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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O POVO ESTÁ APRENDENDO

Hugo Navarro da Silva

A campanha política municipal ingressa, agora, na sua fase decisiva, com a abertura do horário eleitoral gratuito na televisão e no rádio, em que os candidatos poderão jogar as suas últimas e definitivas cartas, embora haja a crença geral de que poucos serão os eleitores capazes de se deixar influenciar pelas mensagens de última hora veiculadas na telinha, por intermédio das ondas hertzianas e carros de som, algumas enfadonhas e perturbadoras da tranquilidade pública.
Eleições locais, pelo menos neste rincão das terras brasileiras, por certo são as mais autênticas, no sentido de revelar a vontade do povo, agora, principalmente porque desapareceu a influência dos antigos grandes chefes, que comandavam, mais ou menos de longe, todo o processo eleitoral, e vigorava o sistema do voto de cabresto e do curral eleitoral.
É evidente que os relacionamentos humanos não se transformaram a ponto de causar tamanha mudança. Sempre haverá, na política, a influência derivada das relações que decorrem de atividades comuns, de crenças religiosas e aquelas nascidas, poucas, é verdade, da ideologia política, da fidelidade partidária, da homenagem à memoria de antigos e desaparecidos chefes e de velhas, falecidas  ou já descoloridas esperanças.
Ninguém vai negar, na escolha do povo, a influência da vizinhança, parentesco, das afinidades eletivas,  da camaradagem, da simpatia, que leva o ser humano à admiração de outro, do relacionamento nascido, sob qualquer motivo, até da irmandade  do botequim, mas tem razão, sobretudo, quem aponta o fator econômico como o grande  gerador dos interessas humanos, agindo direta ou remotamente sobre a vontade popular, mal escondido no hedonismo, no desejo de progresso e das conquistas sociais, que, no final das contas, podem  dar origem a vantagens de ordem financeira, transitórias ou permanentes, em último caso decorrentes do incremento dos negócios ou da economia  resultante de uma rua sem buracos, que tem o condão de livrar, dos borracheiros, o bolso do povo.
O tempo da compra e venda de votos, que se manifestava sob vários aspectos, até o da renúncia, com a entrega do título eleitoral à facção adversária mediante módico pagamento, desapareceu, entre nós, como ficou, apenas na lembrança de alguns, a época em que partidários faziam razoáveis estoques de sapatos, calças e paletós para conquistar eleitores preocupados com a indumentária do dia da eleição, e dos escritórios montados para ensinar eleitores relapsos a desenhar o nome, quando analfabetos não podiam fazer parte das listas eleitorais. Hoje há mais liberdade e mais analfabetismo vitorioso.
A coisa toda começou a esquentar quando foram divulgadas duas pesquisas de opinião públicaque dão, a José Ronaldo de Carvalho, candidato a prefeito, com  enorme folga, a possibilidade de vitória no primeiro turno, resultados já conhecidos de sondagens anteriores não oficialmente divulgadas.
Das pesquisas dois fatos ficaram evidentes. O primeiro é o de que ninguém mais pode impor a própria candidatura a prefeito deste Município, ainda que baseado em sucessos eleitorais recentes. A Prefeitura está muito próxima do povo, que é atingido, direta e cotidianamente, pelas ações do governo municipal. A segunda é a de que as mensagens de efeito, largamente usadas em eleições anteriores, como a da necessidade de mudanças e a da afinidade política com os poderosos do país e do Estado perderam o sentido, ficaram pífias. A conversa fiada de muitos e o julgamento do mensalão, que deixa claro que falta alguém em Nuremberg, ajudam a derrubar mitos e a desfazer falsas santidades. O povo está aprendendo. 

Hugo Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida

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