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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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sábado, 8 de agosto de 2020

COLONIZAÇÃO DA FEIRA E REGIÃO - III

Oscar Damião de Almeida 2ª Vice-presidente do IHGFS Membro da ALAFS


Ver relacionadas: COLONIZAÇÃO DA FEIRA E REGIÃO - I

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Ao leste fica o Ponto Central que não dista muito da lagoa grande (foto.1), outro reduto da nossa história, que, no passado dessedentou, por muitos anos, o povo feirense espera, ávida, ansiosa, ociosa e irrequietamente o dia em que possa, novamente, prestar relevantes serviços a este povo, pois já se falava t
Foto.1 Atualmente, depois da intervenção do Governo
Estadual, depois de muita grita da população inclusive
do autor do texto. Foto do arquivo "Acorda Cidade"
do Santanopolitano Dilton Coutinho
anto que ali seria o nosso parque de entretenimento e, de repente, ouve-se outra voz diferente a anunciar que seria postergada pela "Terra Dura", vazia de significado e longe daqui, ultimamente, pelo Tomba. Que pena! Que será que vão fazer comigo, exclama a Lagoa Grande, tristonha e abandonada! Se, realmente, esta mudança de rumo acontecer, estamos pedindo, de logo, que se cogite em uma finalidade mais nobre que relegá-la ao ostracismo, poluída, invadida e insalubre. Perde-se, assim, uma excelente oportunidade de salubrizar a lagoa, de tantos préstimos e tanta história.

Foto.2 - Quando a Ponte
Rio Branco existia
A Oeste, limita-se a Fazenda de Ana Brandoa e Domingos Barbosa, com o Rio Jacuípe que tanto reclama e brada aos quatro (4) cantos, desejoso de mais cuidado pois também é vítima de poluição e maus tratos: no solo, nas águas e no seu leito, embora esteja prestando grande serviço à Feira, nos fornecendo sua água, através do Paraguassu. Sobre ele também existia uma ponte: a do Rio Branco (foto.2}, construída de 1912 a 1917, de indescritível e valiosa serventia até poucos anos atrás. Por ali passava tudo: boiada, tropas, pedestres, etc., e hoje, o que ela é? Escombros de um valioso bem, um pedaço de nossa história, à mercê do ostracismo, do abandono de ladrões de ferro, que, a marteladas, marretadas e maçaricos, retiram para vender, aos ferros velhos daqui e de alhures, sem que ninguém assuma uma providência, nem tome conhecimento. Nada exista mais de grande valor naquela ponte, a nâo ser a saudade de outrora. Que destino cruel para quem tanto serviu à musa do povo feirense e circunvizinho.

Como conclusão desta parte, afirmamos que a fazenda Santana dos Olhos 0'Água está com suas lindes bem definidas e nelas existem ainda coisas bem valiosas que precisam ser preservadas, em se falando de memória, se aissim não for, padeceremos todos com aquela doença terrível do mal de Alzeimer que nos deixa no mundo da lua, à deriva de tudo, sem entendermos nada, abandonando, criminosamente os tesouros históricos do passado de nossa terra. Acorda Feira de Santana, senão perderás a razão de ser "formosa n bendita, paraíso com nome de Feira".
É saber que ao redor da fazenda do casal Domingos e Ana, já existiam outras fazendas ou propriedades, aquistadas, no século XVII à semelhança das de Miguel Ferreira Feio, em 1615, "de quatro léguas em quadra" e de Manuel Ribeiro Ribas, comprada em 1702, a D. Joana de Sá Peixoto, viúva de João Peixoto Viegas, esta, situada na lagoa do Capim, Pindobas, Canavieiras (a nossa Pampalona) e Mangabeira (Cidade Nova), consoante escreve Mons. Renato Galvão, no jornal "A Tarde", em 16.06.1978.

José Falcão da Silva
O casal proprietário da fazenda Santana dos Olhos D'Água, adquiriu suas terras, nos idos de 1710 e doou, com escritura passada, em 1732 "cem (100) braças em quadra" para Santana e São Domingos, onde foi edificada a capelinha no Alto da Boa Vista e em redor da qual foi surgindo um vilarejo com casas e casebres . Deste pequeno aglomerado de gente, dadas as necessidades de cada um, foi despontando, paulatinamente, um pequeno comércio, onde eram negociados gêneros alimentícios de toda espécie e até pequenos e grandes animais. Foi daí, deste micro comércio, desta pequena feira, que surgiu o nome da gigantesca feira que se espraiou pelo centro, ruas e becos do lugarejo, ou povoado - 1819, pela vila - 1833 e pela cidade - 1873 até 1977, quando foi mudada para o Centro de Abastecimento (foto.3), pelo então prefeito José Falcão da Silva.

Foto.3 Centro de Abastecimento em contrição
Arruivo do santanopolitano Carlos Brito.
Foram muitos anos de feira vivida em nossas ruas quando pessoas de todos os municípios baianos, de outros estados acorriam e a ela ainda vêm para comprar e vender mercadorias, no Centro de Abastecimento, de 1977 até o presente. Em se falando da feira livre, devo registrar que ela aconteceu do início até 1854, em dia de 3ª feira; de 1854 até a década de 1870, em dia de domingo e daí até o presente, na 2ª feira. Foi tão grande o espaço de tempo, assim acontecendo que o povo da roça guarda, até hoje, este dia, como feriado. Isto é o que nos relata a historiadora, Ana Maria Dias de Carvalho. 

Replicando: Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana Ano I nº 1 2004 




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