Símbolos do Santanópolis

FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

terça-feira, 31 de maio de 2022

PREÇO DA ARROBA DO BOI FEIRA DE SANTANA

Preço para a semana de 30/5 a 03/6


 

ANIVERSÁRIO DE LOURDES

Hoje completa mais um ano a  santanopolitana, do signo de Gêmeos e sob proteção de Ibejis, Maria de Lourdes Tavares Carneiro.

Parabéns!

Feliz aniversário!

Que o sol, a lua e as estrelas brilhem mais vezes por ti.

 

segunda-feira, 30 de maio de 2022

POLÍTICA DE ANTÃO - XII

MARCOS PÉRSICO – Santanopolitano, cineasta, teatrólogo, escritor.

POLÍTICA DE ANTÃO - XI

OS DIAS SEGUINTES NÃO FORAM FÁCEIS...

[...] Imaginem vocês um homem sem nenhuma experiência administrativa e vê-se de repente ad­ministrando uma cidade debaixo de muita pres­são. Foi o que aconteceu com o nosso coronel Salú. Acompanhem [...]

A NOTÍCIA CORREU. OS quatro cantos da cidade. No bar do seu Zeca, o assunto era o novo prefeito e a prisão de várias pessoas. Aqueles mais bem informados sabiam que isso ia render muito. Já estavam comentando que o ex-prefeito teria que responder ao Inquérito Policial Militar (IPM). Este inquérito era quase que uma obrigação de todos os presos políticos.

E não deu outra.

Na noite de quarta-feira um caminhão do exército saiu de Nossa Senhora das Dores com destino a Caruaru, levando cinco presos. O ex-prefeito, o delegado, Tonho da Cachorra, Carlito Ba­calhau e um estudante que presidia o grémio da escola municipal e era assessor parlamentar de Tonho da Cachorra. Todos foram responder ao IPM.

O Coronel tratava de cumprir a rotina burocrática e não via a hora do capitão Duarte ir embora da cidade, para que ele pudesse de verdade governar. Mas isso estava longe de acontecer.

Em Caruaru, todos foram fichados, identificados, e seus no­mes passaram, a fazer parte da grande lista do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), e do Serviço Nacional de Infor­mação (SNI)

Esses dois órgãos foram criados logo após o golpe militar, para supostamente ter um controle daqueles que se rebelavam contra o sistema vigente. Mais tarde, surgiriam os DOI-CODE, e muita gente morreu ou por “acidente de tortura” ou foram assassinados.

Isso sem contar os inúmeros corpos, depois encontrados em cemi­térios clandestinos por todo o país.

De volta para a cidade, os presos foram colocados no armazém. O capitão Duarte se encontrou com o prefeito Salustiano e lhe co­municou que as ordens eram de torturar quem não cooperasse en­tregando outros subversivos. Para isso, fizeram uma adaptação da prensa de charutos, transformando-a num aparelho de tortura.

A primeira seção de torturas foi marcada para domingo pela manhã. O primeiro à ser inquirido seria o ex-delegado seguido do ex-prefeito. Eles teriam que confessar quem mais participava da célula comunista. O capitão Duarte estava com sede de sangue, queria a qualquer preço descobrir nomes para efetuar prisões e mais torturas.

O clima de terror estava implantado. Ninguém ousava comen­tar nada em canto algum. A sensação de que as paredes tinham ouvido também chegou a Nossa Senhora das Dores.

No domingo, logo cedo, o capitão Duarte já estava a postos no galpão quando o coronel Salustiano chegou. Trazia consigo um chicote de couro pendurado no pulso por um trançado de couro fino e uma argola de metal. Usava uma bota na cor preta e de cano alto, quase até os joelhos. O dia estava chuvoso e cinzento, como que preconizando o que haveria de vir.

O ex-delegado estava algemado e sentado perto da máquina de tortura e o capitão Duarte se aproximou dele dizendo:

-   Meu caro ex-delegado, tenho duas formas de obter do se­nhor uma confissão. Uma delas é a forma amigável e do diálogo. Basta o senhor dizer tudo o que sabe e dar os nomes que eu quero. A outra é obter essas informações fazendo o senhor sofrer muito. Fica à sua escolha em qual método quer conversar comigo.

