Símbolos do Santanópolis

FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

PEDRO BURRINHA E A PRIMEIRA MANICURE DA CIDADE

José Carlos Pedreira
ZÉ COÍÓ
(marca do jornalista)
Santanopolitano
Proprietário do jornal
"Feira Noite & Dia"
Pedro Burrinha
cortando o cabelo
de João Marinho
Entre tantas personagens com as quais convivi muito de perto, escolhi um cabeleireiro/barbeiro famoso para trazer à lume neste trabalho. Ele foi a primeira pessoa que conheci, quando aqui cheguei Pedro Burrinha. Era um homem alto, esguio, charmoso, muito elegante. Foi proprietário da mais conpleta e mais bonita barbearia da Cidade: a “TRÊS AMÉRICAS”. Como sócio ele tinha dois ex-Prefeitos, comerciantes, João Marinho Falcão e seu filho Newton da Costa Falcão.
Eu havia acabado de chegar em Feira de Santana e o meu irmão, Laudelino Pedreira, levou-me para cortar o cabelo com o Pedro Burrinha. Analisei-o um homem notável, contador de histórias e estórias, criador de pássaros cantadores.
Eu sempre fui “enganjento” para cortar o cabelo; tinha horror à cadeira de barbeiro e chorava quando isso acontecia. Não foi diferente como Pedro. Mas ele, espontaneamentc, resolveu fazer a minha cabeça; a primeira frase que ele me disse foi a seguinte:
“- Você leva jeito para ser um ótimo jogador de futebol...”- e acrescentou: “- Se você ficar quieto durante o corte de cabelo, prometo que lhe darei uma chuteira de presente.” - e passou a contar-me histórias dos grandes craques do nosso futebol.
Fiquei amigo daquele homem. Tão íntimos nos tomamos que, posteriormente, em novembro de 1948, fiz urna grande reportagem com o título: A FIGURA DA MANICURE.
Contou Pedro: “Certa feita chegou aqui na barbearia, que era considerada de luxo, um cliente que o “oficial” de ajudante de barbeiro me chamou a um canto e me disse: - Seu Pedro, tem aí um cidadão que quer cortar o cabelo, mas ele está descalço; mando ele se retirar? - Achei aquilo uma humilhação; fui lá no fundo da barbearia, peguei um par de sapato meu que havia mandado engraxar para ir a uma festa naquela noite, mandei que o homem calçasse e viesse sentar-se que eu iria cortar o seu cabelo. Na sua hora ele sentou-se e eu cortei o seu cabelo e barba; ele pagou a conta e eu distraído, nem notei que ele saiu e esqueceu de tirar os meus sapatos. Levou o meu par de sapatos novo e nunca mais voltou”. Mas voltemos à verve da história: a figura da manicure:
Naquela época, tínhamos uma sociedade cheia de preconceitos. E foi exatamente na TRÊS AMÉRICAS QUE APARECEU A FIGURA DA MANICURE. Bom contador de histórias, Pedro começou, com seu jeito agradável: O primeiro problema apareceu com a manicure que eu havia contratado. Lourdes, era o seu nome, começou a trabalhar sob elogios de todos. Afinal era a primeira manicure em um salão de barbearia em Feira de Santana.
Uma semana depois, quando já acumulávamos no currículo mais uma vitória profissional, eis que chega uma senhora, carregada de desaforos, e dá início a um “bafafá”, perguntando aos gritos:
“- Seu Pedro, que história é essa do senhor arranjar essa cabrocha para cortar as unhas e ficar alisando as mãos do meu marido? “, eu retruquei: “- Minha senhora, não se trota disso...” - antes que terminasse a frase, ela partiu agressivamente: “- Seu Pedro, o senhor é um imoral; esse alisa-alisa aqui não vai dar certo, eu pego essa “nigrinha” e dou-lhe umas tapas e mando ela procurar o seu lugar “- Fui duro com ela, mas nada acalmou sua fúria; aconselhei: “- Por que a senhora não corta as unhas do seu marido? “- A sua resposta foi mais violenta: “- O senhor faça o favor de não se meter na minha vida particular, se eu corto ou não as unhas do Oscar não é da sua conta! “.
Na porta da barbearia já se encontrava cheia de gente assistindo aquele triste espetáculo. Pedro Capoteiro, motorista de taxi, que também a
ssistia a cena, intrometeu-se e perguntou: “- O que está acontecendo aqui? “- Amulher tomou a palavra e respondeu: “- E o senhor não se meta onde não é chamado. Pode ir embora!... Afinal o senhor faz parte dessa quadrilha que arranja mulheres para homens pois, como taxista, o senhor é quem deve carregar as “nigrinhas “para os homens!!! “.
Depois desse “causo”, Pedro contou-me outras aventuras,
inclusive com seus pássaros de estimação. E prosseguiu: “- Um dia o grande Luiz Gonzaga esteve aqui em Feira e veio cortar o cabelo aqui na barbearia: ouvindo o canto de um canário-da-terra que eu tinha, se apaixonou tanto que tive de lhe dar de presente. De Outra feita o Sr Carlito Bahia esteve aqui com oprofessor Joselito Amorim, acompanhando o ex-governador Carlos Lacerda. Naquele dia, eu estava com um fantástico cardeal aqui no salão. O ex-Governador se apaixonou pelo pássaro e o Sr Carlito Bahia disse: “- Pode levá-lo de presente, Governador”. Me doeu no coração, mas... Vinícius de Moraes também esteve em Feira e foi à barbearia porque também era criador de pássaros e foi conhecer o meu criatório. Resultado. tive que presentear a grande figura nacional com mais um bom pássaro. Outro que aqui esteve foi Jorge Amado, que era outro criador; e afinal fui presenteando toda essa gente até ficar resumido a estes, e espero que você não goste de alar pássaros...
Despedi-me do Pedro e quando já estava a alguns metros ele me disse: “- Olha, quando tiver um tempinho, passa por aqui para eu lhe dar aquela chuteira que lhe prometi quando você era menino - cá,cá,cá, ... sorrimos juntos. 

