e da ajuda prestada pelo
soberano, foi decidido que o Hospital pertencente à Irmandade seria denominado Imperial
Asilo de Enfermos, mais tarde, Hospital D. Pedro II.

D. Pedro e D. Tereza

O relato bastante detalhado dos episódios relativos à visita a Villa encontra-se no
Diário de Viagem do Imperador, abaixo parcialmente reproduzido:

SS. MM. chegaram a Feira de Santana, acompanhadas por essa esplêndida cavalgada, pouco depois das 3 horas da tarde, e dirigiram-se ao paço onde decantaram das fadigas de tão incômoda viagem feita ao rigor do sol.
A casa destinada para Paço Imperial foi o sobrado do Sr. coronel Pedreira que com seus filhos tomaram também parte importante nos preparativos para a magnífica recepção.
O Paço estava mui bem ornado e o serviço de mesa foi sempre muito bom.
A comissão encarregada dêsses preparativos compôs-se dos seguintes Srs: - Dr. Luís Antônio Pedreira Franco. – Dr. Sinfronio Olimpio Bacellar – Coronel Joaquim Pedreira de Cerqueira. – Dr. João Ladislau Japiassu. – Dr. Antero Cícero de Assis. – Tenente-coronel Manoel Joaquim Pedreira Sampaio. – Tenente-coronel José Ferreira da Silva Junior. – Tenente-coronel Marcolino Gonçalves Mascarenhas.
– Dr. Gil Pedreira de Cerqueira – Capitão F. Gonçalves Pedreira França. – Capitão Leonardo José Pereira Borges. – Capitão Joaquim Alves Godinho. – Capitão José Manoel de S. Boaventura. – Vitorino José Fernandes Gouveia. – Francolino Pedreira de Cerqueira. – Luís José Pereira Borges. – Filipe Pedreira de Cerqueira. – Coronel José Batista Carneiro.
Nesse dia à tarde S. M. admitiu a sua presença uma comissão compostas dos Srs.:Dr. L. A. Pereira Franco (relator) Dr. Comandante superior Sinfrônio Bacelar, Tenente-coronel M. J. Pedreira Sampaio, Presidente da Câmara Leonardo Borges, Coronel Pedreira de Cerqueira, Dr. Juiz Municipal Japiassu, Dr. Promotor Antero Assis, Padre José Cupertino, Cidadão Victorino de Gouveia.
Essa comissão suplicou a S. M. a graça de tomar sob sua Imperial Proteção, um asilo de Enfermos, que se pretendia criar naquela vila, dignando-se S. M. permitir que fôsse dado a êsse estabelecimento o nome de – D. Pedro II. 
S. M. respondeu que aplaudia muito idéia tão humana e filantrópica, alegrando-se não pouco de ter isto ocorrido por ocasião de sua visita àquela vila, e que não só permitia que o estabelecimento tomasse o seu nome, mas também assegurava-lhe sua alta proteção.
Acrescentou que daí a poucos momentos saberiam com quanto auxiliava desde logo uma obra tão meritória. Pouco depois o mordomo de S. M. entregava ao Sr. Pedreira Franco 2:OOO$OOO para serem aplicados à fundação do Imperial Asilo de Enfermos – D. Pedro II. S. M. deixou 500$000 aos pobres, e deus mais de 350$000 aa diversos. 
Quando S. M. percorreu a vila, teve ocasião de examinar o local para êsse estabelecimento, ordenando ao Dr.Juiz de Direito presidente a comissão que se entendesse com o Sr. Dr. F. Bonifácio de Abreu, médico do Paço, sôbre as condições do lugar, o que imediatamente se cumpriu designando o Sr. Bonifácio o ponto em que deverá efetuar a construção do edifício.
No intuito de comemorar a visita imperial àquela vila o Sr. Dr. Franco, prevalecendo-se de uma subscrição que para aquele fim se tirara outrora, havia-se dirigido a maior parte dos subscritores, fazendo-lhes ver quão oportuna era a ocasião para realizarem a fundação de tão humanitário estabelecimento, e declararam êles ainda valiosas as suas assinaturas. Em virtude disso espôs-se de novo a subscrição às assinaturas de muitas outras pessoas que depois daquela época passaram a residir na vila da Feira, reunindo-se desta sorte uma soma de cerca de 10:000$000.
Foi êste, sem dúvida alguma, um dos mais belos vestígios da Viagem Imperial.19

Indubitavelmente, a visita do Imperador se deveu à grande importância econômica que representava a “feira” de gado da Vila de Feira. Por outro lado, tal visita foi fundamental para a aceleração do desenvolvimento social e político e consolidação dos passos iniciais da primeira organização caritativa e assistencial da florescente vila.