Nisso, o capitão andava de um lado para o outro sem parar. Coronel Salustiano apenas observava.

O ex-delegado respondeu:

        -   Capitão, eu tenho as minhas convicções políticas, tenho mi­nha ética e minha lealdade. Acho um pouco difícil eu ter que en­tregar qualquer companheiro de luta somente para ser agradável ao senhor.

         Já que o senhor pensa dessa forma, serei obrigado a mostrar quem está com força neste momento.

        - Deu um sinal para o tenente, que pegou o ex-delegado pelos cabelos e colocou sua cabeça em uma prancha de madeira e começou a rodar a prensa com a finalidade de esmagar seu crânio. À medida que o tenente rodava o sem fim, uma espécie de parafuso esculpido na madeira, um pranchão ia descendo e apertando o crânio do delegado. Até certo ponto o delegado aguentou. Logo depois, ele começou a fazer cara de dor e o tenente parou de apertar. O capitão perguntou:

        Então delegado, prefere ter seu crânio estourado ou vai contar o que sabe?

        Virou-se para um sargento que estava do seu lado e disse:

        - Vá pegar todos os presos e coloque-os aqui para assistirem a este espetáculo.

        - Num instante, providenciaram para que todos estivessem em volta da prensa.

           -  A essa altura o capitão Duarte parecia ter orgasmos de tanto prazer que aquilo estava lhe proporcionando. Ele já nem falava mais. Ele gemia e gritava ordens:

        - Vamos cafajeste, abre o jogo. Fala desgraçado. Entrega logo.

        - O torturado gemia de dor. Uma baba escorria pelo canto da boca. Sua respiração era bastante ofegante.

        - Afrouxa a prensa.

        - Gritou o capitão.

        - O torturado sentiu um alívio e desmaiou.

        - O capitão mandou jogar água e o ex-delegado voltou a si. Estava tonto e sua cabeça doía muito.

        - O capitão se aproximou, agachou junto do corpo, segurou seus cabelos e disse baixinho ao seu ouvido:

        - Então? Já viu como as coisas funcionam por aqui? Vai falar agora ou quer um tempo pra pensar?

        - E num grito histérico, voltou a ameaçar a vida do delegado:

        - Fala, filho da puta, eu não tenho mais paciência...

        - Sacou uma arma, encostou na fronte do delegado e gritou novamente:

        - Fala vagabundo, você é a pior escória da sociedade, seu comunista safado. O seu silêncio vai te matar.

        - E olhando para todos, falou aos berros:

        - Ele está se matando por não querer falar. Ele está se matando!

         E num gesto cretino, de quem só tem a covardia como razão de viver, puxou o gatilho e estourou o crânio do delegado com um único tiro. Levantou-se ofegante e disse:

        - Tirem esse porco daqui, e que isso sirva de exemplo para os senhores quando forem interrogados por mim.

        - Saiu sem dar mais uma palavra.

        - O coronel Salustiano saiu atrás do capitão e sentindo-se tonto, parou no portão de saída e vomitou copiosamente. Entrou no seu Jeep e foi pra casa.

        - Os presos foram recolhidos para suas selas e o ex-prefeito entrou em pânico.   

ANIVERSÁRIO DE TÂNIA

Comemorando de nascimento hoje a santanopolitana, do signo de Gêmeos e sob proteção de Ibejis, Tânia Carneiro Franco.

Que todos os seus sonhos sejam realizados e todos os seus desejos sejam alcançados. Feliz aniversário!

 

domingo, 29 de maio de 2022

ALMOÇO DE COMEMORAÇÃO, PROFESSORES - 2015 E 2016


    Maria Cristina de Oliveira Menezes, Marinita, enviou a foto acima, sem identificação dos participantes. Apelei para Ada Bahia, colaboradora do Blog que nominasse os fotografados, por ter excelente memória e é uma das presentes.

    Oi Evandro, esta  foto foi tirada em um almoço em Busca Vida, Salvador, no dia do aniversário de Maria José Costa. São todas professoras. Da esquerda para a direita, a primeira da foto é uma amiga de Maria José, que não lembro o nome. A segunda é filha de Dr. Geraldo Leite, a terceira Lúcia Bahia., viúva de Dr. Antônio José Bahia, a seguinte é esta sua amiga, em seguida a aniversariante Maria José, Dr. Geraldo e a nossa querida Marinita.


