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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quarta-feira, 11 de julho de 2012

A QUESTÃO DA PRODUTIVIDADE

Prof. Carlos Pereira Novaes
Texto enviado pelo Santanopolitano e Professor da UEFS, CARLOS PEREIRA DE NOVAES: "a questão da produtividade, muito mal conduzida pela sociedade produtora atual."
             Bem, quem aqui escreve não é um economista, um especialista neste assunto, mas só um professor atento ao que se passa em sua volta.         
            O que é produtividade? É, resumindo, a melhor relação benefício/custo, e é assim que os nossos produtores pensam e logo existe uma tendência geral de automação de tudo. É o que se vê hoje em dia. É um processo gradativo de diminuição da mão-de-obra, dos custos. Por quê? É porque a mão-de-obra é custo e custo não é bom. É assim que se pensa. Gastar menos e pronto.
            O que é que mais se vê hoje em dia: automação, em todos os setores.
            Com isto, gradativamente e fatalmente, vem a diminuição dos empregos, já que as fábricas e os setores produtivos preferem é um bom robô a um bom operário, que é dispendioso, além de ter problemas que a automação não tem.
            Bem, este pensamento está certo? Sim, em parte, sim, mas, em parte, não. Ele só seria bom se essa automação fosse feita para serviços essenciais e perigosos e não empregado generalizadamente. No mundo já existem até empresas de segurança pensando em robôs para tomar conta dos quarteirões, com câmeras, gps, uma parafernália de equipamentos, só para substituírem o vigia, o guarda. Por quê? Diminuição do custo e outras vantagens. Será?
            Se você for a Europa, até as máquinas para extrair frutas dos pés estão automatizadas e o povo fica reclamando de emprego e da caída das vendas.
            Ora, por que as vendas estão caindo? É por que, entre outras coisas, a tal produtividade por automação é um engodo, não é prudente, pode ser falsa.
            Vocês já viram algum robô fazendo compras no shopping, no mercado?
            Pois é, os robôs produzem por menor preço mas não pagam impostos e o que é pior, não compram nada, são muquiranas ao extremo, sovinas.
            Resultado, sem gente para comprar, os setores produtivos não têm para quem vender e ai vem à crise, que é fatal, é obvio, pois ninguém tem dinheiro.
            Ai o governo começa a criar uma série de maneiras artificiais para tentar minorar este problema, como bolsas e outros artifícios, que não resolvem este problema, pois duro não compra nada além de só moer mais imposto.
Ora, quem ler história, vai ver que a crise dos anos vinte e nove, lá nos Estados Unidos, foi causada por excesso de produção, é o que dizem, não é? Mas será que foi mesmo excesso de produção ou por falta de consumo?
            Mas será que não está na época das pessoas pararem com esta mania de gastar menos e investir um pouco mais na produção sem tanta automação, por que a periferia, o pobre, precisa trabalhar e é claro, consumir também.
            Mas como fazer isto? Diminuindo os excessos da lei para empresas que empreguem mais, facilitando a criação de empresas que empregam mais e isto deve ser uma tendência mundial, por que, senão, em breve, nós veremos uma nova crise de vinte e nove, uma crise de “produção” que não é de produção, é de falta de consumo, causada, entre outras coisas, por excesso de automação nos setores que movem a nossa economia, que economizam erradamente.  
            Ou seja, nos perguntamos aos nossos economistas, nossos ministros: será que não esta na época de uma revolução dos paradigmas? Será que este negócio de “maior produtividade” é mesmo a solução de nossas empresas?


Feira de Santana, 21/ 06/2012.

CARLOS PEREIRA DE NOVAES.
Professor da UEFS.
 

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