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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

PROPAGANDA, A ALMA DO NEGÓCIO

Hugo Navarro da Silva


Certamente Huxley não estava exatamente no caminho certo quando disse que a melhor propaganda é não fazê-la porque a verdade sempre aparece. Contrariou crença antiga segundo a qual a “propaganda é a alma do negócio”. Publicidade já foi reclame, na linguagem popular, como diz o samba “No tempo em que Dom-Dom jogava no Andaraí”, defendido por Dudu Nobre, e sempre esteve no jogo do comércio.  Nos Estados Unidos o dono de circo, um certo P.T. Barnum, certa vez, para angariar público, apresentou encarquilhada senhora  de  supostos 161 anos de idade,  que teria sido babá de George Washington. Segundo antiga lenda indiana, “homem sem fama é fogo sem chama”, que confirma dito popular: o desconhecido não é desejado, repetindo o que dizia professor dos velhos tempos: “Não posso desejar milk shake, se não sei o   que é”.
Conta a História que um indivíduo apareceu em público disfarçado de Hércules, nu, para  atrair a atenção de Alexandre, o Grande. Dono de jornal, na França, fez acordo com a Guerlain para perfumar o periódico “La Sylphide”.  O sistema fez sucesso mas provocou inúmeros problemas domésticos. Mulheres dificilmente acreditavam que o perfume que o marido exalava era do jornal. Outro, também na França, publicou periódico com o nome de “Manchas de Tinta”, que não angariou muitos leitores. Quando foi assassinado um certo Morin, episódio escandaloso porque a acusada era esposa de deputado e poeta, pôs na rua pessoas fantasiadas de sanduíches carregando faixas que diziam: “Morin não poderá ler Manchas de Tinta”.
A propaganda, no decorrer do tempo, aparece como a grande arma para vencer no comércio e na política, campos em que nos últimos tempos assumiu fundamental importância. Há outros casos como o da exploração da eterna busca da beleza, o vão desejo de burlar o tempo e a natureza e de enganar o próximo, que não encontram limites dentro do patético drama da existência.
O comércio cresceu, evoluiu em toda parte. Ninguém encontra mais comerciantes fazendo a sesta sobre o balcão da loja, como não há mais personagens das conversas de fim de tarde nos estabelecimentos do comércio. Até os tradicionais bancos de tirinhas das farmácia, destinados ao bate-papo, desapareceram. Tudo ficou dinâmico, prático, rápido e impessoal, ampliando a necessidade da divulgação.
Os estabelecimentos do comércio e dos serviços cresceram em instalações e beleza encontrando limites, entretanto, na escorcha tributária e na ação dos ladrões, forçando a maioria a trabalhar acobertados de excepcionais garantias. A velha afirmação de que fulano estava de “portas abertas”, perdeu o sentido, não funciona mais. Hoje, o empresariado e até profissionais liberais têm que trancar portas e se proteger, mesmo no horário de normal  funcionamento,  com trancas, cadeado, ferrolhos, câmeras de circuito fechado, sistemas de alarme, guardas armados e portas giratórias. Os ladrões dominam e detê-los não é tarefa simples e de baixo custo.
  Mas, sobretudo na política, a publicidade mostra-se de essencial valia, principalmente para quem já experimentou insucesso eleitoral e pretende fazer do legislativo seu jazigo perpétuo. Há legisladores, que mesmo estando distantes as eleições municipais, arranjam maneiras  de aparecer, diariamente, na mídia, seja qual for o assunto, provando que o trabalho de seus assessores é incansável, assemelhando-se ao de Duda Mendonça, que anda distante, envolvido com o pleito presidencial  chileno. Só que não leva em conta a fadiga, o enfado, a chatice, que atinge a publicidade em geral, se não encerra criatividade e fica a fazer tempestade em copo d’água e a soltar balões japoneses como no caso da mudança de nome do Bairro da Rua Nova, que ninguém deseja e só despertou desesperadas iras dos  donos  dos votos daquela famosa localidade.

Hugo Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida
 

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