    
      Ada Bahia: Esta segunda foto foi em um encontro em Salvador, em um Café. Estão Maria José, Elza Silva, eu, Maristela, Lúcia Bahia e como sempre minha amiga Marinita.

    Ada Bahia: Fotos dos anos 2015 e 2016.  Na primeira esqueci de citar Elza Silva que está entre mim e Maria José. Tenho outras fotos com Marinita, quando localizar lhe mando. Um abraço.




 

ANIVERSÁRIO DE LÍCIA E LINA

Lícia

As duas aniversariantes que aniversariam hoje são as santanopolitanas, do signo de Gêmeos e sob proteção de Ibejis, Lícia Maria Cotrim Rizério de Souza e Maria Lina de Souza Carneiro.

Lina
A vida é um milhão de novos começos movidos pelo desafio sempre novo de viver e fazer todo sonho brilhar. Feliz Aniversário!

 

sábado, 28 de maio de 2022

A ESTRATÉGIA DE CIRO GOMES

EVANDRO JOSÉ SAMPAIO DE OLIVEIRA


    Recentemente os comentários de alguns observadores políticos sobre as falas de Ciro Gomes, candidato a presidência da republica nas próximas eleições, são de que ele está perdendo eleitores quando ataca Lula e o PT exacerbadamente. Alguns creditam ao decantado “temperamento” dele. Ciro está consciente do caminho escolhido, tenho um entendimento que a rota vista no momento é a de uma chance, pequena, mas é a luz do fim túnel possível, pelo menos na visão dele. Vou tentar decifrar a estratégia do candidato do PDT para a campanha:

Existe uma fábula antiga que que ressurge como ideal para didaticamente mostrar o objetivo. A origem da fábula é a seguinte - Dois alces estão conversando quando vê um leão à espreita se preparando para atacá-los, um alce diz para o outro:

- Vou calçar meu galopim (antigo tênis), para fugir

- O outro alce retruca, você acha que vai conseguir fugir do leão?

- O primeiro alce, não, vou ganhar de você.

Interessante que esta historinha tem sido atualmente muito usada, até tem uma propaganda de um energético, RB, trocando o galopim/tênis pela bebida, que dá asas.

No caso de Ciro, ele precisa mostrar nas pesquisas ser o único possível para a sonhada terceira via, conseguindo arrebanhar votos de Lula ou Bolsonaro, precisando chegar muito à frente do quarto colocado no meado da corrida eleitoral, chegando ao segundo turno.

A campanha de Ciro Gomes acha que ele deve estar com dois dígitos em agosto, ele está tecnicamente no limite, considerando a margem de erro das pesquisas 2,5 para mais ou para menos, a última publicada está com 7 pontos. Quando chegar os debates e as propagandas, ele se acha o mais qualificado para alcançar o objetivo, aí no segundo turno predominará o voto por exclusão.

Mas tem hipóteses em que o resultado poderá ser o inverso, e em dois casos, poderá ser fatal para Ciro: primeiro, se perto do pleito houver um acirramento com pouca diferença entre Lula e Bolsonaro, haverá por consequência o famoso voto útil, esvaziando os votos dos outros candidatos, inclusive de Ciro. Segundo, se o quadro atual demonstrado pela Datafolha na última pesquisa se mantiver, onde Lula ganha no primeiro turno, 54% dos votos válidos, se dará o mesmo caso do voto útil, minguando a votação de Ciro.

Mas como disse um político mineiro, mineiro é bom fazedor de frases, “política é como nuvem, muda a cada momento”. E pesquisa mais ainda.

Como cada partidário escolhe a pesquisa que mais se ajusta a seu desejo, o Blog publicou um site especializado em análise de credibilidade dos institutos:

RANKING DE INSTITUTOS DE PESQUISA - BLOG PINDOGRAMA

 

  

ANIVERSÁRIO DE CÍNTIA

CA aniversariante de hoje é a  santanopolitana, do signo de Gêmeos e sob proteção de Ibejis, Cíntia Maria da Silva e Souza.

