Carlos Pereira de Novaes |
Puxa
vida, como é fácil ganhar dinheiro malandro no Brasil, não é?
Você ajunta um certo capital, sei
lá, e monta uma destas empresas de televisão fechada, com satélite, imagem
digital e outras traquitanas e programa que é bom, neca de pitibiribas, só tem
tranqueira, cara, diga-se de passagem.
Só
tem filme do Gordo e o Magro, do Carlitos, uns filmes batidos, destes que
custam R$ 3,00 no camelô da esquina e futebol, aliás, futebol aos montes.
Documentários,
tem sobre a vida dos pobres na América do Sul, sobre uns pescadores
esbranquiçados que esperam pela vinda de Don Sebastião, que foi aquele rei de
Portugal que morreu nas cruzadas, sobre pescadores que vivem lá onde o vento
faz a curva, umas patacoadas inúteis, umas bobagens sem graça nenhuma e tome
encheção de lingüiça grande e gorda e, desenhos animados de montão, tudo velho,
tem o Parque Jurássico I, pois o II, ao que parece, já é pago, aquela série
Bonanza, filmes de Cow Boy, lá do tempo do Roy Rogers mas tem uma vantagem: pararam
de passar o e o vento levou.
De vez em quando tem uns shows, com
Chico Buarque, já velhíssimo, o filme, com a Marieta Severo com os filhos no colo
e lá vai, tudo coisa barata.
Documentários:
tem cada besteira que não vale nem a pena relembrar.
Uma
outra coisa ótima são os pastores, padres e outros profetas falando sobre a
verdade, dizendo que Jesus nos ama aos montes. Todos eles certos.
Igreja Universal de não sei o que, Mundial de não
sei de onde e lá vai, todas elas falando do dízimo, cujo me certo deveria ser
décimo e não dízimo. Está certo que tenha religião mas tanto assim e eu
pagando? Assim não dá.
Quando
tem um filmezinho razoável, tem uma empresa, que eu não vou dizer o nome,
porque eu não sou besta, que deixa aparecer um pedacinho do filme e depois
tira, para você pedir e pagar por fora. È! Sabidinhos, né?
Agora,
os preços destas empresas, não são baratos não. São caros.
A
sim, tem uns filmes sobre a vida dos suricatos lindo, emocionante.
Bem,
em matéria de programação, eu estou começando a achar que os canais abertos são
bem melhores e tem uma vantagem extra, não repetem a programação. A minha
televisão tem quase duzentos canais mas canais bons, eu acho que não dá cinco,
aliás cópias dos canais abertos, que são gratuitos.
Mas
aqui entre nós, será que este povo do PROCON não tem televisão?
Quer
dizer que malandragem agora é lícita? É que nem aquelas estórias de sobra de
campanha, não é crime, é só uma falta mais ou menos grave?
Quer dizer que os malandros podem
garfar a minha grana e eu tenho é que ficar quieto? Fingindo que estou gostando
desta malandragem explicita?
Pelo
amor de Deus, nos acudam. Assim não tem saco que agüente.
Feira de Santana, 26/ 08/2012. Carlos Pereira de Novaes. Professor da
UEFS.
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