1ª Feira de gado juntamente com a "feira livre" - Olhos d'Água |
Cironaldo S. Santos Jornalista editor do "Jornal Metrooplitano" |
"feira livre" em 1923 |
Tanto a Feira Livre como a Feira de Gado, foram decisivas para fomentar o surgimento e o desenvolvimento do município de Feira de Santana, as quais, até hoje, não se tem a certeza qual das duas surgiu primeiro. Segundo o que conta os historiadores, ambas teve início na região conhecida como bairro dos Olhos D´Água, localização privilegiada, identificada por tropeiros e viajantes em suas viagens constantes ao porto de Cachoeira, com destino ao sertão baiano, transportando mercadorias e produtos dos mais variados, inclusive bovinos. Aproveitavam para uma ligeira parada, devidas à facilidade do abastecimento de água de boa qualidade, dando início na formação das duas grandes e famosas feiras que alavancaram economicamente o município de Feira de Santana.
Com o passar do tempo, tanto uma feira como a outra, em
razão da sua localização estratégica, o fluxo de pessoas foi aumentando, ambas
foram tomando corpo, crescendo, abrindo espaço para o surgimento da atividade
comercial, com a cidade de Feira de Santana passando a funcionar como um centro
de informação para a venda e troca de mercadorias e demais gêneros e utensílios
utilizados na época.
TUDO MUITO RÁPIDO
Tudo foi acontecendo em torno da grande Feira Livre e da
Feira de Gado muito rapidamente. O comércio agigantava a passos largos, Feira
de Santana, já naquela ocasião, funcionava como um termômetro se consolidava
muito rapidamente como um importante entreposto comercial que expandia em ritmo
acelerado com bases sólidas. Passou a ser um ponto de apoio entre o sertão
baiano, Salvador e o porto de Cachoeira.
Passou a exercer a função de uma parada estratégica, para
uma pausa, uma estadia e passagem para atender aqueles que se dirigiam com
destino às demais localidades do sertão baiano e as regiões norte e nordeste do
País, um importante e decisivo vetor para o seu desenvolvimento. Com a
implantação pela Leste Brasileiro da rede ferroviária, ligando Feira de Santana
a Salvador e a Cachoeira, facilitou o acesso à Feira de Santana de uma
população que habitavam uma das regiões mais ricas e promissoras do estado, o
recôncavo baiano e a capital do Estado, impulsionou ainda mais as suas
atividades comerciais.
Com o surgimento das rodovias que começavam a ser
implantadas por todo o País, Feira de Santana foi beneficiada devido á sua
localização privilegiada geograficamente, aumentado a sua capacidade para
realização e implantação de novos negócios. Surgindo o forte comércio do
segmento de autopeças e a consequente implantação de oficinas mecânicas, outro
marco significativo no desenvolvimento da cidade, parada obrigatória dos
caminhoneiros e motoristas de carros de passeios e ônibus, para reabastecimento
e a manutenção dos veículos.
SEGUNDA – FEIRA O GRANDE DIA
Uma das últimas "feira livre" |
CENTRO DE ABASTECIMENTO
Esse pequeno relato sobre a Feira Livre e a Feira de Gado,
que nos faz relembrar, viajando na história, de uma Feira de Santana do
passado, tem como objetivo chamar a atenção das autoridades para a necessidade
de revitalizar o Centro de Abastecimento, que resgata a nossa extinta Feira
Livre que deu origem ao município.
Um equipamento da prefeitura gerador de emprego, trabalho e
renda para milhares de famílias baixa renda, que dá sequência a uma das
tradições mais marcantes do município, o mais importante entreposto comercial
do interior do Estado da Bahia, e um dos maiores das regiões norte e nordeste
do País. Juntamente com a Feira de Gado, que já foi noticia em um dos jornais
mais importantes do mundo, o americano, New York Times, na década de 60 do
século passado.
O Centro de Abastecimento foi construído e inaugurado em
1976 do século passado pelo ex-prefeito, José Falcão da Silva, com o objetivo
de transferir para lá a Feira Livre que era praticada nas principais vias
centrais da cidade. A medida foi contestada por uns e apoiada por outros.
Com o passar do tempo algumas reformas e ampliações foram
feitas, porém, observam-se sérios problemas operacionais, ao beneficiar os
grandes atacadistas com recursos oriundos do contribuinte, com pagamentos até
mesmo da conta de energia elétrica pelo Poder Público, uma medida que tem que
ser barrada o quanto antes, em
detrimento dos pequenos comerciantes ali existentes, além das condições
precárias que envolve o seu funcionamento.
