Símbolos do Santanópolis

FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

sexta-feira, 31 de março de 2017

ANOS DOURADOS DÉCADAS DE 60 E 70 - I

Cironaldo
Souza
Santos
Santanopolitano
Jornalista
A explosão musical do século

Os Beatles encantou o mundo com
seu estilo romântico de cantar
O inconfundível Roberto Carlos
em plena forma continua s nos
encantar com estilo de
suas interpretações
Rolling Stones sacudiu a plateia
mundial com o jeito alucinante de
seus shows
Com a explosão musical na segunda metade da década de 50, com o surgimento nos Estados Unidos do Rock Roll e o fenômeno Elvis Presley se apresentando na televisão americana, em 1956, com seu estilo revolucionário, o mundo todo aderiu e passou a cantar e dançar acompanhando a moda americana, ganhando projeções quase que incontroláveis na década seguinte. Nos anos 60, batizado como "ANOS DOURADOS", baseado na transformação profunda no meio musical e artístico da época, provocada pelo mito Elvis Presley, novas estrelas e conjuntos musicais se destacavam a cada novo momento: Beatles, Rolling Stones, entre outros, a nível internacional.
Elvis Presley, provocou a grande
explosão musical do século, com
voz inconfudível e  a irreverencia
de suas apresentações.
No Brasil, a Bossa Nova, com Tom Jobim, Vinícius de Moraes e o baiano, João Gilberto, estava no auge. Surgia Roberto Carlos e a Jovem Guarda, ganhando fôlego num ritmo a toda velocidade, com o País inteiro passando a cantar com as novas estrelas do mundo musical brasileiro que encantavam a população. Em seguida, veio a Tropicália, o movimento encabeçado por Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Os meninos "Trogloditas" de Feira, com suas apresentações
davam o tom da transformação musical do século.
A Bahia passava a ocupar um espaço de destaque  no cenário musical brasileiro com Gal Costa, Maria Betânia e Novos Baianos. Enquanto isso, Rauzito e Seus Panteras agitavam as noites de Salvador, até estourar na carreira solo como o incomparável Raul Seixas.
Os "Leopardos"  juntamente com os
"Trogloditas", encantaram a sociedade
feirense nos anos 60 devido a qualidade
e o romantismo presentes em seus show.
Acompanhando a moda, em Feira de Santana, surgiram os artistas da terra, com a sociedade local cantando e dançando com os conjuntos: "Trogloditas" (Naron, Marcelo, Ruy, Zé Madorna e Wilson Simonal) e os "Leopardos" (Edson, Caguto, Zé Trindade, Arlindo, Dito e Zé Carlos) com seus ritmos alucinantes. E, ainda, os "Divinais" (Dida, Missinho e Geraldo Paco Paco), estilo romântico, imitando em alto nível o conjunto carioca "Trio Irakitan", sucesso absoluto na época, muito lembrado até os dias atuais. Na década de 60, a sociedade feirense, a exemplo das demais sociedades brasileiras e do mundo num modo geral, conviveram longos "ANOS DOURADOS", período que reinava a confraternização, o amor e a mais pura alegria, uma curtição que até os dias de hoje a turma relembra momentos nostálgicos proporcionado pelo mundo musical da época deixando marcas profundas nos saudosistas de plantão.
"Os Divinais imitavam divinamente
Trio Irakitan
Na mesma década, o Feira Tênis Clube (O Aristocrático), era o centro das atrações, quer seja nos movimentos sociais, como nas atividades esportivas (futebol de salão, basquete, vôlei, tênis de mesa, tênis de campo, natação, entre outros), com o FTC se destacando na prática do esporte amador em nossa cidade, ganhando projeção a nível estadual logo após à inauguração do Ginásio de Esportes Péricles Valadares (1962), referência na época.

Trio Irakitan
Através do Feira Tênis Clube, Feira de Santana conseguiu atrair as atenções do mundo esportivo, artístico e social de todo o Estado, em particular, dos clubes da capital: Associação Atlética, Baiano de Tênis, Clube Português, Itapagipe entre outros, todos no auge da glória. Além de outros estados da federação, ao ponto de concluirmos que Feira de Santana também viveu os anos dourados na prática do esporte amador incluindo, também, a passagem pelo futebol profissional.