Todos os grandes desejos começam no coração. E de coração eu te desejo: feliz aniversário!

 

sexta-feira, 27 de maio de 2022

LUCAS DA FEIRA

FRANKLIN DE CERQUEIRA MAXADO

Dizem que o escravo

Tinha o corpo fechado,

(Mas qual o negro

Que não o tinha?)


Pantera assaltante

Nas noites das sombras

Rico branco atacava

Sombra na sombra


 Triste mundo

Mundo dos sem mundo

Sendo traído

Pela ingratidão


Cortaram teus braços,

Mas ai está a revolta

Enforcaram-te, mas tua voz

Mais viva agora assalta.

 

-    Lucas! Afinal quem és?

-     Eu sou a consciência da Feira.

A justiça de Santana.

 Queria dar o aquilo

Que tiraram daqueles.


- Lucas! Porque te chamam de ladrão?

Se roubaram teu pai, tua mãe,

Reduziram-te a escravo

 Se roubaram tudo - a liberdade.

ANIVERSÁRIO DE SELMA E VANJA

Completando mais uma etapa np caminho da vida as santanopolitanas, do signo de Gêmeos e sob proteção de Ibejis, Selma Seixas da Cruz e Vanja Dias Falcão.

Guarde na memória tudo que foi bom, e aprenda com o que foi menos bom. Agora começa mais um ciclo, aproveite e desfrute dele o melhor que conseguir.

 

quinta-feira, 26 de maio de 2022

PRIMEIRA FORMATURA DA ESCOLA TÉCNICA DE COMÉRCIO SANTANÓPOLIS

     Adnil Dias Falcão, autora da biografia de seu pai Newton da Costa Falcão, “OLHARES SOBRE NEWTON FALCÃO”, na página 47, coloca a foto abaixo com o seguinte relato: “… prestando um favor ao primo e amigo Joselito Falcão de Amorim, foi empossado nas funções de Inspetor Federal do Ensino Comercial junto a Escola Técnica de Comércio Santanópolis…”

Formatura da Escola Técnica de Comércio Santanópolis. À mesa
 Áureo Filho, Newton Falcão, Dival Pitombo e outros convidados
    Conhecendo o episódio, em uma das várias conversas com Amorim.

Nesta época início da década de 40, nenhum instituto de ensino do primeiro e segundo grau, funcionava sem um Inspetor do MEC. Quando da criação de Escola Técnica Comércio Santanópolis, em que Amorim como funcionário e professor de Matemática do Santanópolis, ajudou a implantar e se tornou aluno da primeira turma, sendo o orador da formatura, na foto discursando, desejoso de ser indicado para a função inspetor, sabedor que o Dr. Sátiro inspetor dos cursos de ginásio, científico e clássico do colégio, se recusou a mais uma inspetoria da Escola Técnica de Comércio, no turno noturno, ainda mais sem aumento do salário, pago pelo Ministério da Educação, mas como aluno era um impasse objetivo.

Foi quando apelou para seu primo, Newton que aceitasse o encargo durante três anos, quando se formaria e assumiria o Cargo, o que aconteceu.



ASSEMBLEIA GERAL DA COPERFEIRA - CONVITE AOS ASSOCIADOS

DATA DA ASSEMBLEIA 30/05/1922

 

ANIVERSÁRIO DE ANA

Completa mais uma ano de vida a santanopolitana, do signo de Gêmeos e sob proteção de Ibejis, Ana Maria de Oliveira.

Desejo muita paz, alegria, sorte e sucesso para você sempre! Feliz aniversário!

 

quarta-feira, 25 de maio de 2022

O PROBLEMA DOS 35 CAMELOS - O HOMEM QUE CALCULAVA.


O total de 35 camelos, de acordo com o enunciado da história, deve ser repartido, pelos três

herdeiros, do seguinte modo:

− O mais velho deveria receber a metade da herança, isto é, 17 camelos e meio.

− O segundo deveria receber um terço da herança, isto é, 11 camelos e dois terços.

− O terceiro, mais moço, deveria receber um nono da herança, isto é, 3 camelos e oito nonos.

Feita a partilha, de acordo com as determinações do testador, haveria uma sobra.

