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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

NEWTON DA COSTA FALCÃO - II

Adnil Dias Falcão nasceu em Feira de Santana, em 24 de novembro de 1945. Professora, licenciada em letras pela Universidade Estadual de Feira de Santana e especialista em Metodologia do Ensino Superior e Educação Brasileira em nível de mestrado. Lecionou  no Curso de Magistério do Instituto Gastão Guimarães, gerenciou a Sucursal do Jornal da Bahia e Jornal Feira Hoje e o Centro Social Urbano Governador Roberto Santos. Foi chefe do Gabinete do Prefeito Newton da Costa Falcão, em 1971/1972. Exerceu as Funções de Diretora Acadêmica. Assessora de Planejamento e Assessora Especial da UEFS, em 1980 a 2001. Autora de inúmeras publicações acadêmicas administrativas. Olhares Sobre Newton Falcão é sua primeira experiência como escrevinhadora.
 

NEWTON DA COSTA FALCÃO - I

Em 1940, já se programando para o retorno a Feira de Santana, Newton adiantaria entendimentos, para torná-lo uma equipe mais forte e aguerrida. Entrou em contato com outra agremiação - o Ipiranga - comandada pelos irmãos Suzarte Gomes, que também se destacava nesse universo futebolístico, com vistas a formar um grande time local.

0 diálogo sobre a junção das duas equipes - a dos Falcão e a dos Suzarte Gomes - ganhou força com a permanência de Newton na cidade. Decidiu-se que o Palestrinha incorporaria o Ipiranga. A escolha de outro nome para o grupo rendeu muitas discussões. Afinal, Palestrinha carregava uma conotação infantil, que “já não cabia num time de craques”. Além disso, o clima da Guerra provocava rejeição a qualquer coisa que lembrasse a Itália. Segundo Wilson Falcão, foi Newton quem sugeriu batizar a equipe de Fluminense Futebol Clube, um preito ao grémio carioca de mesmo nome, do qual a maioria era torcedora. Essa designação também teve uma justificativa de ordem prática: trabalhava, na firma Marinho Santos & Cia., um guarda-livros (contador), chamado Balalair de Castro, que era ligado ao time do Rio de Janeiro. Se a nova agremiação adotasse aquele nome, ele conseguiria, para ela, todo material timbrado necessário ao uso da secretaria. A proposta, vantajosa do ponto de vista económico, foi aceita sem delongas.

Nasceu, assim, o Fluminense de Feira Futebol Clube, cuja fundação foi oficializada no início de 1941. Coube a Antônio, irmão de Newton, a presidência. 


Equipe do Palestrinha-Fluminense futebol Clube
a começar  da esquerda, Newton é o quinto, meio escondido

Newton, que gostava mesmo era de jogar futebol, continuou defendendo as cores da equipe, como atleta.

Com a criação da Liga Feirense de Desportos Terrestres - hoje, Liga Feirense de Futebol - para dirigir o esporte amador em Feira de Santana, em 1942, o Fluminense filiou-se à entidade e, a partir de 1944, começou a disputar os campeonatos feirenses, caminhando rapidamente para a profissionalização. Na sua trajetória como amador, conquistou os títulos de 1947, 1949, 1950 e 1953. O último título assegurou-lhe o ingresso no futebol profissional, em 1954, sob o comando de Wilson da Costa Falcão, seu primeiro presidente.

Integravam, ainda, o quadro diretor do clube Osvaldo Coelho Torres (vice-presi- dente), Laudelino Lacerda Pedreira e Otto Emanuel de Carvalho (secretários), Ariston Carvalho (diretor técnico), Simônidas Carneiro (assistente), Fernando Garcia (diretor de sede), Colbert Martins da Silva (orador), Adroaldo Dórea, Alberto Oliveira e Vallter Mendonça (departamento médico), Humberto Luiz Portela e João da Costa Falcão (departamento jurídico). Newton, Antônio e Walter da Costa Falcão, Isaac e José Suzarte Gomes, Arivaldo Gomes de Santana e outros passaram a compor o Conselho Deliberativo, encabeçado por Manoel Contreiras.

Newton foi dedicado dirigente e fervoroso torcedor do Fluminense de Feira. Nas crises da agremiação, era sempre um dos primeiros a ser chamado para indicar caminhos, encontrar soluções. Os irmãos Falcão continuaram a participar ativamente da direção do clube até o início da década de setenta. Nesse período, o Fluminense deu vida sócio esportiva à cidade, tornou-se um património do município. Entre outros, conquistou os títulos de bicampeão, na categoria de aspirantes (1960 e 1961), e de campeão baiano de futebol, em 1963 e em 1969. Sagrou-se, ainda, vice-campeão estadual, em 1956 e em 1968, e esteve sempre entre os primeiros times do campeonato baiano. Cada conquista era ruidosa e animadamente comemorada, com desfile dos jogadores, passeatas de carros, buzinaço, fogos de artifícios. Feira de Santana parava para homenagear os Touros do Sertão. Com muito orgulho, Newton confessava: “Ao Fluminense dei muitas horas do meu tempo e muito dinheiro. Em troca, recebi muitas alegrias.”

Nelton, como os demais jovens, ressentia-se, da inexistência, na cidade, de um local onde pudessem se reunir, jogar, promover festas. Logo, começou a maquinar a criação de um clube social que viesse preencher essa lacuna. Sabia ser difícil um empreendimento de tal porte. Mas, foi amadurecendo a ideia, conversando com os amigos e companheiros, tentando convencer o pai a emprestar-lhe o prestígio do nome, afim de obter adesões. Conversa vai, conversa vem, encontrou dois outros jovens dispostos a assumirem, com ele, os riscos do pretensioso projeto: Ideval José Alves e Antônio de Oliveira Matos (Tide). A união, o desprendimento e a iniciativa dos três amigos deram vida ao primeiro grande clube social da cidade, o Feira Tênis Clube.

A pretensão era que a casa de festas idealizada oferecesse, à comuna, um espaço com infra-estrutura capacitada para acolher a crescente e próspera so­ciedade quando de suas celebrações. Chamaram- na, a princípio, de Feira de Santana Tênis Clube - o que assinalava o interesse da mocidade da época pelo esporte. Coube, a Cerilo Mousinho, a elaboração do seu estatuto. A cerimónia oficial de fundação aconte­ceu em 08 de dezembro de 1944, em reunião, realiza­da no salão nobre do Montepio dos Artistas Feirenses, à Rua Conselhei­ro Franco, sob a presidên­cia de Hermínio Francisco Santos.

Na assembleia, o nome do clube foi reduzido para Feira Tênis Clube e os esta­tutos discutidos e aprovados. Na ata da solenidade, consta que “os fins da novel sociedade, que vinha completar o conjunto das instituições civis de Feira de Santana, eram desenvolver em meio tão culto, os jogos de salão, os exercícios atléticos, os desportos amadoristas, especialmente a prática do tênis; e paralelo com estes objetivos, organizar reuniões artísticas, culturaes e sociaes, bem como fundar uma biblioteca”.

Transcrito do livro "Olhares sobre Newton Falcão". (continua na próxima Postagem sobre o tema.

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