Esta matéria foi publicada no "Metropolitano", edição nº 25 como encarte do "Jornal Folha do Estado", edição 31-03-2017. 

quinta-feira, 30 de março de 2017

BEM...! QUE FAZ MAL, FAZ! MAS SERÁ CIGARROS FAZEM TANTO MAL ASSIM?

Carlos P. Novaes
Bem...! Que faz mal, faz! Mas será cigarros fazem tanto mal assim? Caro leitor, você que é um homem inteligente, me explica uma detalhe que eu não consigo atinar, para esta lógica ilógica de nossas autoridades e médicos. Um dia desse eu vi um maço de cigarros e escrito nele, bem atrás, pasmem, que os cigarros, em geral, os da Souza Cruz, por exemplo, têm, em, sua composição, quase cinco mil produtos altamente tóxicos e que o cigarro, portanto, o cigarro, e não os cinco mil produtos tóxicos, é perigoso e pode causar câncer e muitos outros males à saúde do cidadão, como mostra a figura abaixo, ou seja, causa aborto. ÉÉÉ..

ESTE PRODUTO CONTÉM MAIS DE 4.700 SUBSTÂNCIAS TÓXICAS, E NICOTINA QUE CAUSA DEPENDÊNCIA FÍSICA E PSÍQUICA. NÃO EXISTEM NÍVEIS SEGURO PARA CONSUMO DESTAS SUBSTÂNCIAS.


Ministério da Saúde adverte:
FUMAR CAUSA
ABORTO ESPONTÂNEO

Em saneamento tem um critério, que é rigoroso, que é chamado de “padrões de portabilidade da água”, que são, entre muitas coisas, as dosagens mínimas e as máximas de certas substâncias que a água deve conter, para ser consumida. Agora veja só, a Souza Cruz faz um cigarro, envenenado, como indica esta figura acima, escreve que ele está envenenado, vende para os pobres dos fumantes, que após uns anos tem câncer e os médicos dizem que é o cigarro e não os tóxicos, é que a causa da doença. Que negócio esquisito não é? Se eu tiver errado, me corrijam, mas, nicotina, alcatrão e outras substâncias do fumo, orgânicas, dão câncer? Será que este câncer não está sendo causado é pelos produtos químicos tóxicos postos no mesmo? Bem, é o que está escrito, aí em cima! Ou seja, eles colocam quase cinco mil produtos, tóxicos, no cigarro, e veja só, com o beneplácito do ministério da saúde, que escreve, por exemplo: O ministério da saúde adverte: fumar causa aborto espontâneo. O ministério da saúde adverte? Vocês não acham que já está na hora de nós, cidadãos, exigirmos, do ministério da advertência, que ele pare de advertir e exija das indústrias e fabricantes famosos, que só fabriquem cigarros orgânicos, ou que, pelo menos tenham um padrão de fabricação menos nocivo de edição mínima de produtos tóxicos nos cigarros, que, a meu ver, deveriam é ser orgânicos e não ter tóxicos? Já que os fabricantes já admitem e o governo corrobora esta estupidez, você não acha que seria bom à gente fazer um abaixo assinado, no Brasil, começando por Feira de Santana, e ingressar com uma causa, eu não sei bem o termo mais certo, no Ministério Publico, contra os fabricantes de cigarros e a união e mandar este tal de ministério da “advertência” parar de advertir? Que coisa ridícula! Advertir! Diga-me uma coisa: você pode fazer esta pergunta para qualquer médico. Qual é a diferença de incidência de câncer e outros males, que existem, entre os fumantes citadinos e os campesinos, que só fumam cigarros orgânicos, de rolo, ruins, por sinal, de péssima qualidade? Você já viu o povo da roça ter e morrer, com tanta freqüência, de câncer no pulmão e outras doenças sérias do aparelho respiratório? A minha avó, por exemplo, morreu com quase 100 anos cuspindo tabaco mas não teve câncer não e nem infarto, morreu de velha mesmo, fumando seu caximbinho. Agora, me responda: se a empresa que trata da água que você bebe pusesse cinco mil toxinas na água, será que o ministério da saúde ou da advertência diria: o ministério da saúde adverte: beber água faz mal à saúde e causa aborto espontâneo? Agora, se este que escreve este artigo estiver “errado”, nos perdoem, por que pode ser que é a nossa lógica é que a errada e os fabricantes e o governo, certos. 