Observe que a soma das três partes não é igual a 35, mas sim a 33 e 1/18.

Há, portanto, uma sobra que seria de um camelo e 17/18 de camelo.

A fração 17/18 exprime a soma 1/2 + 1/3 + 1/9, frações que representam pequenas sobras.

Aumentando­se de 1/2 a parte do primeiro herdeiro, este passaria a receber a conta certa de 18

camelos; aumentando­se de 1/3 a parte do segundo, este passaria a receber um número exato de 12

aumentando­se de 1/9 a parte do terceiro herdeiro, este receberia exatos quatro camelos. Observe

porém que consumidas com esse aumento as três pequenas sobras, ainda há um camelo fora da

partilha.

Como fazer esse aumento das partes de cada herdeiro?

Esse aumento foi feito admitindo­se que o total de camelos não era 356, mas 36 camelos (com o

acréscimo de 1 ao dividendo).

Mas, sendo o dividendo 36, a sobra passaria a ser de dois camelos.

Tudo resultou, em resumo, do fato seguinte:

Houve um erro do testador.

A metade de um todo, mais a terça parte desse todo, mais um nono desse todo, não é igual ao todo.

Vejam:

1/2 + 1/3 + 1/9 = 17/18

Para completar o todo, falta, ainda, 1/18 desse todo.

O todo, no caso, é a herança dos 35 camelos.

1/18 de 35, é igual a 35/18.

 

A fração 35/18 é igual a 1 e 17/18

Conclusão feita a partilha, de acordo com o testador, ainda haveria uma sobra de 1 e 17/18.

Beremiz, com o artifício empregado, distribuiu os 17/18 pelos três herdeiros (aumentando a parte de

cada um) e ficou com a parte inteira da fração excedente


ANIVERSÁRIO DE ELY

A aniversariante de hoje é a  santanopolitana, do signo de Gêmeos e sob proteção de Ibejis, Ely Motta.

Aniversário não é apenas aumentar um número à idade, devem se alegrar e celebrar por completar mais um ano de vida. Feliz aniversário!

 

terça-feira, 24 de maio de 2022

A PRIMEIRA VEZ - I

RAYMUNDO ANTÔNIO CARNEIRO PINTO
 

Conto dividido em três postagens.

    De segunda a sexta-feira, o cursinho que preparava estudantes para o temido vestibular encerrava as aulas às dezessete horas. Logo depois, uma onda alegre e descontraída de rapazes e moças, formando pequenos grupos, aumentava o vaivém de gente no Jardim da Piedade. Alguns sempre demoravam na porta, comentando as novidades do dia. Outros preferiam conversar dando voltas em torno da praça. Os mais apressados corriam de imediato logo para o ponto de ônibus.     

A primeira vez - wikihow.com
    Ah!, mas havia os que a turma chamava "filhinhos de papai". Era o pessoal que tinha carro. Estes nunca demonstravam estar com pressa e raramente iam embora sozinhos. Os fregueses da carona eram certos. Entre os motorizados, existiam algumas garotas. Maristela, por exemplo, tinha um automóvel branco, presente do pai no Natal do ano anterior.

Quem não conhecia Maristela? Morena de olhos claros, estatura mediana, invejável corpo do tipo "enxuto", cabelos pretos, um pouco ondulados e cortados bem curtos. Uma jovem de 18 anos que irradiava beleza e simpatia. Um colega novo que pedia informações sobre aquela "menina linda" obteve a seguinte resposta de um cara cabeludo que estava ao lado mascando chicletes:

- Essa aí, meu chapa, é paqueradíssima, mas a coisa mais difícil é conseguir namorar com ela... Conheço um monte de gente que já tentou e desistiu.

No carro de Maristela só cabiam quatro pessoas além da motorista. Uma pena, pois um número muito maior de colegas gostaria de sentir o prazer daquela companhia agradável todos os dias. Não era somente pela alegria espontânea e pelo jeitinho cativante que ela possuía em alta dose. Havia outra razão que levava as meninas do curso a sempre procurarem um bate-papo com a simpática colega. Ela adorava falar sobre assuntos ligados ao sexo.

