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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quarta-feira, 13 de junho de 2018

A POLÊMICA DO MONOQUINE - 1964

Antonio José
Laranjeiras -

Cronista Social
Coluna de Laranjeiras publicada na
FOLHA DO NORTE - 1964
Antonio José Laranjeiras, em 1964, publicou no jornal "FOLHA DO NORTE" sua coluna social.

NOMES VIPS FALAM

Uma moça de sardas (Rita Pavone) no rosto, subiu a um palco certa oportunidade e deu o seu o seu primeiro show de “yêyê” em território nacional. A maneira de sua vestimenta (calça com suspensórios), influiu com a juventude comercializada falada falasse em um mailiot de suspensórios ou de uma peça. Passado alguns dias, estava criada para dar dor de cabeça ao mundo social o comentadíssimo “monoquini”. Como todos sabem o já conhecido “2-1” (dois menos um) se constitue em uma das mais sensacionais notícias de todos os tempos, chegando mesmo a ser abordada pelo Clero internacional. Apesar do sucesso que vem obtendo na Suécia, França e Finlândia, continua sendo duramente combatido por outros países. Diante desta divergência  de opiniões, vamos nesta oportunidade tomar conhecimento como a sociedade feirense receberia tal moda, se tivesse praia ou piscina pública. Vamos através de enquetes feitas por este colunista nesta semana, com “DEZ NOMES VIPS da nossa sociedade, saber quais os seus pontos de vista acerca da moda em questão.
Iniciemos pois as opiniões dos dez DEZ NOMES escolhidos a ponta do dedo, por esta coluna.
Dival Pitombo
(Homem dedicado a litratura): “A nova moda de maiô lançada na Europa com tanto sensacionalismo pode ser julgada sob vários aspectos: - moral, estético, higiênico etc. Cada um desses aspectos comporta uma opinião isolada. Todavia, de modo geral, eu julgo que ela não conseguirá o sucesso que muitos preconizam. Mesmo por que se as mulheres forem bastantes inteligentes, como desejamos que elas sejam, não concordarão facilmente em exibir as suas formas íntimas de modo tão simplista. Beleza custa caro e elas sabem disto”.
Yêda Barradas Carneiro
(Arquiteta e uma da senhoras mais elegantes da city): “Em primeiro lugar considero imoral esta moda de mailiot. – Admitindo a moral como uma convenção que possui regras em diferentes lugares e na época em que se aplicam, a minha opinião muda de forma: ela pode não ser imoral mas, só moças desprovidas de pudor podem usá-lo”.
“Ele é também anti-estético. Olhando o corpo feminino com os olhos de artista, ele é muito mais arte totalmente nú de que coberto na pequena proporção e no modêlo que o no mailiot apresenta. Logo, Antonio José, você e todos os leitores já devem ter concluído de que a nova moda e totalmente condenada por mim.
Alberto Oliveira
(Homem ligado a política e
ao esporte): “O mailiot-scandale (maiô-escândalo) como é chamado na França (na França!!), não pode e não deve ser recebido tranquilamente, no Brasil. Entretanto se as moças fisicamente dotadas de atributos estéticos imprescindíveis, o monoquini com a mesma alegria quando lançaram o bi, cabe a nós homens, a aceitação pacífica dessa ousada e revolucionária moda.
Devemos pois, ficar “de palanque” aguardado os resultados. Como disse o inteligente Rubem Braga “só vendo”.
 Tania Franco
(Uma das senhoritas mais elegantes da city):  “Não é tão absurdo nem tão fora do comum. Apesar de ser uma moda diferente, não deixa de ter um cunho imoral, desde que falta estética em quem  usa. Como moda,  encaro este tipo de biquine como uma etapa da evolução do vestuário feminino, embora seja contra o seu uso para uma mulher que realmente tenha caráter”.
Olney São Paulo
(Cineasta, diretor do “Grito da Terra): “Como moda é boa, é boa e futuramente comum. A repercussão haverá entre as mulheres belas. Como elas gostam sempre de avançar o sinal da lei da moral, moda é moda. E busto, que é busto? A quinta –essência da beleza feminina”.
Laura Folly
(Senhora intelectual dedicada a cultura): “O assunto já está ficando velho e desgatado tanto tem sido tratado: o tal maiô de uma só peça, foi assunto em manchete da imprensa mundial, Nova York, Londres e eis que chega até nós escandalizando muitos, agradando a alguns e causando hilaridade a outros, e já as Delegacias de Costumes na indecisão de proibir ou não a novidade que já não é tão nova nas praias de Canes, Saint Tropez e em alguns países nórdicos.
Sabemos entretanto, que a publicidade já está funcionando como propaganda e há, entre nós, as mais controvertidas opiniões sobre o uso ou não dos tais agora, isto é certo porque e para que regridi aos nossos avós índias?
E não tenhamos dúvida nenhuma: tudo vem, naturalmente, no tempo próprio”.
Osvaldo Sales
(Jovem ligado a arte de pintar): “Sôbre o 2-1, eu opino assim: Para a maioria dos brasileiros é escândalo, porém para quem se dedica a pintura e a arte em geral , o olhar do prisma é diferente e belo artísticamente falando, ver nú é tão comum e realista. Por isso não há nada de mais no uso do monoquini pela mulher, é tão natural”.
Ana Maria Oliveira
(Senhorita intelectual e dedicada às línguas): “ É uma moda sensacionalista, como uma in-... 
Nota do Blog: Na minha pesquisa ainda não encontrei a página que sequencia, logo encontrada, postarei a continuidade.

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