ANIVERSÁRIO DE NEIDE SAMPAIO OLIVEIRA

Hoje é o aniversário da Santanopolitana Neide, sempre participante, que viva muitos anos é a nossa torcida.

quarta-feira, 29 de março de 2017

CINCO ANIVERSÁRIOS NESTA DATA

Malaquias
Vitorinha
 Os Santanopolitanos que comemoram hoje mais um ano de vida: Fernando Henrique de Souza Malaquias (Malaquias),Joel Portugal, Maria Efigênia Santos Bittncourt, Vitória Eugênia Nery Boaventura (Vitorinha)e Zoraide Araujo.Desejamos ao quinteto, muitos ano de vida com saúde e felicidade.
Zoraide


terça-feira, 28 de março de 2017

ANOS SANTANOPOLITANOS XXV

Ismael S. Bastos
Bons e saudosos tempos!

Lá se foram boas lembranças
O mundo promove as mudanças
Resta a recordação, das andanças
Tempos adolescentes e de crianças

Ida à matinê era condicionado, à boa nota
O boletim pelos pais era passado em revista
Se não estivesse dentro da média era castigado
De nada adiantava pedir, chorar, ou ficar zangado

Quando ao domingo íamos ao cinema
Garotas colocavam no cabelo a diadema
Garotos cabelos penteados com brilhantina
Alguns faziam grupos de bate papo na esquina

Com cesto de vime, vendia doce o baleiro
Tinha paçoca, pé de moleque havia pastilha...
Alferes bala de mel e quebra queixo no tabuleiro
Havia picolés de morango, cocô, tinha de baunilha...

Quanta saudade! Na porta ficava o pipoqueiro
Coloco sal e manteiga? aproveita que está quente
Ao longe gritava anunciando sua delicia o taboqueiro

Venha comer! Esta muito gostoso! Derrete na boca gente!

OS ANIVERSÁRIOS DE ONTEM E HOJE

Alindinho
Torres
 Ontem tivemos o aniversário de Arlindo Vagner Franco Santana (Arlindinho) e Raimundo Torres, hoje aniversariam, Elisia Gonçalves Barreto e Tânia Freitas Ferreira. Parabéns.