Transcrito da revista "História e Estórias dos Séculos XIX e XX (Escritas a cinquenta mãos).
Edição Especial do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana - 2015 p. 119/120

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

sábado, 25 de fevereiro de 2017

MARIA DA CONCEIÇÃO RIBEIRO TORRES

Postamos o aniversário de
Maria Torres 23.02.2017
registramos a longevidade e
pedi à família foto atualizada
Ana Maria nos enviou a foto acima.
Longevidade da Santanopolitana

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

ANIVERSÁRIO DE MARIA CONCEIÇÃO TORRES

No dia vinte e três do mês passado postei o aniversário de Antônio Barreto. Na ocasião fazia 88 anos, disse que era o Santanopolitano mais velho vivo, o segundo seria Amorim que completará 88 em setembro. Venho corrigir, hoje, Maria completa 99 anos, justificativa para registrar em separado. Parabéns. 

ANIVERSARIANTES DE HOJE

Cid
Godozinho
Os Santanopolitanos, Cid Daltro e Godofredo Navarro da Silva Filho (Godozinho), são os aniversariantes de hoje. Parabéns muito axé na véspera do carnaval.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

TRIBUNA POPULAR - 1967

Carlos A.O. Brito
O Santanopolitano Brito, desencavou recortes do jornal "Tribuna Popular", edição de agosto de 1967, onde consta três notas sobre o Santanópolis:
1ª aniversário do colégio;
2ª e 3ª, concurso de "Misse Elegante do Interior", sendo candidata Juçara Correia.