10] Franco L. A P. Compromisso da Irmandade da Santa Misericórdia da Feira de Sant´ Anna. Bahia: Tip. de Antonio Olavo da França Guerra, 1860. p. 3 

[11] Franco L.A.P. Ob. cit. p. 4

[12] Franco L.A.P. Ob. cit. p. 6

[13] Franco L.A.P. Ob. cit. p. 38

[14] Franco L.A.P. Ob. cit. p.39, 40

[15] Franco L.A p. Ob. cit. p. 40 

[16] Franco L.A p. Ob. cit. p. 41-2 

[17] Franco L.A p. Ob. cit. p. 43-4

[18] Wildberger, A. Ob. cit. p. 405-15

[19] D. Pedro II. Diário de Viagem ao Norte do Brasil. Salvador: Progresso, 1959. p. 272-79




segunda-feira, 23 de agosto de 2021

INSTRUMENTOS MÉDICOS ANTIGOS - VII


 

ANIVERSÁRIO DE ADILSON

Completa mais uma etapa no caminho da vida o santanopolitano, do signo de Virgem e sob proteção de Obaluaiê, Adilson Simas. 

Desejo muita paz, alegria, sorte e sucesso para você sempre! Feliz aniversário!

 

PASSAMENTO DE MARIA DA CONCEIÇÃO RIBEIRO TORRES

23.02.1918
22.08,2021


É como muito sentimento que noticiamos o falecimento da santanopolitana Maria da Conceição Ribeiro Torres, 103 anos, ocorrido ontem à tarde. O sepultamento ocorrerá às 15 horas no cemitério da Piedade. Nos juntamos aos familiares na dor.


 

domingo, 22 de agosto de 2021

O SAUDOSO EDVAL SOUZA


O santanopolitano Mário Moreira, enviou ao Blog Santanópolis esta relíquia, publicada no jornal "Folha do Norte", edição 10 de março de 2008. Rememorando o saudoso radialista Edval Souza, falecido a 36 anos. Iniciando o texto com o seu famoso bordão "se não quer que a notícia apareça não deixe que o fato aconteça."


 

 

ANIVERSÁRIO DE PAULO

O aniversariante de hoje é o antanopolitano, do signo de Leão e sob proteção de Xangô, Paulo Soares.

Aniversário não é apenas aumentar um número à idade, devem se alegrar e celebrar por completar mais um ano de vida. Feliz aniversário!

 

sábado, 21 de agosto de 2021

CONDESSA DE BARRAL, A PAIXÃO DO IMPERADOR D. PEDRO II


A propósito da novela da Globo, sobre D. Pedro II:

Olá, no vídeo de hoje veremos a história de Luísa Maria Barros de Portugal, mais conhecida como Condessa de Barral. Ela foi uma mulher forte, que se viveu entre dois mundos, se tornou tutora das princesas imperiais, e a maior paixão de D. Pedro II.


ANIVERSÁRIO DE IZA


Comemorando data de nascimento a  santanopolitana, do signo de Leão e sob proteção de Xangô, Araiza Sampaio Portugal (Iza).

Feliz aniversário! Que sua vida seja cheia de bons e felizes momentos. Parabéns!


 

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

PERFIL DE JOSÉ ALEXANDRÍMO DE SOUZA

Nasceu em Feira de Santana/BA, no dia 29 de agosto de 1923. Filho de Manoel Alexandrino Souza e D. Augusta Rosa de Souza Cursou o primário na Escola João Florêncio Gomes, o Ginásio e Contabilidade no Colégio Santanópolis. Formado em Contabilidade exerceu a profissão, como Contador da Firma Marinho Falcão S/ A, durante 18 anos. Instalou a casa comercial "Imperatriz" no ramo de roupas e sapatos. Sócio fundador da firma Alexandrino e Cia. e da Indústria e Confecções de Roupas Samir Ltda.

