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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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sexta-feira, 13 de julho de 2012

FEIRA HOMENAGEIA ESTEVAM MOURA

 




Os elogiáveis e necessários esforços da “Fundação do Senhor dos Passos” para a preservação da história e dos valores culturais de
Feira de Santana, manifestados em inúmeras iniciativas, que no futuro poderão ser ampliados em benefício das novas gerações e da verdade sobre a evolução de nossa terra, tiveram grande momento quando foram lançadas gravações, em DVD, do “Festival de Filarmônicas” e das homenagens prestadas ao Maestro Estevão Moura, por ocasião do centenário de seu nascimento, e da memória fotográfica do Fluminense de Feira F.C.,  em trabalho do jornalista Zadir Maques Porto e do pesquisador Carlos Mello.
Feira de Santana é cidade que apresenta características talvez únicas no universo das comunidades bahianas. A cidade,  conforme características que lhe são próprias,  surgidas desde  suas origens, vem manifestando incoercível vocação para crescer e se desenvolver, em caminhada nem sempre de orientação correta, em que   conquista e constrói ao mesmo tempo em que abandona, lança ao esquecimento e  destrói tudo o que  antes elaborou e  festejou.
Cidade do interior da Bahia, esquecida dos governos, como tantas outras, lutando com as dificuldades naturais   que atingiam o antigamente  chamado norte, em região transformada, depois, por decreto, em nordeste, sujeita às  cíclicas  desgraças das secas,  fazendo parte de sertões inóspitos, pouco produtivos e perigosos,  produtores de carências, fomes, ignorância e jagunços, em país cuja vida inteligente e elegante resumia-se a poucas áreas de progresso, geralmente do sul, onde se cultivavam  as artes (inclusive a de furtar) além de modos educados e inteligência, Feira cresceu praticamente por seus próprios meios, salvo uma ou outra obra de vital importância e um ou outro produtivo governo do Município.
Aqui, lutava-se, nos começos, contra o tamanco. Tempo houve em que o empregado, de sapatos, despertava suspeitas. Devia e ser ladrão. Tinha que  arrastar tamancos, enfrentar a  jornada de trabalho  conforme a vontade do empregador e a falta de educação que incluía a  ausência de higiene. Ainda nos anos quarenta, aos domingos, pela manhã, poderiam ser vistos, na cidade, grupos de comerciários, toalha ao ombro, saboneteira na mão, alegres e brincalhões, a caminho da Chácara Mathias para o banho semanal a quatrocentos  reis por cabeça, em água que jorrava, abundante, de cano precariamente instalado em pedregulho. A Chácara Mathias situava-se onde está, hoje, o Centro de Abastecimento.
Exemplo de demolição ocorreu com o “Taborda”, grêmio teatral de sucesso, que adotou o nome de ator português, famosíssimo  em sua época e  astro do teatro, no Brasil, durante largo tempo. Do “Taborda”,  que esforços de Gilberto Costa e de pequeno grupo tentou  reativar, resta, apenas, charge intitulada de “O Enterro do Taborda”, que mostra,  à frente, a carregar o caixão, Maneca Ferreira, fundador, participante e principal  sustentáculo do grupo teatral.
A destruição, entretanto, assumiu grandes e ruinosas proporções quando atingiu as bandas de música, cujo prestígio e valor como manifestação cultural a “Fundação do Senhor dos Passos” tenta ressuscitar com  o “Festival” e as homenagens à memória de Estevam Moura.
Ah! Os novos poderão duvidar. Não havia, porém, mais empolgante espetáculo, nesta cidade, do que  assistir  a desfile da banda da “25 de Março”,  com seus cinquenta músicos em formação militar, em meio às aclamações,  executando, com perfeição, seus dobrados, iluminadas, as quatro grandes bocas de contrabaixo, pelos fogos de artifício dos adeptos que a acompanhavam. À frente, empertigado e elegante, o maestro Estevão Moura, que foi mais do que maestro. Foi  grande administrador. Demonstrou capacidade de organização. A evocação de seu nome e de sua extraordinária obra era necessária.
Na foto à direita: os Santanopolitanos, Prof. Estevão Moura com a aluna Denise Carubé

Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida

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