domingo, 26 de março de 2017

PERFIL DE GASTÃO CLÓVIS DE SOUZA GUIMARÃES SOBRINHO

Gastão Clóvis de
Souza Guimarães
Sobrinho
O farmacêutico Bernardo Carleani de Oliveira Guimarães e D Arminda Cândida de Souza Guimarães, residentes na cidade de Belmonte, no sul deste Estado, tiveram seis filhos. O segundo, nascido a 11 de abril de 1891, foi Gastão Clóvis de Souza Guimarães.
Em 1893, a família mudou-se para Salvador, onde Gastão foi batizado e teve como padrinho o Professor João Florêncio Gomes, diretor do Colégio São José, onde mais tarde ele completou o curso primário. Fora aluno interno e gratuito. Foi seu colega e amigo o jovem Mário Pessoa Baiense da Silva, que mais tarde ordenou-se Sacerdote e veio servir em Feira de Santana, exatamente ao lado do seu amigo de infância Gastão Guimarães.
Em 1899, com oito anos de idade, o garoto Gastão Guimarães aproveitava o período de férias para ganhar algum dinheiro, dobrando jornais e arrumando-os em sacolas de lona dos “Correios” para serem levados ao interior pelo antigo sistema de transportes.
Impossibilitado de comprar brinquedos pela pobreza dos seus pais, supria a falta colecionando besouros dourados nos pés de “Maria Preta” e acompanhando, por horas a fio, o trabalho das aranhas tecendo suas redes. Era sua inclinação para o mundo da biologia e que mais tarde o inspirou em muitas de suas poesias.
Antes de completar os quinze anos, fez o vestibular para a Faculdade de Medicina da Bahia, comparecendo ao concurso de calças curtas, porque os seus pais não lhe puderam comprar uma calça comprida. O que lhe faltou pela pobreza, sobrou pela inteligência: foi aprovado entre os primeiros colocados. Como de costume, não foram pequenas as dificuldades financeiras para chegar à Colação de Grau, o que aconteceu, em 27 de dezembro de 1912, na Faculdade Federal de Medicina da Bahia, onde o jovem Gastão defendeu a tese “Esterilidade Provocada”.
Durante o tempo de estudante foi um grande desportista: praticava a natação, remo e futebol, sendo nas três modalidade titular no Esporte Clube Vitória, quando ainda não existia o profissionalismo. Foram muitos os troféus ganhos em diversas competições, muitos dos quais guardou e exibia com orgulho, do eterno torcedor do Vitória que foi.
Doze anos depois,
residindo em Feira de Santana, fundou e organizou o time “Cruz Vermelha” e com ele competiu no campeonato intermunicipal de Futebol. Naquele torneio ganhou uma medalha de bronze, que doou à Sociedade Filarmônica Vitória, e uma Taça que sempre guardou carinhosamente.
Concluído os seus estudos de medicina, no final de 1912, em 06 de fevereiro de 1913, veio descansar na então Vila de Tanquinho, a convite do Sr. Roque de Oliveira, velho amigo do seu pai. Foi aí que conheceu a jovem Palmira de Oliveira Freitas, filha do casal Emiliano Moreira de Freitas e Emília Lima de Oliveira Freitas, também residentes em Tanquinho. Em 27 de abril, do mesmo ano, ficou noivo, casando-se com ela, 08 anos depois.
Em 1916, ainda noivo, fixou residência em Feira de Santana, adotando a cidade como seu berço pelo coração, visto que jamais trocou de domicílio.
No dia 03 de dezembro de 1921, casa-se com D. Palmira, de cujo enlace, nasceram quatro filhos: Arminda Emília, Clementina Otília, Olga Noemia e Wenceslau Unapetinga, que ficaram conhecidos pelos carinhosos apelidos de Minda, ltan, Niá e Una, os quais tiveram esmerada educação e exemplar comportamento na sociedade feirense, tendo ainda viva, a nossa colega, das escolas de Profª Margarida Brito, e Normal Rural de Feira de Santana, a queridíssima Niá, que é hoje a mais completa enciclopédia humana da história de Feira de Santana.
Seus netos, todos filhos de Arminda e seu marido Dr. Humberto de Alencar, são o Dr. Hélder Loiola Guimarães de Alencar, Hélvia Maria de Alencar Magalhães, Gastão Clóvis de Souza Guimarães Neto e Mariluna Cristina da Silva Guimarães, alguns dos quais deram ao nobre patriarca muitos bisnetos e alguns trinetos e tetranetos.
Em 1920, ainda solteiro, deixou visível a sua excelente formação profissional, atendendo, com denodada dedicação, a todos os variolosos durante a grande epidemia de varíola que assolou a região e, principalmente, este município.
Foi o principal médico da Santa Casa de Misericórdia, aonde atendia pobres e desvalidos, vindos de qualquer lugar, sem esperar quaisquer recompensas.