Foi presidente da Associação Comercial e sócio da mesma durante 30 anos; Presidente do Centro das Indústrias de Feira de Santana; membro do Conselho Diretor do Centro Industrial do Subaé; Procurador Geral da Santa Casa de Misericórdia, durante dois períodos; fundador do Grémio Estudantil Honorato Bonfim; articulista do jornal "Santanópolis", órgão estudantil, num período de dez anos; Diretor do SIM (Serviço de Integração do Migrante).; Idealizador do Projeto de construção do Velório da Santa Casa de Misericórdia.

Na presidência do Rotary Clube Feira Leste e um dos seus fundadores, elaborou o Estatuto e o Regimento Interno do Clube; deu apoio à Fundação Rotária, sendo a 1ª contribuição, deixando o Clube com 100% com a Fundação; indicou como sócios honorários os rotarianos: Newton da Costa Falcão, Antônio Manoel de Araújo e Jonathas Teles de Carvalho; coordenou a "Semana da Paz", após guerra - Companheiro Paul Harris do Rotary International; participou do Interclube de Alagoinhas e Cachoeira/São Félix; encetou campanhas de aquisição de material de construção, para a edificação da Escola Rotary; campanha de vacinação contra a Paralisia Infantil; organizou o cadastro geral do Clube; instituiu a entrega do escudo "Past- President" a todos os ex-presidentes; criou no Clube o Concurso e o Troféu Comerciário Padrão.

Participou ativamente do movimento da ADESG, (Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra) em Feira de Santana, na função de coordenador e diretor de cursos, em nível de Pós- graduação do 19 ao 5^ Ciclo de Estudos de Política e Estratégia; Autor do Projeto para a outorga do Título de Cidadão Feirense, ao Gal. Oswaldo Ferraro de Carvalho, que comandou o I85 Regimento de Infantaria.

Presidiu o Grupo de Escoteiros Domingos Barbosa.

Professor da Escola Primária Leonídio Rocha, criada pela Loja Maçónica Harmonia Luz e Sigilo, onde foi Venerável; Ex- presidente do Centro das Indústrias de Feira de Santana.

Coordenador da Semana da Paz, quando se comemorou 50 anos do fim da 2^ Guerra Mundial; Diretor da FEIRAM (Feira de Indústria e Comércio) realizada no Edifico Mandacaru.

Sócio Remido da Associação dos Ex-Combatentes e Coordenador dos Pracinhas; Conselheiro da Universidade Estadual de Feira de Santana; ex-Diretor do Montepio dos Artistas Feirenses; Sócio Benemérito da Associação Comercial de Feira de Santana; Sócio Fundador da Associação Comunitária Amigos de Feira de Santana (extinta); Sócio Honorário do Rotary Club Novo Horizonte; membro do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana.

Recebeu as seguintes homenagens: Diploma de Amigo 355 B.I.; Diploma de Amigos dos Ex-Combatentes; Medalha Amigos da Universidade Estadual de Feira de Santana; Companheiro Paul Harris; Medalha de Honra ao Mérito pela Associação Comercial de Feira de Santana; Comenda João Marinho Falcão do Centro das Indústrias de Feira de Santana; Medalha de Mérito Maçónico, pela Loja Maçónica Harmonia, Luz e Sigilo; Grau 33, pelo Supremo Conselho da Maçonaria para a República Federativa do Brasil, no Rio de Janeiro; Ordem Municipal do Mérito pela Prefeitura de Feira de Santana, no Grau de Comendador; batiza a sede da Associação Comercial, como Casa do Empresário José Alexandrino de Souza; Certificado de Reconhecimento do Diploma da Escola Superior de Guerra.

Casado com a Prof.- Ariedalva Araújo Souza com quem tem cinco filhos: Marcos Manoel, Engenheiro Civil; José Alexandrino Souza Filho, Licenciado em Letras, com Francês, com Doutorado e Pós-doutorado, pela Universidade de Bordeaux, na França; Liliane Maria, Arquiteta; Marcelo Augusto, Licenciado em Eletrónica e Maurício, Advogado.

Depois de ser acometido por um AVC, veio a óbito no dia 05 de abril de 2020. A sociedade feirense lamenta o falecimento de um cidadão probo e participativo.

LELIA VÍTOR FERNANDES DE OLIVEIRA 

- Santanopolitana, professora, pesquisadora, poetisa e escritora Tem vários livros publicados, é Membro do IHGFS, da Academia de Educação de E de Santana e Presidente da Academia de Letras e Artes de Feira de Santana.

 

Filme do Santanopolis dos anos 60