Cecília, Dora, Cristina e Zuleide, todas moradoras do bairro da Barra, onde Maristela também residia, eram suas companheiras mais constantes. Não chegavam a ser consideradas feias, mas, na opinião da rapaziada metida a entender de "mulherologia", deixam muito a desejar. Para sermos comedidos, diríamos que pertenciam ao grupo das "sem atrativos especiais". A verdade é que tinham dificuldade de arranjar namorados. A pouca experiência em contatos amorosos mais íntimos contribuía para que fossem as mais curiosas nas horas em que Maristela "pontificava" em torno de temas sexuais.

- Mais importante do que ato sexual em si, deve ser, sem dúvida, a fase de preparação. A mulher realmente experiente conhece se o homem é, ou não, um bom amante pela habilidade que ele demonstre em saber excitá-!a antes do coito.

Essa afirmativa foi feita uma vez por Maristela com tamanha convicção e tranquilidade que deixou suas habituais ouvintes absolutamente certas de que estavam diante de uma verdadeira "expert" em sexo. E mais: alguém que, além da teoria, demonstrava ter também considerável prática...

Uma das meninas, de outra feita, comentou que viu uma reportagem pela televisão sobre a pílula anticoncepcional, que inclusive prevenia poder ela ser causadora de câncer. Foi o bastante para que Maristela, com a maior desenvoltura, desse uma verdadeira "aula" a respeito dos métodos anticoncepcionais.

- Minha filha, - disse ela, começando - de vez em quando aparecem esses boatos de que a pílula dá câncer. Não acredito muito nessas estórias. Por enquanto, não inventaram método mais seguro. Eu, por exemplo, não confio nos outros. Soube que um cientista daqui da Bahia - Dr. Elsimar - está fazendo atualmente umas experiências, mas nada definitivo ainda.

Todas as garotas que iam no carro permaneceram silenciosas e atentas, como se escutassem a maior autoridade médica no assunto.

E prosseguiu, com desembaraço, como sempre:

- Hoje quase ninguém usa a tal tabela. É a que mais falha. Além disso, exige que a mulher seja bem regular nas menstruações. Existe também um dispositivo chamado DIU, que é introduzido na vagina. Dizem que às vezes provoca infecção. Deus me livre de ter um corpo estranho dentro de mim.

No dia seguinte a essa conversa, Cecília e Zuleide saíram atrasadas e perderam a carona. Aproveitaram o caminho de casa para tecerem alguns comentários sobre a desinibida e bem informada colega. Zuleide aventurou levantar uma dúvida que a estava deixando intrigada há tempo. E perguntou à companheira:

-Cecília, você acha que Maristela é tudo aquilo que aparenta? Você já conheceu algum namorado dela?

- Eu acho que Maristela tem demonstrado que entende mesmo de sexo - respondeu a outra.

- Não é isso que eu quero dizer- retrucou Zuleide. Concordo que ela lê muito sobre sexo e está bem informada. Mas acontece que, nas conversas, ela dá a entender que muita coisa daquilo que diz foi também vivido na prática. Não acha? Agora eu pergunto: praticou com quem? Já notou que a gente nunca conheceu um namorado dela?

Cecília não se convenceu, porém começou também a ter certas dúvidas.

As interrogações de Zuleide eram, na verdade, procedentes. Toda aquela sapiência de Maristela em relação aos temas sexuais não passava de uma cortina de fumaça para ocultar outro lado de sua vida que era totalmente desconhecido de todos. Portarás da jovem simpática e alegre, existia uma moça triste e cheia de temores diante do sexo oposto. Recebia inúmeras propostas de namoro, mas recusava todas, delicadamente. Um incidente ocorrido num passado não muito distante fez criar em sua mente uma total descrença dos homens em geral. Vale relatar os fatos.

Maristela ia completar 15 anos numa sexta-feira após o carnaval. Seus pais, Sr. Mário e D. Clara, tinham apenas dois filhos e o outro era um garotinho de apenas 7 anos. Prepararam uma festa que os colunistas sociais não tiveram defeitos a apontar. Para atender a uma promessa feita aos pais, ela não namorou antes de debutar. Entretanto, prometeu a si própria que se decidiria por um de seus paqueras na programada festa de aniversário.