A década de 30 iniciou com mais dois ou três médicos, e lhe permitiu algum tempo para dedicar-se ao eu segundo sacerdócio: o ensino. Assim, em 1932, foi nomeado professor de português da Escola Normal Rural de Feira de Santana. Pouco tempo depois, já liderava, pelo respeito e admiração, todos os seus colegas de magistério. Ali foi fundador do Grêmio Castro Alves, da Associação Rádio Escolar, em 1934 foi médico e professor do Ginásio Santanópolis[1], da Associação Lítero Musical, da Caixa Escolar Dr. Liderico Cruz, da Biblioteca para alunos e professores, da Cooperativa Escolar, do Clube Agrícola, do Clube Recreativo, e das Bandas Marcial, masculina e feminina. Instituiu ainda o culto diário à Bandeira Nacional, e as belas aulas ao ar livre. (Este culto ao Pavilhão Nacional o levou a escrever vários poemas sobre a Bandeira Brasileira). O amor e o carinho que dedicava aos seus discípulos, impeliam-no a criar movimentos que lhos trouxessem benefícios educativos. As suas aulas de Literatura eram emocionantes, e sempre acabavam com os aplausos ao Mestre. Nenhum aluno, por mais rebelde que fosse, faltava à sua aula. (durante as aulas, tinha por costume declamar poesias e falar sobre lendas literária.., era simplesmente maravilhoso).
Nos anos de 1934 e 35 houve, na região, uma epidemia da peste bubônica e pneumônica e não havia vacinas. Mesmo assim, cumpria o seu juramento de médico, e jamais se negou a atender um doente e muitas vezes levou, quase à força, amigos que tinham contato com doentes para receberem vacinas em Salvador, como fez com o seu amigo de infância, e colega de magistério, Padre Mário Pessoa.
A esta altura, já não era só o caridoso e competente médico, ou o magnífico professor da Escola Normal; era, também um ídolo do povo de Feira e Região. Tanto que, na semana de 20 a 27 de dezembro de 1937, o povo comemorou, com 7 dias de festa, o jubileu de prata da sua formatura em medicina: Manifestações calorosas, de crianças na praça da Matriz, manifestação das sociedades religiosas na Igreja Matriz, manifestação dos alunos na Escola Normal, manifestação dos amigos e clientes na Praça da Matriz, Missa em Ação de Graças na mesma Igreja, culminando com um churrasco, oferecido pelo povo e para todo o povo da Cidade e região. Esse churrasco aconteceu no último dia das comemorações, dia 27, quando todos os fazendeiros queriam contribuir com um boi. Daí a quantidade de carne que foi oferecida ao público. O churrasco aconteceu na chácara da sua amiga D. Guilhermina Motta (D. Lolô). (a casa de residêcia da chácara ainda existe e fica quase no final da Brasília, onde reside o seu neto, Renato Motta, pai da nossa amiga e confreira Lígia Mota).
O encerramento das comemorações se deu na sede da filarmônica Vitória, com uma festa dançante, que varou a noite. Nunca houve outra prova de carinho do povo a outra personalidade. Aquela foi a maior homenagem, registrada, a um homem em Feira de Santana, desde a criação da Vila até os dias atuais. Foi uma festa espontânea de um povo ao seu benfeitor.
É oportuno lembrar, que anos atrás, ele fora eleito, Orador Perpétuo da Sociedade Filarmônica Vitória.
Em 1938, com a morte do Prof. Miguel Ribeiro, Dr. Gastão Guimarães foi nomeado Diretor da Escola Normal Rural de Feira de Santana. Ali onde sempre fora líder, era agora o comandante. Não deixou a cátedra de Literatura. Ali lecionou, enquanto viveu.
E muito pequeno o espaço de uma crônica, para se analisar todos os ângulos de uma vida que foi trilhada nos exclusivos caminhos da virtude. São unânimes as opiniões, tanto dos que privaram da sua intimidade, quanto dos que conheceram-no de perto: a sua vida foi imaculada. Eram tantas as suas boas qualidades, que podemos afirmar que jamais praticou uma má ação. Nunca transigiu, com os seus nobres princípios. Conseguia ser respeitado e admirado, com a mesma intensidade, por alunos, por amigos e pelo povo de um modo geral.
Não gostava da evidência, e detestava a mentira. Embora fosse um homem de caráter forte, tinha a tranquilidade de um filósofo. Jamais ficou indiferente ao sofrimento alheio, especialmente dos oprimidos, dos desamparados, e dos desesperados. Sentia no coração a dor dos seus pacientes. Suas mãos eram sempre abertas e generosas a todos os necessitados. Por outro lado, tinha na gratidão a sua principal qualidade. Nunca dizia o que dava ou fazia pelos outros. Viveu a maior parte de sua vida, curando enfermos, ensinando e estudando. Muitas vezes, além de examinar um doente necessitado, ainda lhe dava, às escondidas, o dinheiro para os medicamentos. Foi incomparável na sua modéstia.
Na sua biblioteca destacavam-se os livros de Literatura, Medicina e Espanhol. Adorava a poesia, e gostava, entre outros, de Gregório de Mattos, e Castro Alves. Deixou um livro com mais de 70 poemas em prosa e verso, escrito de próprio punho, que em breve será publicado. No Ginásio Santanópolis, onde serviu com o costumeiro carinho, foi professor de Espanhol.
