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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quinta-feira, 21 de julho de 2022

SÃO JOÃO NÃO PASSOU POR AQUI, COM CERTEZA

FRANKLIN DE CERQUEIRA MAXADO 

(franklinmaxado@gmail.com)

As festas juninas voltaram com tudo após dois anos de Covid-19. E os trios de forró e artistas regionais estão faturando depois de sofrerem com as restrições a aglomerações.  Muitos Prefeitos espertos aproveitaram para superfaturar os espetáculos, fazendo os seus “arraiás” com dias de programação.

Agora, passados os festejos, é possível que o número de casos da Covid tenha aumentado com mortes e internações. E a corrupção também.

Antes, as festas de Santo Antonio, São João e São Pedro, as chamadas juninas, eram de cunho particular e familiar. Famílias enfeitavam suas casas com bandeirolas e flores e tinham prazer de receber vizinhos, parentes e visitantes com um licorzinho, um pedaço de bolo ou mesmo com as comidas típicas como cangica, mucunzá, arroz doce, milho assado, amendoim cozido, pé de moleque, batata assada, cocadas, aipim frito e frutas da época. A senha para os estranhos entrarem era a tradicional pergunta; São João passou por aqui?”

As crianças brincavam e soltavam fogos em volta da fogueira. E os jovens aproveitavam para paquerar e pular a fogueira fazendo seus compadrios e adivinhações.

As músicas eram mais inocentes e cantavam sempre as coisas da natureza, do sertão e do interior, A figura de Luiz Gonzaga imperava com o seu vozerio e sua sanfona.

Hoje, os políticos encamparam a alegria e faturam com a festa, trazendo atrações artísticas e enfeitando ruas e palcos. Aí, o comércio aproveita para vender bebidas variadas e industrializadas, especialmente a cerveja e refrigerantes, introduzindo novos hábitos de consumo. Os camelôs e vendedores pongam e montam barracas para vender churrasquinho, pastéis, doces, bolos, balas, e também as guloseimas apropriadas.

Os cantores contratados são artistas que mais aparecem nas televisões com ritmos até estrangeiros e com letras que retratam dramas pessoais. Predomina o que decidiram chamar “sertanejo”.

Nessas aglomerações, não há como não ver o traficante oferecendo as drogas, às vezes, até abertamente. E há ainda, o assalto e as brigas, destoando do antigo espírito junino de confraternização.

Essas festas juninas trazidas pelos colonos lusitanos marcavam o início do inverno com seu frio e chuvas e as fogueiras serviam para esquentarem o ambiente e as casas da roça uma vez que a maioria da população era rural. Como a cidade vai atraindo mais moradores, também os costumes vão mudando. Era um tempo de alegria pela colheita nos campos e de se irmanar com parentes e vizinhos.

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