Viera passar o Carnaval na Bahia um primo carioca de nome Antônio Carlos, apelidado Tom. Garotão de 17 anos, louro, cabelos longos, pele bem queimada do sol de Ipanema. Um "gato" na opinião unânime das meninas que o conheceram. Além de boa pinta, o carioca tinha um papo que encantava e apaixonava as menininhas. Corriam versões as mais exageradas em torno de suas aventuras durante o Carnaval. Com muito segredo chegaram até a circular notícias de que ele desvirginara três garotas. "Uma delas ficou grávida" - acrescentava, com malícia, uma conhecida comadre fofoqueira da redondeza.

Maristela só conheceu o famoso primo no dia da festa, mas não acreditava em nada do que lhe contaram sobre ele. Como não podia deixar de ser, Tom aplicou uma de suas infalíveis "cantadas" na prima. Comparou o bonito parente com os demais rapazes de suas relações. Vários deles também poderiam obter a classificação de "gato", porém nenhum tinha aquela conversa envolvente e aquele charme todo especial de Tom. Sua decisão foi tomada com rapidez. 0 primo a havia conquistado e seria seu primeiro namorado.

Não puderam ficar sozinhos no dia da festa. Afinal, a aniversariante tinha que se desdobrar em atenções aos convidados. Combinaram encontrar-se no fim da tarde do dia seguinte, um sábado. Encerradas as comemorações, Maristela não pôde dormir bem, apesar do cansaço. Como toda adolescente que se sente tocada pela primeira vez com uma flechada de Cupido, imaginou mil coisas. Em nenhum momento, contudo, pensou em sexo. Romanticamente se viu formando um belo par com aquele "garotão lindo". Por fim, admitiu que isso, sim, era o amor! Estava, sem dúvida, apaixonada.

Tom chegou pouco depois das 17 horas. A casa onde Maristela morava fora construída num vasto terreno. Ficava bem recuada e, na frente, havia um florido e cuidado jardim. Os pais estavam avisados do início do namoro e permitiram os encontros ali mesmo na área da casa. Sentaram num banco existente debaixo de uma frondosa mangueira. Enquanto estava claro, conversaram normalmente, e Maristela não deixou um só momento de contemplar seu amado. Que beleza e que encanto tinha o priminho!

A noite foi chegando. Com a claridade diminuindo a cada instante, Tom achou que estava na hora de acabar com o papo e "partir pra verdade". Quando namorava qualquer carioca - e sempre preferia as mais experientes - ele logo no primeiro dia costumava deslizar a mão boba por certas "zonas mais delicadas" do corpo feminino (a "verdade", para ele, era isso).

Continua: A PRIMEIRA VEZ - II

Transcrito da REVISTA DA ACADEMIA FEIREJSE DE LETRAS - 2021 ANO XV-Nº 11


segunda-feira, 23 de maio de 2022

PREÇO DA ARROBA DO BOI FEIRA DE SANTANA

 

Preço para a semana de 23/5 a 27/5

IMAGEM ANTIGA

Williane, filha de meu compadre Wilson Carneiro, enviou esta foto, quando da inauguração da bela loja de departamento “DeCarneiro”. Na foto da esquerda para a direita vemos: Martiniano Carneiro, o anfitrião; Joselito Amorim, na época prefeito de Feira de Santana e Áureo filho. Foto do início da década de 60. 

ANIVERSÁRIO DE MÉRCIA E NEUZA

Completa mais um ano de vida as santanopolitanas, do signo de Gêmeos e sob proteção de Ibejis, Mércia de Araújo Costa e Neuza Maria Sampaio Santos.

Feliz aniversário! Que sua vida seja cheia de bons e felizes momentos. Parabéns!

 

domingo, 22 de maio de 2022

HISTÓRIA DO FLUMINENSE DE FEIRA FUTEBOL CLUBE

ADNIL dias FALCÃO
Professora, licenciada pela Universidade Estadual de Feira de Santana. Especialista em Métodologia do Ensino Superior pela Faculdade de Educação da Bahia e em Educação Brasileira pela Universidade Federal da Bahia. Diretora Acadêmica, Assessora de Planejamento e Assessora Especial da UEFS. Autora de Livros e de outras publicações acadêmico-administrativas e literárias.
 