Como jornalista, dirigiu, junto com Martiniano Carneiro, a Folha da Feira. Como médico, foi Presidente da Associação Baiana de Medicina, seção de Feira de Santana.
O grande amor ao seu lar, aos amigos, aos doentes, aos discípulos, aos pobres, aos aflitos, foi sempre a razão de ser de sua vida. E o amor aos livros foi a força propulsora da sua genialidade.
Gastão Guimarães foi um homem de atitudes definidas, que podem ser discutidas, mas devem ser respeitadas. Jamais aceitou ingressar na política partidária. Convidado, em várias oportunidades, para ocupar o cargo de Intendente ou de Prefeito, nunca aceitou sob a alegação do seu dever para com seus discípulos e seus doentes.
Sua vida foi composta de páginas grandiosas. Foi esposo exemplar e pai extremoso: filho boníssimo e amigo leal, verdadeiro exemplo de dignidade e cidadania. Curvava-se aos humildes, mas não se dobrava, aos arrogantes e pretensiosos.
Altivo e generoso, sempre foi, desde a sua mocidade, desprendido dos bens materiais, e a sua generosidade tornou-se proverbial no coração do povo de Feira de Santana.  
Católico, tinha uma alma cristã cheia de sabedoria e conhecimento da fé que enleva e dignifica o ser humano. Todas as primeiras sextas-feiras do mês fazia uma palestra na Capela de São Vicente de Paula, a qual se localizava na rua Cons. Franco. Ninguém escapava da argúcia da sua inteligência, de verdadeiro gênio.
A sua residência não era apenas um ponto acadêmico, para onde convergiam discípulos, mestres, poetas e estudiosos diversos: ali também se acolhiam mestras que vinham exercer aqui o magistério, e sempre se tornavam hóspedes, a exemplo da Professora Carmita Góes que de hóspede passou a integrar a família, até o fim da vida, tratada por todos os filhos do casal por “minha Dinda”. E oportuno lembrar que o Dr. Gastão deixou quase 300 afilhados e cerca de 700 compadres em Feira de Santana e Distritos vizinhos.
Gastão Guimarães era médico, mestre, Jornalista, poeta, desmedidamente humanitário. Durante toda a sua vida médica trabalhou gratuitamente na Santa Casa de Misericórdia. O seu amor pelos humildes e sofredores ele externa em quase todos os seus poemas, e também na sua maravilhosa poesia intitulada Subúrbios Que sofrem, como diz na última estrofe:
Em noite fria, do frio leito,
Da pobre moça de riso langue
A tosse colhe, dentro do peito.
Rosas vermelhas, rosas de sangue
Flores da febre que consome,
Flores de frio, flores de fome...
Como poeta, cantou o seu amor pela pátria com a poesia “Origem Divina da Bandeira Brasileira”, a qual foi musicada, em, 3 vozes, por a também poeta e musicista, Georgina de Melo Erismann. Escreveu ainda Cidade Adormecida, Norte de J. Jocê e Olhos Praianos, estas duas últimas musicadas pelo Professor Estevão Moura. Beletrista tradicional, todas as suas poesias foram, rigorosamente, metrificadas, tendo no soneto alexandrino “Eu”, a perfeição poética de um gênio modesto, idealista e humilde que assim se descreve:
Penso, às vezes, em mim, na pequenez suprema
Em que vivo no mundo, isolado, esquecido
E sinto na minhalma o sonho renascido
De passar, sem temor, de uma extrema a outra
extrema.
Ante mim se ergue, o lúcido dilema:
- Ser orgulhoso e grande, hostil e desabrido
Ou ser pequeno e bom, leal, despercebido Mas, torte, vertical, sonhador sem algema.
Não pude ser na vida o que a seiva é na planta.
A seiva que subiu das humildades do humo
A trama original dos frutos sumarentos.
Sou apenas, no mundo, o pó que se levanta
Turbulente ou sutil, impalpável, sem rumo
Irisado, porém, ao sol do sofrimento.
Vemos nesta maravilhosa poesia, a sua personificada modéstia e o seu notável idealismo, além da incomparável dignidade de um homem, transfigurada no requinte do seu estilo e apoteose do seu pensamento.
Para resumirmos a vida do Dr. Gastão Guimarães, devemos sintetizá-la nas três qualidades básicas que presidiram a sua vida: Bondade, Caráter e Talento.
O dia 24 de agosto de 1954 surpreendeu a Bahia com o falecimento do Dr. Gastão Clóvis de Souza Guimarães, exatamente há cinquenta anos passados. O seu sepultamento, proporcional ao número de habitantes, teve o maior acompanhamento, jamais visto na história de Feira de Santana. Todas as classes se fizeram presentes: A Escola Normal, o Ginásio Santanópolis e o Asilo N S de Lourdes acompanharam o cortejo fúnebre em fila dupla, enquanto as autoridades seguiam junto ao caixáo, seguidas por enorme multidão, onde uma grande maioria de gente humilde acompanhava chorando o corpo inerte daquele que foi o seu grande benfeitor. Na verdade, Dr. Gastão Guimaráes deixou, 2 viúvas: D. Palmira e a Cidade de Feira de Santana, deixando na orfandade o povo pobre e necessitado da Região.


