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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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sábado, 21 de julho de 2012

CRESCE A MATANÇA

Hugo Navarro Silva

A notícia deveria apavorar povo e autoridades e provocar correria em busca de providências e soluções, mas tudo permanece no mesmo discurso (quase sempre mentiroso) e no mesmíssimo ramerrame marasmático e sonolento. Estudo divulgado pelo “Mapa da Violência 2012 – Crianças e Adolescentes do Brasil”, recentemente lançado em São Paulo, mostra que a partir de 1980, o assassinato de jovens e crianças, no Brasil, teve aumento de 376%, índice baseado, certamente, em dados oficiais, que nem sempre dizem a verdade. Oficialmente, só para dar um exemplo, a violência em Feira de Santana, na “Micareta”, tem diminuído, sensivelmente, ano após ano, motivo  de certo ufanismo e de certa jactância dos órgãos de segurança pública, quando todo mundo sabe que a criminalidade cresce e amedronta todos os setores de uma sociedade cada vez mais acuada pela ação de criminosos, amadores ou profissionais, que agem individualmente ou amparados em organizações que lhes dão tarefas, apoio e abrigo.

Dentro do quadro, que não deixa de ser apavorante, a Bahia ostenta destacado lugar, com o crescimento de homicídios de jovens de quase vinte e quatro por cento. O índice deve ser maior. Nesse ítem Feira de Santana certamente desfruta de lugar privilegiado.

A matança, e nestes pagos ninguém mais pergunta se alguém foi morto, mas quantos morreram e quantos estão hospitalizados,  está a exigir ações mais eficazes do governo. Recentemente a presidente Dilma Rousseff declarou, em discurso, diante das dificuldades e perspectivas pouco alentadoras da economia nacional, que uma nação não é grande pelo seu produto interno bruto, mas pelo que faz pelas suas crianças e adolescentes. A afirmativa é discutível, demagógica, porque sem PIB ninguém faz nada e o que se constata é que o Brasil está mandando para as frias mesas das morgues, diariamente, boa parte do que a nação tem de mais importante, a sua juventude, o que não raro está a provocar sobrecarga de trabalho dos IMLs, que normalmente enfrentam dificuldades com instalações inadequadas, falta de pessoal e baixos salários.

Parte considerável da juventude está a ingressar no crime como meio de vida porque o governo falha no que é essencial. Na educação e na saúde buscam-se, apenas, números pomposos para as estatísticas oficiais e para as campanhas políticas.   Ninguém atenta para a eficiência dos serviços devidos à coletividade.

A educação, com a greve dos professores, que já se arrasta por mais de cem dias, pondo a pique o chamado ano letivo, mostra  todas as mazelas da educação pública no Estado da Bahia, e sua inadequação às exigências do mundo moderno. O governo quer viver de estatísticas, sem se lembrar da importância do professor na formação das novas gerações.

O cargo de professor, nas escolas públicas, tem que reconquistar a importância de tempos passados, o que somente se consegue com salários compensadores e estabelecimentos adequados às exigências do século XXI. 

Atualmente a educação pública, em certos casos até em nível superior, reduz-se a simples simulacro, diplomando falsos técnicos, o que não impede que esforços individuais  vençam dificuldades e superem deficiências em casos raros e apontados como exemplos.

Essa regra não pode permanecer e vingar sob pena de nos tornarmos, em breve, em país de falsos técnicos, incapazes de assumir responsabilidades nos diversos campos de atividade, atualmente às voltas com a falta de mão de obra especializada.

Vem daí, em grande parte, o desemprego, e o crescimento do prestígio dos ganhos “fáceis” do crime, que conduzem a mais preciosa riqueza da nação, a sua juventude, à morte prematura e inglória e às manchetes da páginas policiais 

 Hugo Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida


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