ANIVERSÁRIOS DE ONTEM E HOJE

 Ontem, 21.02, completou mais um ano de vida o Santanopolitano Sinval Galeão dos Santos e hoje aniversaria Margarida de Jesus Valverde. Parabéns e vida longas para ambos. 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

PROPAGANDAS ANTIGAS III

Propagandas antigas veiculadas, no Jornal "O SANTANÓPOLIS", veículo dos estudantes do Colégio Santanópolis na década de 50.

ANIVERSÁRIO DE ELICE PASSOS DA COSTA (LIA)

Lia é das Santanopolitanas, que compareceu a todos os Encontros,na qual os ex-alunos fizeram parte. Saúde para você.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

DESFILE DA BANDA DO SANTANÓPOLIS

Banda do Santanópolis, destaque
 para Márcia Brandão Santana
fazendo parte do  naipe de "Flauta Dôce"
 ela também tocou "Caixa".
 Hoje é cantora lírica


ANIVERSARIANTES DE HOJE

 Os Santanopolitanos aniversariantes, Helder Loyola Guimarães Alencar e Jean Parente Gusmão, parabéns pelo dia de hoje.

sábado, 18 de fevereiro de 2017

ANOS SANTANOPOLITANOS XXII


O Repetente!

Logo após o primeiro portão
À esquerda era a administração
Onde se concentrava toda diretoria
Aí funcionavam o caixa e a tesouraria

Virando à esquerda após o segundo portão
Localizava-se a, sala dos nossos professores
Após as aulas os mestres faziam a sua reunião
Proibiam a entrada de nós alunos, os sensores

Em uma espécie de largo, ficava o mural
Ali era apresentado o resultado semestral
Final do período lá estava o resultado final
Quem passava sorria, se perdia passava mal

Reprovados tinham a chance da segunda época
Ao chegar em casa sabíamos, ia cantar a jurupoca
Resultado na mão, quem perdia a bronca era certa
Poucos pais mantinham a calma, só os cabeça aberta

Pior não eram o castigo, ou dormir com couro quente
A pior vergonha era o aluno, ser chamado de repetente
Quem não passava na segunda época, morria de vergonha

Ver ex-colegas em classe superior era uma situação tristonha!

ANIVERSÁRIO DE GERALDA ALMEIDA SAMPAIO DE QUEIROZ

Parabéns Geralda, torcemos para encontrá-la com saúde e paz. que este evento se repita por muitos anos na sua vida.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

ANTES E DEPOIS DE MÁRIO SÉRGIO PINTO FERREIRA (CHINA)

China -1962
2ª série ginasial
China - 2012
III ENCONTRO DOS
SANTANOPOLITANOS
 

ANIVERSARIANTES DE HOJE

Dois aniversariantes comemoram mais um ano de vida, Adroaldo de Oliveira Dórea, a família diz que o aniversário é amanhã, mas na carteira de estudante, está registrado hoje (90 anos) e Zilma Maria Moreira Miranda, desejamos replay deste evento várias vezes.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

TURMA DO SANTANÓPOLIS COM O PROFESSOR CAPITÃO ARLINDO BARBOSA

A Santanopolitana Lúcia Lago, postou no face e Baby mandou para mim no Zap.
Alunos do Colégio Santanópolis na chácara do Professor Capitão Arlindo Barbosa.
Os poucos identificados por mim:
Da esquerda para direita em pé - 4ª Ana Lúcia (Xuquinha)...
Sentados nas cadeiras - 4ª Aninha Sampaio; 5ª Kátia Simões; 10º Arlindo Barbosa; 11ª esposa de Arlindo...
Sentados no chão - 3º Cajaíba; 4º Joel Luciano..
Quem identificar outros, comentem.

AS QUE FAZEM ANIVERSÁRIO HOJE

Anunciação
Marilda
Às aniversariantes, Maria da Anunciação Santiago e Marilda Pimentel Batista, nosso desejo de vida longa com saúde e paz.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

SOLIDÃO II

No quarto,
a voz rouca
contida
e sensual
de Janis Joplin.
Voz áspera
de vidro e metal
escorre pelas paredes
deixando atrás de si
mel e fel.
E na noite fria
eu procuro
a saída.