Fonte: Ferreira, Antônio Moreira - Diretor da Biblioteca IHGS - Escritor. Revista Inst. Hist. Geogr. de Feira de Santana a. l, n. 1 , p.135-140 2004




[1] Nota do Blog.

sábado, 25 de março de 2017

ANIVERSARIANTES DOS DIAS 23, 24 E HOJE 2

Gil
Sandra
Zézé Macedo
 Impossibilitado de postar ontem e anteontem, registro os eventos dos aniversariantes, pedindo desculpas. Parabéns.Dia 23, Gildásio Pereira de Almeida (Gil) e Sandra Marques Dias; dia 24, Maria José Macedo Carvalho (Zezé Macedo), Nelia Suely Cajaíba Barbosa, Viriato Manoel de Sena; hoje dia 25, Washington Bolivar de Brito.  
Nélia

Viriato




Washington

quarta-feira, 22 de março de 2017

ANTES E DEPOIS DA LAGOA GRANDE

 O Blog postou erradamente foto da Lagoa Grande, sendo de 1950. Posteriormente, Brito advertiu que não era a Lagoa Grande e sim o Tanque da Nação. Fizemos a retificação.
Pedi a vários amigos Santanopolitanos, fotos de 1950 da Lagoa.
O Santanopolitano, Bento, enviou várias fotos que agora postamos.
Continuamos a busca por imagem da década de 50.




MARIA JOSÉ LABORDA PORTELLA POVOAS (ZEZÉ)

Zezé, nós do Santanópolis desejamos um dia cheio de festas junto aos familiares. Parabéns.


terça-feira, 21 de março de 2017

ANIVERSARIANTES DE HOJE

Cezar
Hudson
Augusto Cezar Orrico Filho e Hudson Amaury completam mais um ano de vida hoje, nossos parabéns.
 

segunda-feira, 20 de março de 2017

ANIVERSÁRIO DE GIL MÁRIO DE OLIVEIRA MENEZES

 Parabéns Gil, o presente do blog é a divulgação de um do seus quadros, abaixo. Esperando estar com saúde e paz.


domingo, 19 de março de 2017

PRECONCEITO DE GÊNERO

Evandro J.S. Oliveira
...acusação de que as mulheres se transformaram nos principais agentes de corrupção em uma sociedade cada vez mais corrupta. (Boileau 1694). O escritor francês continua, mulheres (escritoras) infiltrando-se em boas famílias com o intuito de levá-las a uma queda. Ainda continua Boileau, avisa aos rapazes...você casa-se com um anjo; ela se mostra um demônio; você pensa que pode partir amigavelmente; ela o leva a corte judicial e o deixa limpo.
Esse destempero do escritor poeta francês, Nicolas Boileau-Despréaux, publicou, o que Racine Chamou de “Sátira às Mulheres”. Só porque as mulheres tiveram a ousadia de publicar livros.

Quando alguém, autoridade máxima do Brasil tem a visão nos dias de hoje, 324 anos após, da mulher rainha do lar, educadora dos filhos e a administração dos preços das feiras livres, vemos que elas ainda têm caminho muito longo contra o preconceito de gêneros   

ANIVERSARIANTES DE HOJE

Jatobá
Quíntuplos de Santanopolitanos completam mais um ano de vida: Augusto Jatobá,José Emanoel Moreira de Freitas, Maria José Ferreira Maciel, Maria José Gomes Boaventura (Marizete) e Vanda Lima. Parabéns a todos.

