Antonio José
Laranjeiras -
Cronista Social
|
Coluna de Laranjeiras publicada na FOLHA DO NORTE - 1964 |
NOMES VIPS FALAM
Uma moça de sardas
(Rita Pavone) no rosto, subiu a um palco certa oportunidade e deu o seu o seu
primeiro show de “yêyê” em território nacional. A maneira de sua vestimenta
(calça com suspensórios), influiu com a juventude comercializada falada falasse
em um mailiot de suspensórios ou de uma peça. Passado alguns dias, estava
criada para dar dor de cabeça ao mundo social o comentadíssimo “monoquini”.
Como todos sabem o já conhecido “2-1” (dois menos um) se constitue em uma das
mais sensacionais notícias de todos os tempos, chegando mesmo a ser abordada
pelo Clero internacional. Apesar do sucesso que vem obtendo na Suécia, França e
Finlândia, continua sendo duramente combatido por outros países. Diante desta
divergência de opiniões, vamos nesta
oportunidade tomar conhecimento como a sociedade feirense receberia tal moda,
se tivesse praia ou piscina pública. Vamos através de enquetes feitas por este
colunista nesta semana, com “DEZ NOMES VIPS
da nossa sociedade, saber quais os seus pontos de vista acerca da moda em
questão.
Iniciemos pois as
opiniões dos dez DEZ NOMES escolhidos a ponta do dedo, por esta coluna.
Dival Pitombo
(Homem dedicado a
litratura): “A nova moda de maiô lançada na Europa com tanto sensacionalismo
pode ser julgada sob vários aspectos: - moral, estético, higiênico etc. Cada um
desses aspectos comporta uma opinião isolada. Todavia, de modo geral, eu julgo
que ela não conseguirá o sucesso que muitos preconizam. Mesmo por que se as
mulheres forem bastantes inteligentes, como desejamos que elas sejam, não
concordarão facilmente em exibir as suas formas íntimas de modo tão simplista.
Beleza custa caro e elas sabem disto”.
Yêda Barradas Carneiro
(Arquiteta e uma da
senhoras mais elegantes da city): “Em primeiro lugar considero imoral esta moda
de mailiot. – Admitindo a moral como uma convenção que possui regras em diferentes
lugares e na época em que se aplicam, a minha opinião muda de forma: ela pode
não ser imoral mas, só moças desprovidas de pudor podem usá-lo”.
“Ele é também anti-estético.
Olhando o corpo feminino com os olhos de artista, ele é muito mais arte
totalmente nú de que coberto na pequena proporção e no modêlo que o no mailiot
apresenta. Logo, Antonio José, você e todos os leitores já devem ter concluído
de que a nova moda e totalmente condenada por mim.
Alberto Oliveira
(Homem ligado a política e
ao esporte): “O mailiot-scandale (maiô-escândalo) como é chamado na França (na França!!), não pode e não deve ser recebido tranquilamente, no Brasil. Entretanto se as moças fisicamente dotadas de atributos estéticos imprescindíveis, o monoquini com a mesma alegria quando lançaram o bi, cabe a nós homens, a aceitação pacífica dessa ousada e revolucionária moda.
(Homem ligado a política e
ao esporte): “O mailiot-scandale (maiô-escândalo) como é chamado na França (na França!!), não pode e não deve ser recebido tranquilamente, no Brasil. Entretanto se as moças fisicamente dotadas de atributos estéticos imprescindíveis, o monoquini com a mesma alegria quando lançaram o bi, cabe a nós homens, a aceitação pacífica dessa ousada e revolucionária moda.
Devemos pois, ficar “de palanque” aguardado os
resultados. Como disse o inteligente Rubem Braga “só vendo”.
Tania Franco
(Uma das
senhoritas mais elegantes da city): “Não
é tão absurdo nem tão fora do comum. Apesar de ser uma moda diferente, não
deixa de ter um cunho imoral, desde que falta estética em quem usa. Como moda, encaro este tipo de biquine como uma etapa da
evolução do vestuário feminino, embora seja contra o seu uso para uma mulher
que realmente tenha caráter”.
Olney São Paulo
(Cineasta,
diretor do “Grito da Terra): “Como moda é boa, é boa e futuramente comum. A
repercussão haverá entre as mulheres belas. Como elas gostam sempre de avançar
o sinal da lei da moral, moda é moda. E busto, que é busto? A quinta –essência da
beleza feminina”.
Laura Folly
(Senhora
intelectual dedicada a cultura): “O assunto já está ficando velho e desgatado
tanto tem sido tratado: o tal maiô de uma só peça, foi assunto em manchete da
imprensa mundial, Nova York, Londres e eis que chega até nós escandalizando
muitos, agradando a alguns e causando hilaridade a outros, e já as Delegacias
de Costumes na indecisão de proibir ou não a novidade que já não é tão nova nas
praias de Canes, Saint Tropez e em alguns países nórdicos.
Sabemos
entretanto, que a publicidade já está funcionando como propaganda e há, entre nós, as mais controvertidas opiniões sobre o uso ou não dos tais agora,
isto é certo porque e para que regridi aos nossos avós índias?
E não tenhamos
dúvida nenhuma: tudo vem, naturalmente, no tempo próprio”.
Osvaldo Sales
(Jovem ligado a
arte de pintar): “Sôbre o 2-1, eu opino assim: Para a maioria dos brasileiros é
escândalo, porém para quem se dedica a pintura e a arte em geral , o olhar do
prisma é diferente e belo artísticamente falando, ver nú é tão comum e
realista. Por isso não há nada de mais no uso do monoquini pela mulher, é tão
natural”.
Ana Maria
Oliveira
(Senhorita
intelectual e dedicada às línguas): “ É uma moda sensacionalista, como uma
in-...
Nota do Blog: Na minha pesquisa ainda não encontrei a página que
sequencia, logo encontrada, postarei a continuidade.
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