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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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terça-feira, 28 de agosto de 2012

MALANDRAGEM EXPLÍCITA

Carlos Pereira de Novaes

Puxa vida, como é fácil ganhar dinheiro malandro no Brasil, não é?
            Você ajunta um certo capital, sei lá, e monta uma destas empresas de televisão fechada, com satélite, imagem digital e outras traquitanas e programa que é bom, neca de pitibiribas, só tem tranqueira, cara, diga-se de passagem. 
            Só tem filme do Gordo e o Magro, do Carlitos, uns filmes batidos, destes que custam R$ 3,00 no camelô da esquina e futebol, aliás, futebol aos montes.
            Documentários, tem sobre a vida dos pobres na América do Sul, sobre uns pescadores esbranquiçados que esperam pela vinda de Don Sebastião, que foi aquele rei de Portugal que morreu nas cruzadas, sobre pescadores que vivem lá onde o vento faz a curva, umas patacoadas inúteis, umas bobagens sem graça nenhuma e tome encheção de lingüiça grande e gorda e, desenhos animados de montão, tudo velho, tem o Parque Jurássico I, pois o II, ao que parece, já é pago, aquela série Bonanza, filmes de Cow Boy, lá do tempo do Roy Rogers mas tem uma vantagem: pararam de passar o e o vento levou.
            De vez em quando tem uns shows, com Chico Buarque, já velhíssimo, o filme, com a Marieta Severo com os filhos no colo e lá vai, tudo coisa barata.
            Documentários: tem cada besteira que não vale nem a pena relembrar.
            Uma outra coisa ótima são os pastores, padres e outros profetas falando sobre a verdade, dizendo que Jesus nos ama aos montes. Todos eles certos.
Igreja Universal de não sei o que, Mundial de não sei de onde e lá vai, todas elas falando do dízimo, cujo me certo deveria ser décimo e não dízimo. Está certo que tenha religião mas tanto assim e eu pagando? Assim não dá.
            Quando tem um filmezinho razoável, tem uma empresa, que eu não vou dizer o nome, porque eu não sou besta, que deixa aparecer um pedacinho do filme e depois tira, para você pedir e pagar por fora. È! Sabidinhos, né?
            Agora, os preços destas empresas, não são baratos não. São caros.
            A sim, tem uns filmes sobre a vida dos suricatos lindo, emocionante.
            Bem, em matéria de programação, eu estou começando a achar que os canais abertos são bem melhores e tem uma vantagem extra, não repetem a programação. A minha televisão tem quase duzentos canais mas canais bons, eu acho que não dá cinco, aliás cópias dos canais abertos, que são gratuitos.
            Mas aqui entre nós, será que este povo do PROCON não tem televisão?
            Quer dizer que malandragem agora é lícita? É que nem aquelas estórias de sobra de campanha, não é crime, é só uma falta mais ou menos grave?  
            Quer dizer que os malandros podem garfar a minha grana e eu tenho é que ficar quieto? Fingindo que estou gostando desta malandragem explicita?   
            Pelo amor de Deus, nos acudam. Assim não tem saco que agüente.
Feira de Santana, 26/ 08/2012. Carlos Pereira de Novaes. Professor da UEFS.

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