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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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sexta-feira, 1 de junho de 2012

BRASIL, UM VASTO PAUL


Quem busca se informar sobre as coisas do Brasil de hoje, embora com as limitações da forte e disfarçada propaganda governamental, e não está ligado às redes da criminalidade que se espalham  dominando grande parte da vida  do país, tem a  sensação de que caminha  em terreno pantanoso, que a qualquer momento pode desabar em abismo profundo, sofrendo queda de terríveis consequências. A insegurança é total, ultimamente levada a extremos inimagináveis e de resultados imprevisíveis. O país dá a nítida impressão de que revive os últimos momentos do Titanic, onde após o choque com o iceberg  espalhou-se a certeza de segurança e se fez música para alegrar o coração dos quase náufragos.
 O povo tem sido envolvido em vasto programa de mentiras, sonhos de grandeza e fantasias, todas consumindo bilhões do erário, como a lenda da transposição do Rio São Francisco e a do enriquecimento da população, que teria pulado da classe “c” para a classe “b”, tudo arrumado em gigantesco sistema de engodo televisivo, que não deixa de encontrar acólitos e defensores entre os quais não deixam de  figurar aqueles que somente aguardam a oportunidade de novas mamatas. Não há inocentes no esquema.
A sensação de insegurança nos últimos dias precipitou-se no espírito popular. A desconfiança, que havia começado com o ataque à poupança (por onde o presidente Collor deu início à sua queda), engrossou com as greves, no setor da educação, que vêm pondo à mostra o descaso de governos com o que há de mais importante para o futuro do povo brasileiro, a insensibilidade governamental com a saúde e os gravíssimos e crescentes problemas de segurança pública, acrescidos de outros, como os decorrentes da extorsiva carga tributária e os do chamado “custo Brasil”, cresceu, ultimamente, com o que parecia ser simples caso de polícia, mas transformado em CPI do Congresso, o do famoso Carlinhos Cachoeira, e o do julgamento dos envolvidos no episódio do mensalão, que vem sendo protelado, aos olhos do povo, por motivos que não elevam o conceito do nosso sistema republicano de governo.
O lodaçal, a que tem sido conduzido o Brasil, tornou-se evidente, mostrando todos os seus perigos, quando o ex-presidente Lula, para alguns guia infalível de santidade indiscutível, verdadeiro salvador da pátria, tentou dobrar ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, na tentativa de protelar o julgamento dos envolvidos no caso do mensalão, cerca de quarenta pessoas  denunciadas pelo Procurador-Geral da República  pela prática de diversos delitos, entre os quais os de corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e fraudes diversas. Todas essas pessoas ligadas, de alguma forma, ao situacionismo político. O adiamento resultará na prescrição de  vários crimes. O escândalo,  de vasta repercussão e de consequências que ninguém pode prever, noticiado pela revista “Veja” de 28 do corrente, põe a nu a verdadeira situação do povo brasileiro, que em grande  parte entregou-se a falsos líderes em troca de promessas e de conversas fiadas, como a de recuperação da indústria naval brasileira, que somente  conduzem ao crescimento do descrédito, da corrupção (o maior imposto pago pelos brasileiros), do desrespeito à lei e da dissolução dos costumes, agora fortemente ameaçada, é o que assevera o noticiário, por comissão de juristas, que  incluiu no anteprojeto de código penal a ser votado, em breve, pelo Congresso Nacional,  a descriminalização da posse de certas quantidades de substâncias atualmente proibidas, desde que destinadas a uso próprio. Em breve poderemos ter produtiva população de maioria drogada, legalmente protegida para maior grandeza da pátria. Tudo nos leva a um dilema: ou o povo reage, pelo voto, deixando de lado sonhos e vãs fantasias futuristas, acobertadoras de sabidórios e tiranetes disfarçados de messias, ou poderemos nos transformar, brevemente, em outra Síria. 

 Hugo Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida

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