ANIVERSÁRIO DE ROSE MARY JESUS SAMPAIO

Parabéns Rose, pelo aniversário, muito axé para você.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

ANIVERSÁRIO DE ROSALVO REIS COSTA

Rosalvo está em festa com a família comemorando mais um ano de vida,parabéns.

RECOMENDAÇÃO DO LIVRO "DA ÁSIA"

Evandro J.S. Oliveira
Página 6 do livro "DA ÁSIA" de João de Barros, foto acima
e de Diogo Couto
Nova Edição Oferecida a sua Magestade
D. MARIA I - RAINHA FIDELISSIMA
LISBOA - Na Régia Officina Typografica
ANNO MDCCLXXVIII

Tendo lido uma referência sobre João de Barros, ele teria escrito o maior livro da Língua portuguesa, aguçou minha curiosidade. Buscando na Wikipedia, sobre J.B., confirmei o autor do livro "DA ÁSIA".
Procurei no site da Estante Virtual, representante de quase todos os "sebos" do país e não encontrei o livro. Encontrei em um sebo do Estados Unidos, uma edição rara com um preço inacessível de 25.000 dólares, possivelmente alguma relíquia, esta edição era de vinte e quatro volumes.
Aconselhado pelo Santanopolitano Betinho,voltei à Wikipedia e encontrei na Biblioteca Nacional de Portugal http://purl.pt/7030, a edição digitalizada, pode ser baixada gratuitamente, 24 volumes com cerca de 17.000 páginas.
Terminei de ler o 1º volume.
No início há uma certa dificuldade, por ser escrito em português de Portugal no século dezoito, e ainda por cima em OCR, abaixo imagem do exemplo da forma escrita no Capítulo II. Nosso cérebro é formidável, depois de três paginas lidas nos adaptamos e lemos com certa facilidade.

Sub-título do Capítulo II (como é escrito)
link para baixar gratuitamente, o primeiro volume, com 617 páginas. É uma edição especial em homenagem a Rainha Maria I.
http://purl.pt/7030/4/l-79443-p/l-79443-p_item4/l-79443-p_PDF/l-79443-p_PDF_24-C-R0150/l-79443-p_0000_capa-capa_t24-C-R0150.pdf

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

ANIVERSÁRIO DE ALTAMIRA CORDEIRO SANTANA NUNES (MIRA)

Parabéns Mira, pela data de hoje, que seu caminho seja livre de obstáculos e se houver que lhe dê forças para ultrapassá-los.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