Deixando evidente que algo pujante, do tamanho e da
dimensão que o CA exerce na história da cidade, necessita ser estudado,
amplamente debatido com a sociedade, para que seja elaborado um projeto,
transformando o local em um amplo centro de vendas ao consumidor, bem estar, de
lazer, atrativo ao turismo e de entretenimento. Um local onde as famílias
possam se deslocar e sintam o prazer em fazer suas compras sem ser
importunadas, dentro das condições mais agradáveis que se possa proporcionar.
Por que não?
O FUTURO DO CENTRO DE ABASTECIMENTO
Nós do jornal “O Metropolitano – Em busca da razão”, nossos
parceiros e anunciantes já provocaram algumas discussões a respeito desse
assunto por várias vezes, mesmo por que, somos saudosistas por natureza,
crescemos vendo a Feira Livre crescer, razão pela qual, o descaso para com o CA
mexe com a sensibilidade daqueles que possuem o vírus das nossas tradições
vivos circulando por nossas veias.
O governo municipal está anunciando a inauguração para o
final deste ano, do Centro Comercial Popular, localizado ao lado do CA,
inclusive, ocupando parte de suas instalações. Um projeto moderno, devidamente
estudado e planejado, com a finalidade de organizar Centro Comercial da cidade,
ao relocar os Camelôs ali instalados. E mais, fruto de um “PACTO” firmado entre
o governo municipal e os representantes das entidades envolvidas no processo,
que resultou na formação de uma Parceria Pública Privada (PPP), para a sua
construção.
Já que a experiência para a construção do Centro Comercial
Popular está dando certo, o porquê não firmar um novo “PACTO” entre as partes
interessadas, visando formar outra PPP para que seja revitalizado o Centro de
Abastecimento. Já que os dois vão funcionar conjuntamente. Vai ficar difícil,
quase que impossível a adaptação e o funcionamento dos dois empreendimentos nas
condições em que se encontra o CA.
AUDIÊNCIA PÚBLICA
Felizmente, no dia 07 de junho próximo, às 09:00 horas,
acontecerá no Plenário da Câmara Municipal de Feira de Santana uma “AUDIÊNCIA
PÚBLICA” atendendo ao Ofício da Comissão de Obras, Urbanismo, Infraestrutura Municipal
e Meio Ambiente, assinado pelo seu presidente, Vereador, Roberto Tourinho,
devidamente protocolado no Gabinete da Presidência dentro do prazo previsto,
para discutir: OS PROBLEMAS, AS CARÊNCIAS E NECESSIDADES DO CENTRO DE
ABASTECIMENTO DE FEIRA DE SANTANA.
Além dos convites
direcionados às autoridades diretamente envolvidas no processo, a referida
Comissão está convidando, também, a Comunidade Feirense interessada em debater
a causa, como também, os comerciantes e trabalhadores do Centro de Abastecimento.
CONCLUSÃO
Então prezados companheiros, estamos diante de uma pauta de
suma importância para tentar encontrar o melhor destino que possamos dar para
aquele importante equipamento público, pelo que ele representar no resgate e na
história que deu origem ao município de Feira de Santana.
A sociedade e as classes produtoras estão sendo convocadas
para participar de uma “AUDIÊNCIA PÚBLICA” para tratar de um tema que é parte
integrante da história da cidade, com o objetivo de apurar as carências e
problemas que tumultuam o melhor aproveitamento do CA. Cujas deficiências
causam uma péssima imagem e deixam um rastro de conflitos e transtornos
prejudiciais ao seu já precário funcionamento. Local onde as donas de casa da
numerosíssima família feirense evitam em frequentá-lo.
Diante do exposto, é chegada a hora de deixar a omissão de
lado por parte dos representantes da sociedade civil organizada local e encarar
os fatos com determinação. Estamos nos referindo àqueles que ocupam funções
diretivas à frente das entidades de classes, clubes de serviços, sindicatos,
etc., e, especialmente, os respectivos presidentes. Não podemos e não devemos
deixar a bola rolar do jeito que ela está rolando. Precisamos juntamente com a
autoridade responsável, tomar as medidas cabíveis que aqueles que dependem e
necessitam do melhor aproveitamento do CA.
Vamos “BATER O PONTO” quando convocados para tratar,
dialogar, debater e definir “POLÍTICAS PÚBLICAS” que envolve a comunidade como
um todo.
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