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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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sexta-feira, 7 de março de 2014

O CRESCIMENTO DO MUNDO

Hugo Navarro da Silva

Crescer parece ser meta universal. As pessoas, as atividades do comércio e da indústria, os governos em geral só falam em crescer, ganhar mais dinheiro, independência, força e poder.  Fernando Henrique Cardoso, quando presidente, popularizou as palavras avanço e avançar para caracterizar as ações ou intenções de seu governo dando como consequência que avanço e avançar passaram a integrar o vocabulário de muito político pelo Brasil afora, com o sentido de aumento e aumentar, fazendo desaparecer antigo significado da palavra avanço, usada popularmente para definir atitudes nem sempre legal ou socialmente  aceitáveis do homem  diante das mulheres, até porque o avanço deixou de ser característica exclusivamente masculina, o que  tem  certas vantagens, embora reduza, em muito, o primitivo e viril mas sempre atraente prazer de caçar,  característico de predadores, confirmando a máxima de que um dia é do caçador e, outro, da caça. Tudo parece dar no mesmo, mas as diferenças são enormes e o insubstituível sentimento de vitória no campo de batalha transforma-se, às vezes, em rendição ou submissão sem glória e sem muitas alegrias, porque lhe falta o necessário tempero.

A vocação para o crescimento é fato constatado até na altura dos seres humanos, que crescem na razão direta do valor calórico dos alimentos que ingerem, fenômeno que está acontecendo no nordeste brasileiro e entre raças atarracadas existentes no mundo.

Cuida-se, hoje, do crescimento de músculos com intervenções cirúrgicas e o uso de drogas que produzem maravilhas, verdadeiros Tarzans de ambos os sexos,  embora drogas, que andam por ai, vendidas livremente, com o tempo façam diminuir partes e funções importantes do corpo e até o  período de vida de usuários.  Já houve época em que musculatura costumava ser obra de alfaiataria, como narra o samba “Tarzan, o Filho do Alfaiate” de Noel Rosa e Vadico: “Quem foi que disse que eu era forte?/ Nunca pratiquei esporte nem conheço futebol/  O meu parceiro sempre foi o travesseiro/ E  eu passo o ano inteiro sem ver um raio de sol/ A minha força bruta reside/ Em um clássico cabide, já cansado de sofrer/ Minha armadura é de casimira dura/  Que me dá musculatura, mas que pesa e faz doer”.

Diante dessa incoercível tendência para o crescimento causou impacto e foi sucesso  imediato o livro de ficção científica de Richard Matheson, “O Incrível Homem que Encolheu”, transformado em filme de grande aceitação popular no mundo inteiro, contando  história de terror com lances de comédia.

 O nosso governo, adotando providências no setor econômico que alguns dizem ser mistura de marxismo com keynesianismo, que evidentemente não estão dando certo, com os salários consumidos, cada vez mais, pela inflação e a produção lutando contra as peias dos juros, da escorcha fiscal e da concorrência estrangeira, só fala em crescimento, do nascimento de nova classe média que fez ampliar o consumo, esquecido de que aumento de consumo sem incremento de produção é caminho certo de graves problemas sociais.

Resultado da política econômica posta em vigor no país é que brasileiros de todas as classes lutam, diariamente, com salários corroídos, para fazer crescer a economia da China e de outros países.

O bom Estado da Bahia, ao          que tudo indica, anda na contramão dos acontecimentos e das tendências com a diminuição da violência, dentro e fora do Carnaval, a exemplo do que tem sido divulgado . Esse encolhimento não acontece apenas na capital. Em Feira de Santana quase toda semana há loas cantadas à diminuição nas estatísticas do crime de tal sorte que em breve a polícia poderá ficar sem emprego.

Hugo Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida

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