CINEMA E TEATRO EM FEIRA DE SANTANA

GERALDO LIMA nasceu em Feira de Santana, em 7/1/1949. Militou no teatro a partir de 1965, como ator e depois como diretor,; atuando em cerca de 25 espetáculos, fez parte do filme “Palhaços “. Até o início dos anos 80, dirigiu dois espetáculos pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) “Terra da Danação” e “Guriatã Deus Menino “. Em 1965, trabalhou como compositor chegando a editar o jornal “Gazeta do Povo “. Depois atuou com a coluna Semana de Arte no jornal “Diário de Notícias”.
Em 1977, na Prefeitura de Feira de Santana, ocupou o cargo de Diretor de Promoções, repórter e Coordenador de Rádio e TV da Secretaria de Comunicação. Em 1979, ingressou no jornal “Feira Hoje” como repórter e editor-chefe. Trabalhou ainda nas revistas “Panorama” (1984) e “Viva Bahia” (1995) e jornal “Folha do Estado” (2009). Em 2000, fundou o site “Infocultural”. Atualmente, dedica-se à produção cultural.
Foto interna do Cine Theatro Santana - 1920
Ao fundo vemos o mezanino
O acervo cultural de Feira de Santana é de uma riqueza incomensurável em todas as linguagens artísticas, seja na música, na dança, no cinema, nas artes plásticas, na literatura ou nas artes cênicas. Tudo graças ao talento dos artistas, dentre os quais nomes de expressão nacional e internacional, que desempenham um papel fundamental nesse contexto, em que pese a ausência de mais atenção por parte do poder público. Isto, porém, não arrefece o ânimo dos artistas que, infelizmente, carecem de melhor estrutura dos espaços e do reconhecimento pelo seu trabalho, embora, mesmo assim, persistam.
A vida cultural da cidade passou a ter mais visibilidade nos idos dos anos 20/30, quando a dramaturgia e a literatura já se manifestavam com mais intensidade, de acordo com os historiadores. A construção do Cine Theatro Santana era uma semente que brotava para acolher os cinéfilos e a produção de nossos literatos. Erguido no centro da cidade, na antiga Rua Direita, depois batizada Conselheiro Franco, as exigências inexoráveis do progresso acabaram transformando o equipamento num improvisado estacionamento de veículos. Justamente ali, onde pisaram personalidades de renome como o jurista Ruy Barbosa e a musicista Georgina Erismann, autora do Hino à Feira - citados apenas como referência por sua notoriedade -, exibiam-se filmes do cinema mudo e tertúlias literárias promovidas por entidades como os grupos Dramático Taborda, Sales Barbosa e Grêmio Lítero-Dramático Rio Branco, que embeveciam os frequentadores. Desativado depois de enfrentar concorrência, chegar à falência e ser arrendado e reformado, o empreendimento sucumbiu.
No livro “A paisagem urbana e o homem – Memórias de Feira de Santana”, de Eurico Alves Boaventura, um dos artigos transcritos publicado originalmente em junho de 1939 noticiava que, naquela época, estava em curso um movimento com vistas a reorganizar o Clube Dramático Taborda, que se apresentava no Cine-Theatro Santana, localizado na Rua Direita (atual Conselheiro Franco).