   Newton Falcão fiel à sua paixão pelo futebol, criou inicialmente o Palestrinha, um time que formara, com os irmãos e amigos, lá pelos idos de 1936 -1937, e que haveria de se transformar no Fluminense de Feira Futebol Clube.

    O futebol era, então, o principal divertimento dos jovens feirenses. A criação de equipes e as disputas de babas, peladas e campeonatos, nos campos espalha­dos pelos espaços vazios da cidade, constituíam uma das poucas diversões da molecada. Natural, portanto, que Newton fundasse um time, para participar des­sas competições. Deu-lhe o nome de Palestrinha, em homenagem ao Palestra Itália (atual Palmeiras). Organizado e bem dirigido, logo ganharia prestígio entre os jovens. Convidava e era convidado - algumas vezes desafiado - para impor­tantes pelejas, que aconteciam nos amplos quintais do Casarão da Avenida Se­nhor dos Passos[i], um dos palcos das entusiasmadas disputas.
    Em 1940 Newton adiantaria uma equipe mais forte e aguerrida. Entrou em contato com outra agremiação  o Ipiranga - comandada pelos irmãos Suzarte Gomes, que também se destacava nesse universo futebolístico, com vistas a formar um grande time local.

O diálogo sobre a junção das duas equipes - a dos Falcão e a dos Suzarte Gomes. Decidiu-se que o Palestrínha incorporaria o Ipiranga. A escolha de outro nome para o grupo rendeu muitas discussões. Afinal, Palestrínha carregava uma conotação infantil, que "já não cabia num time de craques”. Além disso, o clima da Guerra provocava rejeição a qualquer coisa que lembrasse a Itália. Segundo Wilson Falcão, foi Newton quem sugeriu batizar a equipe de Fluminense Futebol Clube, um preito ao grémio carioca de mesmo nome, do qual a maioria era torcedora. Essa designação também teve uma justificativa de ordem prática: trabalhava, na firma Marinho Santos & Cia., um guarda-livros (contador), chamado Balalair de Castro, que era ligado ao time do Rio de Janeiro. Se a nova agremiação adotasse aquele nome, ele conseguiria, para ela, todo material timbrado necessário ao uso da secretaria. A proposta, vantajosa do ponto de vista económico, foi aceita sem delongas.

Nasceu, assim, o Fluminense de Feira Futebol Clube, cuja fundação foi oficializada no início de 1941. Coube a Antônio, irmão de Newton, a presidência. Newton, que gostava mesmo era de jogar futebol continuou defendendo as cores da equipe, como atleta.

Equipe do Palestrinha-Fluminense Futebol Clube. A começar da esquerda,

 Newton é o quinto, meio escondido.

Com a criação da Liga Feirense de Desportos Terrestre - hoje. Liga Feirense de Futebol - para dirigir o esporte amador em Feira de Santana, em 1942, o fluminense filiou-se à entidade e, a partir de 1944, começou a disputar os campeonatos feirenses, caminhando rapidamente para a profissionalização. Na sua trajetória como amador, conquistou os títulos de 1947, 1949, 1950 e 1953. O último título assegurou-lhe o ingresso no futebol profissional, em 1954, sob comando de Wilson da Costa Falcão, seu primeiro presidente.

Integravam, ainda, o quadro diretor do clube Osvaldo Coelho Torres (vice-presisidente), Laudelino Lacerda Pedreira e Otto Emanuel de Carvalho (secretários), Ariston Carvalho (diretor técnico), Simônidas Carneiro (assistente), Fernando Garcia (diretor de sede), Colbert Martins da Silva (orador), Adroaldo Dórea, Alberto Oliveira e Valter Mendonça (departamento médico), Humberto Luiz Portela e João da Costa Falcâo (departamento jurídico). Newton, Antônio e Walter da Costa Falcão, Isaac e José Suzarte Gomes, Arivaldo Gomes de Santana e outros passaram a compor o Conselho Deliberativo, encabeçado por Manoel Contreiras.

Texto do livro "Olhares Sobre Newton Falcão", da mesma autora.



[i] Antes foi o segundo Hipódromo de Feira de Santana, depois Campo da Vitória, hoje nas imediações da praça Jakson Amaury.

 

Filme do Santanopolis dos anos 60