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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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terça-feira, 5 de junho de 2012

PARTIDOS E ADESÕES


Estão pejados de razão os candidatos que buscam, para as eleições de outubro, o apoio de rosário de partidos a lhes enfeitar e às vezes enriquecer a campanha eleitoral. É claro que não vamos ensinar padre nosso a vigário, mas a situação é claramente ilógica, quase incompatível com a realidade da política, porque há disputadas siglas vazias, que praticamente se resolvem em meia dúzia de nomes, sem votos capazes de influir nos pratos da balança popular, mas em  eleições se vêm mais  procuradas do que  água em tempos de seca.
Há muito a luta em busca do voto faz-se em torno de nomes.  No Brasil não há partidos de provecta existência, desses que consolidam proselitismo, através do tempo, disputando eleições na defesa de claras posições ideológicas. Alguns chegam a mudar de nome, tentando fugir a desgastes e à insensatez com que não poucas vezes o povo adere a novidades havidas por salvadoras, mas costumam resultar em desastre.
Os partidos, entretanto, não buscam alianças e coligações como quem busca enfeites para árvores de natal.  Candidaturas, com a exibição de siglas, que só aparecem de quatro em quatro anos, podem influir no ânimo do eleitor que aprendeu a primeira das operações aritméticas, mas sempre existe a possibilidade de espichar, em preciosos segundos, o tempo da propaganda eleitoral no rádio e na televisão, recurso que substitui, com vantagens, o caro e trabalhoso sistema dos comícios, porque não colide com o horário das novelas. O horário eleitoral, cuja influência sobre a política é cada vez mais forte, ingressa tranquila, e, em certos casos, açodadamente, como na hipótese das chapas proporcionais, em todos os lares e recantos onde possa haver eleitores vadios, dispostos a tolerar xaropadas e ver caras quase sempre patibulares.
 Há quem acredita que tal sistema é troncho e terminará por conduzir a frágil democracia brasileira ao desastre, partindo do princípio de que democracia forte é a que se baseia em partidos fortes. Por outro lado, há quem diga que certos partidos, no apoio a governos, podem provocar distúrbios, indesejáveis mudanças de rumos e instabilidade, o que estaria acontecendo, agora, por exemplo, no governo da República, cheio de partidos e, evidentemente, de interesses antagónicos, de forte cunho pessoal, o que estaria  forçando intenso mas indesejável trabalho de “bombeiros”, de sua parte também interessados em levar parte do bolo, sempre pequeno para tamanhos apetites e  tão famélicos convivas. Pantagruelismo é o que não falta.
Nestes pagos, colocados entre o Recôncavo e o sertão, apontados, sempre, pela imprensa da capital do Estado, como situados a 108 quilômetros de Salvador, distantes, portanto, das conquistas, fricotes e liderança progressista da capital, e, por isto mesmo, sempre lutando para adquirir identidade própria, ultimamente tomada  pelo que se chama de cultura nordestina, que é forte, mas não é nossa, a luta política pode diferir  daquelas de outros lugares na qualidade dos que se apresentam para a disputa pela curul de prefeito, todos conhecidos e curtidos na pugna, mas é igual na busca de siglas para exibir nos programas batizados de gratuitos,  independentemente dos problemas que poderão causar no futuro.
Resta, praticamente, a escolha dos candidatos a vice-prefeito, cuja experiência local, salvo em alguns casos, como o de Paulo Aquino, nem sempre é feliz. A possibilidade da  conquista de votos  mostra-se importante. Mas há outros requisitos como o de integridade, honradez e renome que ostenta pelo menos um dos possíveis candidatos aventados.
 
 Hugo Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida

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