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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quinta-feira, 26 de julho de 2012

SE VIS PACEM, PARA BELLUM

Hugo Navarro da Silva

A indústria bélica brasileira, que floresceu durante algum tempo e chegou a  reforçar exércitos regulares e organizações marginais em diversas partes do mundo, passou a sofrer, a partir do final dos anos oitenta, sistemático trabalho de desmontagem, quando o povo brasileiro ficou empolgado com a redemocratização, certo de que  no rol das necessidades humanas a democracia, a liberdade e o assalto aos cofres públicos estavam em primeiro lugar, reativando velhas e insaciáveis fomes, do que resultou o país que temos, hoje, da ganância a qualquer custo, fazendo renascer antigas regras que durante a chamada “República Velha” comandaram, em grande parte, a política brasileira, e se tornaram uma espécie de bíblia nacional, como aquela  do “farinha pouca meu pirão primeiro” e aqueloutra do “é dando que se recebe”, esta, que resultou no famoso caso do “mensalão”, de tantos e inócuos desdobramentos, mas cujos resultados estão pendentes de julgamento do STF, de que podem sair resultados sensacionais, capazes de mostrar à sociedade brasileira  alguma seriedade, ou se desmanchar em palavrório jurídico supostamente erudito, de valor semelhante às das melhores receitas de feijoada completa.
Sempre acreditamos que o país, sem ferir sua orientação contrária à guerra, não poderia sucatear as forças armadas, vota-las ao abandono que se seguiu à queda do regime militar. É que temos interesses a defender em que estão incluídas a tranquilidade e a paz para trabalhar e produzir, levando-se em conta, principalmente, que um país com as fronteiras marítima e terrestre que temos, não pode negligenciar em termos de segurança, levando em conta fatores diversos como o crescente contrabando de armas e drogas, o perigo do terrorismo internacional e a nossa vizinhança de alguns governos cada vez mais pendendo para a ditadura, cujos caminhos ninguém pode prever. O Brasil já foi invadido, certa vez, por tropas do Francisco Solano Lopez, o que custou, ao povo brasileiro, esforços inauditos e enormes sacrifícios de vidas humanas. Ninguém pode garantir que nossas fronteiras não serão violadas, no futuro, por algum tiranete sul-americano em busca de “inimigo”, que lhe possa garantir motivos para a permanência no poder, principalmente agora que temos a urgente necessidade de proteger a exploração do petróleo de nosso mar territorial, que o regime militar expandiu, previdentemente, para quatrocentas milhas.
Ainda que o famoso pré-sal do petróleo esteja longe das enormes riquezas apregoadas, para efeitos eleitorais, pelo governo, o verdadeiro manancial petrolífero brasileiro está no mar, o que de certo  contraria o relatório de mister Link, famoso descobridor de petróleo, execrado, durante certo tempo, em inscrições de muros e discursos da esquerda brasileira, mas que examinou nossas possibilidades antes das          quatrocentas milhas, o certo é que a exploração petrolífera no mar necessita da proteção de Marinha forte em homens e armas.
 Reportagem veiculada, recentemente, na televisão por assinatura, mostrando o gigantesco programa do governo e de empresas privadas, em Itaguaí, para a fabricação de material de guerra, no  qual estão incluídos  carros de combate e submarinos, inclusive submarinos atômicos,  revive velhos sonhos do fortalecimento bélico nacional, liquidados quando  Collor de Mello, presidente, fez festa ao inutilizar, com vasta publicidade,  buracos   preparados, na Serra do Cachimbo, para explodir a primeira bomba atômica brasileira. Preferiu explodir a República.
O renascimento da nossa indústria bélica, entretanto, não parece destinado, apenas, aos interesses nacionais. O “se vis pacem” perdeu o sentido. Há trilhões de dólares no mercado internacional de armas e recursos para fabrica-las é o que não falta.
  não há dinheiro para pagar aos professores.
 Hugo Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida

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