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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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domingo, 24 de julho de 2022

A CONTEMPORANEIDADE DA DOUTRINA ESPÍRITA

RAYMUNDO LUIZ DE OLIVEIRA LOPES

e-book, clique em cima e-book em letras diferentes e abre toda a "Revista MESTRAS HOLÍSTICAS E OUTRAS CRÔNICAS".

“Jamais deixei de existir, nem tu, nem estes condutores de homens: nenhum de nós deixará jamais de existir no futuro” (Bhagavad-Gitâ)


homem em sua rota terrena, tem sido constantemente inquietado por dilemas existenciais geradores de graves conflitos de ordem individual e/ou coletiva. Inteligências brilhantes marcam presença no quadro dos que se podem considerar predestinados para a abertura de sendas libertadoras. A Ciência, a Tecnologia, a Arte, a Religião, a Filosofia vêm contribuindo para entendimento de que a vida tem sentido. A evolução do conhecimento humano resultou em verdadeiro boom – com base no passado, o homem lançou setas do presente para o futuro, algumas, lamentavelmente, contra ele próprio. Se de um lado, estabeleceram-se modelos e práticas, reducionistas/separatistas, de outro, o gênero humano, mesmo que uma parcela, enveredou por trilhas mais conjuntas, o que possibilitou, posteriormente, um adentramento na espiral holística. O século XIX traz paradigmas, alguns já ultrapassados – pilares rígidos e imediatistas, outros, vanguardeiros, seguindo o fluxo cósmico/social. O Positivismo (August Comte) marca, sobremaneira, as elites culturais. O Marxismo (Karl Marx), com a teoria da luta de classes, mostra a desigualdade entre o capital e o trabalho. Freud, com a psicanálise, revoluciona os estudos sobre o psiquismo humano; mais tarde, superado, em algumas de suas posições, por Jung, que avança no conhecimento da alma humana, inclusive, trazendo novas questões sobre o inconsciente pessoal e a tese do inconsciente coletivo. Einstein traz a teoria da relatividade, ampliando a visão do universo. Helena Blavatsky, iniciadora da Teosofia, condutora para a compreensão da relação homem/divindade, Charles Darwin alarga os horizontes da Biologia. A Revolução Industrial provoca transformações sociais e O econômicas. Nesse caldeirão efervescente de idéias, em 03/10/1804, nasce o professor Hipollite Léon Denizard Rivail, em Lion/França. Posteriormente, Allan Kardec - O Codificador da Doutrina Espírita – nome adquirido com o advento do Livro dos Espíritos, em 1857. A obra de Kardec veio confirmar a antiga tese da vida após a morte, mostrando que, nem os espíritos, nem os fenômenos mediúnicos, nem a reencarnação são frutos da Codificação. O que diz respeito ao universo da matéria e do espírito, à sobrevivência da alma em suas várias dimensões e existências está delineado nos corredores da humanidade. Numa (re)leitura do espiritismo, podemos afirmar que ele conduz uma verdade que não exclui as demais. Nossa vivência leva-nos a crer que o conhecimento espírita abre perspectivas para a evolução consciente com o outro, sem abandonar alternativas diversas que privilegiam posturas de (re)ligação, de inclusão. O espiritismo é um novo olhar sobre o mundo, a vida terrena e extraterrena. Revela a todos, através de fatos/fenômenos, “a existência e a natureza do mundo espiritual e suas relações com o mundo corporal”. Não tem dogmas, nem rituais. Há, sim, princípios que o sustentam, tendo como base a Ciência, a Filosofia e a Religião: Existência de Deus, Imortalidade da Alma, Reencarnação, Esquecimento do Passado, Comunicabilidade dos Espíritos, Fé Raciocinada, Lei da Evolução, Lei Moral. Confirmados os princípios, a revelação espírita mantém-se firme, de pé, apesar de tentativas inquisitoriais. Atualizando o Evangelho, sugere ao homem mudança de atitude com uma proposta de reforma íntima, caminho para a melhoria da sociedade. Por isso, a necessidade de otimização das condições evolutivas da alma encarnada e vivente no seu meio social é uma questão crucial. A Doutrina apresenta valores permanentes da vida, sempre atuais, construtores de uma satisfatória democracia, com base na liberdade responsável e consciente que é, em outras palavras, o exercício pleno do livre arbítrio. Nesse caminho, conhecimento e moral devem andar juntos, de mãos dadas. Ser espírita é não aceitar o rótulo de conformista, sofredor feliz com sofrimento, passivo diante dos desajustes sociais, mas, Ser Consciente na superação de provas e expiações, usufruindo do dom da vida, utilizando da melhor forma a oportunidade reencarnatória, criando momentos de felicidade (com)partilhada, vencendo os entraves humanos: a inveja, a raiva, o egoísmo, a vingança, a intolerância (que tanto assola, ainda, as civilizações). Praticar a caridade, iluminando o seu olhar para o outro e para o mundo, autotransformando-se na comunidade da qual faz parte, numa busca de justiça e paz social, preparando-se para o futuro, conjugando o verbo AMAR: “O amor é o eterno fundamento da educação”(Pestalozzi). “Amar é uma tarefa de crescimento, é a razão básica da vida no planeta Terra, que é regido pela Lei do Amor” (Aídda Pustilnik). E como disse, de outra forma, Elda Prado: construir “um mundo muito mais igual onde todos entendam que viemos de uma mesma FONTE e por isso somos todos irmãos". A reforma social de que tanto se fala não é possível sem a reforma interior da criatura humana – educando-se, espraiando e vivenciando os ensinamentos científicos, tecnológicos, artísticos, sem abdicar da sabedoria popular, das tradições espirituais contidas nos livros sagrados da humanidade, nos quais o ensinamento espiritista está presente. O transcender, então, é algo interno do homem – de dentro para fora, numa postura (re)conciliadora, de (re)construção. Afinal, lembremos Tiago: “... assim como o corpo sem espírito é morto assim também a fé sem obras é morta”. Outubro 2001.

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