Freitas
Vanda

sexta-feira, 17 de março de 2017

MUITO ANTES, ANTES E ATUALMENTE DA PRAÇA DA MATRIZ


Praça da Matriz com a rua Direita - 1859
Praça da Matriz e Conselheiro Franco (Rua Direita)
Fonte: Raimundo Gama "Feira de Santana em Postais"

Praça da Matriz e Conselheiro Franco (Rua Direita)
Fonte: blogbahiageral.com.br
Praça da Matriz década de 20
Ao Fundo a Estação Ferroviária
Praça da Matriz década de 60
Praça da Matriz década de 40
Ao Fundo a Estação Ferroviária

ANIVERSÁRIO DE MARIA EDNA ESTEVES COUTINHO

Edna, parabéns pela idade nova, muitas festas hoje no seu apê, junto ao seus.

quinta-feira, 16 de março de 2017

A ARTE ANTIGA E ATUAL - SUA VIOLÊNCIA

Evandro J.S. Oliveira
consciente de sua tragédia
Édipo fura os próprios olhos
Conversas, jornalistas, radialistas, zaps/zaps, revoltados com novelas e filmes com conteúdo enfocando crimes, misérias, maldades, adultérios... “Por isto é que o mundo está como tá, os exemplos ensinam as misérias”, indignados no íntimo clamam por censura, para o bem da moral e dos costumes, antigamente não tinha esta depravação, a cantilena vai por aí a fora.
O que se sabe, antigamente era muito pior, a começar pela Sodoma e Gomorra, que Ele destruiu citado em gênesis 19 Sodoma e Gomorra são, de acordo com a Bíblia judaica, duas cidades que teriam sido destruídas por Deus com fogo e enxofre descido do céu. Segundo o relato bíblico, as cidades e os seus habitantes foram destruídas por Deus devido a prática de atos imorais. ...ainda a história de Caim e Abel, irmãos, é narrada no livro de Gênesis. Este teria sido o primeiro homicídio e fratricídio.
Bobo da Corte
Os antigos só criavam estórias trágicas, os clássicos épicos falam, de forma espetacular, com metáforas, barbaridades sexuais, violências absurdas. A tragédia clássica deve cumprir, ainda segundo Aristóteles, três condições: possuir personagens de elevada condição (heróisreis, deuses), ser contada em linguagem elevada e digna e ter um final triste, com a destruição ou loucura de um ou vários personagens sacrificados ex. à peça "Édipo Rei", o personagem matou seu pai sem sabê-lo, e casou com sua própria mãe. Se lidos ao pé da letra os escritos, os representados atualmente, contos, peças teatrais, filmes, novelas etc. como se fala hoje, podem ser adotadas para noviças de convento.
Antigamente não existia a comicidade, até rastreando a Grécia antiga, a pantomima (teatro gestual), era uma forma de contar as tragédias. Na idade média a inquisição proibiu qualquer forma de teatro, inclusive proclamando os palhaços circenses como divulgadores do Diabo, já que o riso é coisa demoníaca. O ápice da pantomima é da época do cinema mudo e o mais popular desta arte foi sem dúvida Charles Chaplin.
Pantomima
O que mais se aproximava dos espetáculos de humor era os malabaristas, e bufões da corte - O bobo da corte. Declamava poesias, dançava, tocava algum instrumento. De maneira geral era inteligente, atrevido e sagaz. Dizia o que o povo gostaria de dizer ao rei e zombava da corte. Com ironia mostrava as duas faces da realidade, expondo as ambições do rei. Em geral, era um indivíduo de grotesca figura - corcunda ou anão. Mas não existia o teatro cômico, nem romances.
Com o surgimento da imprensa, iniciou a democratização arte, antes só ínfima parte da população tinha acesso à cultura. No fim do século XVII na França, “siècle de Luiz XIV”, o Rei Sol, surgiram os primeiros romances, combatidos como arte menor, pelos então eruditos.


Filme do Santanopolis dos anos 60