Um dos precursores do teatro feirense, o desembargador Raymundo Pinto anotou: em 1919, ao visitar a “Princesa do Sertão”, como Feira de Santana foi denominada, o jurista Ruy Barbosa pronunciou conferência no Cine-Theatro Santana. Em outubro de 1934, o Grupo Dramático Taborda se apresentou com um elenco que incluía Gualberto[1] Costa, Martiniano Carneiro, Manoel da Costa, Amélio Vasconcelos e Alberto Boaventura. Funcionavam ainda os grupos: Dramático Sales Barbosa e Litero-Dramático Rio Branco. De acordo com a professora e pesquisadora Lélia Vitor Fernandes, o teatro contava com uma – bancada de 300 lugares, mas em pé cabiam mais ou menos 500 pessoas. Conforme apurou, em 1947 funcionava o Cine Theatro Elite, também na Rua Direita.
Cine Theatro Santana pouco antes de fechar as portas 
Em sua tese de mestrado em História pela Universidade Estadual de Feira de Santana, Aline Aguiar Cerqueira dos Santos diz que o Cine-Theatro  surgiu, em 1919, a partir da fusão com o Cinema da Vitória e o teatro. “E tal espaço passou a ser utilizado tanto para as exibições de filmes, quanto para os diversos espetáculos teatrais, musicais e literários. Sobre a mistura dessas duas artes, Raimundo Fonseca, ao se reportar à realidade soteropolitana, argumenta o quanto isto foi conflituoso, posto que o cinema, por ser ainda uma novidade no início do século XX, não tinha adquirido o prestígio que o teatro tinha”.
Vieram os anos 50. Grupos como o Taborda tentavam se rearticular. Em 1957, surgiria a Sociedade rural e Artística de Feira de Santana (SCAFS), por iniciativa de nomes como Raymundo Pinto, Francisco Caribé, Olney São Paulo, Francisco Barreto, que marcaria época no soerguimento do movimento teatral a partir da década de 60. Neste mesmo período, já existiam o Cine-Theatro Íris e o Cine Santanópolis, que funcionava como auditório do ginásio do mesmo nome, com seus quase 1.200 lugares. Era um deslumbre verificar nas matinês centenas de jovens formando longas filas  para adquirir os ingressos e negociar a troca de gibis e revistas em quadrinho. “Às segundas-feiras eram reservadas para os famosos bang-bangs, que tinham como tradicionais ‘mocinhos’ Buck Jones, Kay Maynard, George O’Brien, Tom Mix e outros”, lembra o cronista Antônio Moreira Ferreira, ou Antônio do Lajedinho.
As filas para assistir filmes épicos ou de faroeste começavam na frente do cinema, ao lado do Paço Municipal, e se estendia pela Avenida Getúlio Vargas até a esquina da rua J. J. Seabra, à época carinhosamente chamada Rua do Sol. Hoje, resta apenas a pipoca sujando as salas de shoppings e espectadores dividindo as atenções entre o celular e o filme, nessa ordem. Era nesse palco que acontecia a encenação de espetáculos teatrais que lotavam as salas do Santanópolis, depois denominado Timbira, do Cine Íris e também do auditório da Rádio Cultura, de frente da lateral do extinto Feira Tênis Clube, além do Cine Madri, que funcionava na Rua Castro Alves. Com a demolição do prédio da Avenida Senhor dos Passos, o Cine Íris, ainda resiste, agora funcionando na antiga Rua de Aurora, exibindo exclusivamente filmes pornográficos.
O movimento teatral prevaleceu durante a década de 60, quando a cidade conviveu com um intenso movimento que chegou a envolver mais de dez grupos teatrais, em que pese a censura imposta pela ditadura militar deflagrada em 1964. Eram tempos difíceis, mas os artistas conviviam e superavam os desafios, Os espaços foram desaparecendo, os artistas eram obrigados a conviver com a mutilação de seu trabalho e até exilar-se para fugir da repressão e da prisão sob a pecha de serem comunistas ou subversivos.
A mando dos militares, supõe-se, a direção do cinema proibiu a cessão de pautas, obrigando aos grupos buscarem alternativas, passando a utilizar o auditório do centro educacional Monteiro Lobato. Continuaram na luta até que o então prefeito João Durval Carneiro sensibilizou-se, alugou um imóvel na Rua Carlos Gomes, próximo ao Feira Tênis Clube, inaugurado em 1970 com o nome da ex-atriz Margarida Ribeiro, morta em acidente automobilístico. Findo o contrato, os artistas retornaram ao auditório do Monteiro Lobato, adaptado para funcionar como Teatro Municipal Margarida Ribeiro. Mergulhado em problemas estruturais, o referido espaço passa praticamente mais tempo desativado, o que denuncia a necessidade de uma casa de espetáculos digna das dimensões de Feira de Santana.
Enquanto isso, ao longo do tempo, os atores se profissionalizaram e surgiram novos espaços:

Teatro do Cuca, mantido pela Universidade Estadual de Feira de Santana; Teatro da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas); Centro de Cultura Amélio Amorim, administrado pelo Governo do Estado; e Centro de Cultura Maestro Miro, gerenciado pelo gavemo municipal. Todos ainda carecem de condições técnicas mais adequadas para seu completo funcionamento.
Transcrito da revista "História e Estórias dos Séculos XIX e XX (Escritas a cinquenta mãos).
Edição Especial do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana - 2015 p. 82, 83, 84




[1] Gilberto Costa, nota do Blog.


ANIVERSÁRIO DE WILSON OLIVEIRA PEREIRA

Wilson, Santanopolitano que junto a sua companheira Loura, foi a todos os encontros do Santanópolis, faz festa hoje, muito axé para você.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

ANIVERSÁRIOS DE HOJE

Parabéns Antonio das Graças Soares Souza (Palhaço) e Maria Luiza de Almeida Luz (Lú). Hoje é só festa nas residencias dos dois, felicidades. 

Filme do Santanopolis dos anos 60