Símbolos do Santanópolis

FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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sexta-feira, 13 de setembro de 2019

PIPIU

Fernando S. Ramos
Santanopolitano
Escritor premiado
Coluna sobre música publicada no jornal "Folha do Norte", edição de novembro de 1964.


Se existiu um cantor de voz extraordinária em Feira de Santana, esse foi Pipiu, que deixou há muito tempo de cantar como era um Intérprete amador, seu grande timbre vocal per­maneceu sem um esmerilamento para que pudesse atingir o climax de dizer bem as palavras, sentir o samba, ritmo do qual gostava, Pipiu era um cantor para redutos fechados ou abertos influenciado em Francisco Alves de cuja-lotfiness não ficava nada a desejar. Apenas um ficou conhecido no país, gravou os seus discos, enquanto o outro permaneceu na província.
Bernardino de C. Bahia
Santanopolitano
           O rei da voz possuía volume impressionante na laringe, contendo-se no pianíssimo.. Pipiu Bernardino não ia ao pianíssimo por culpa da sua desabrida influência nas melodias (nem sempre boas) do Chico Viola. Um: Quando trauteava «O cigano», de Marcelo Tupinembá e João do Sul, ao fazer cêrco em «... e agora que minh’alma te chora/ouve bem a canção que era assim:/ o amor tem a vida da flor.../, Bernardino Pipiu Bahia, ao planar a voz em 1-2, 3,  continuava em 4 5 6, saindo da unidade rítmica na palavra agora. Pior ainda é em «Cadeira Vazia», Lupiscínio Rodrigues, quando imitava Francisco Alves do principio ao fim.
           O maior fã de Pipiu em Feira de Santana é ainda Cícero.
           Era um cantor que não se debruçava no «mon descriptum», como os péssimos cantadores Orlando Dias e Valdlck Soriano, de vozes de cipó caboclo.
            Pipiu levantava a voz com uma facilidade incrível, sem esforço parecendo um helicóptero. Alguns bons cantores feirenses vivos também deixaram a melodia (Dourival Oliveira, Reginado Didi) enquanto outros – ainda em evidência – não conseguiram nem sequer ser razoáveis para poder aperfeiçoar as vozes: Sílton Brandão e Geraldo Bortges.
       Pipiu, sem ter aprendido canto, é um patrimônio da Feira como cantor-amador, infelizmente sem o flou musical, por falta exclusivamente sua.


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