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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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domingo, 16 de março de 2014

STRESS, ENFERMIDADE DA MODA

Hugo Navarro da Silva

O stress transformou-se em enfermidade da moda, embora suscite dúvidas. Trata-se de doença (uma condição patológica do corpo) ou sintoma e sinal de enfermidade? Essa é questão para especialistas dos muitos que vivem a tentar desvendar segredos da  matéria ou do psiquismo do ser humano.

Tempos e dificuldades atuais concorrem para ampliar a existência do stress, que em certos casos assume até aspectos de status e elegância no ilimitado mundo das vaidades  decorrentes da conta bancária ou de atividades havidas por artísticas.

Certamente que stress sempre existiu porque dificuldades nunca abandonaram os seres humanos na luta pela sobrevivência. A necessidade de alimento e água, a preocupação com a segurança, as doenças, o medo dos adversários e o terror diante de fenômenos naturais  atormentam os homens desde  os tempos primitivos.  Segundo a teoria da luta ou fuga o indivíduo, diante do perigo, prepara-se para se defender, o que resulta em intranquilidade, preocupações, desgaste e cansaço, que deram surgimento à necessidade da vida em grupos.

Se aceitarmos a definição de grupo como forma básica de associação humana, o ser coletivo de que falam alguns sociólogos, não podemos deixar de entender  que o chamado grupo social  não pode ser visto apenas como a soma dos seus componentes, nem como simples contatos e relações condensadas, que são mais consequências do que causas. Daí que não podemos determinar o comportamento de grupos conforme a posição de seus membros. É necessário estudar o meio e os processos mentais a que estão submetidos os componentes do grupo e até que ponto e em que sentido a interação influi na sua maneira de proceder. O instinto de conservação grupal diferencia-se do instinto de conservação individual, daí que nos momentos de necessidade ou crise o grupo adquire consciência própria, muitas vezes completamente diferente da consciência de seus membros  em virtude de que simples e pacatas pessoas, no grupo, podem praticar atos criminosos e dar demonstrações de coragem e heroísmo de que seriam incapazes isoladamente.

Depois da Segunda Guerra Mundial ganhou força na indústria e na mídia o stress dos materiais, após diversas quedas de avião comercial inglês, revolucionário porque movido a jato, o De Haviland Comet, que diminuía sensivelmente o tempo das viagens aéreas, o primeiro a ser lançado em linhas regulares. A aeronave, depois de certo tempo de uso, se desintegrava no ar. Descobriu-se que a fadiga de partes da fuselagem, o stress, havia provocado os desastres que ceifaram dezenas de vidas humanas. O avião foi retirado do serviço mas o stress de materiais passou a ser preocupação da indústria aeronáutica no mundo inteiro.

Alguns analistas da atual realidade social brasileira falam atualmente, do stress que atinge o nosso povo, que tem demonstrado, em várias oportunidades e diversas situações, algo  que se poderia chamar de ruptura estrutural decorrente de desequilíbrio que produz tensões.

As reações violentas de grupamentos humanos com prática de selvageria e vandalismo diante de crimes ou na defesa de interesse grupais, como em recente greve de garis no Rio de Janeiro, estão dando a entender que o povo desiludiu-se da existência de governo, não reconhece autoridade, não respeita a ordem e está marchando para o perigoso sistema do exercício arbitrário das próprias razões, a aplicação da  justiça pelas próprias mãos.

Hugo Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida

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