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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

UM CASO INSIGNIFICANTE

Hugo Navarro da Silva
Mauro Moraes, de extensa e vitoriosa carreira na Polícia Civil bahiana, ao ser indicado para a meio cabalística e metafísica Secretaria de Prevenção à Violência e Promoção dos Direitos Humanos, velho e competente  policial, colocou de maneira correta a posição da Guarda Municipal no governo que teve início no dia primeiro do mês corrente.
Falando, dias depois, confirmou o que está na lei e, muito mais importante, na Constituição, que o senador  Ulisses Guimarães chamou, quase  derramando lágrimas, diante de Nação abestalhada, de “Constituição Cidadã”, no que muita gente acreditou, pelo menos naquela hora grave (quando o Congresso Nacional promulgava a Lei Magna de 88), de grande solenidade, mostrando, entretanto, o enorme poder que têm,  para mover espíritos e crenças de qualquer pessoa e de qualquer povo, o momento, o cenário,   a montagem do espetáculo mas, sobretudo, as palavras apropriadas, dirigidas, inteligentemente, no  momento certo,  a auditório um tanto ou quanto embasbacado e com a emoção a lhe apertar as guelras.
Com a palavra, Hitler começou a conquistar poder que quase destrói o mundo civilizado, caminho trilhado, antes, por outros “salvadores” do povo sofredor, como Lenine, que resultou no que quase todo mundo faz questão de esquecer mas sempre  encontrará seguidores, grandes e pequenos, em todas as partes.
O resultado da “Constituição Cidadã”, de tão apregoados méritos, é que a União embolsa setenta e cinco por cento da renda tributária nacional.   A sobra das gigantescas despesas do governo federal fica para ser distribuída entre vinte e seis Estados e cinco mil, quinhentos e sessenta e oito Municípios, a maioria vivendo na penúria,  endividada, carente de serviços essenciais, nos batentes do governo federal a implorar por dinheiro como cegos que antigamente pediam esmolas à porta das igrejas.
A Constituição estabelece que as populações, ainda que maltrapilhas, ignorantes e famintas, devem eleger, regularmente, deputados federais e senadores como seus legítimos representantes e supostos defensores impolutos. São indivíduos eleitos, entretanto, apenas para tentar competir por dinheiro até em cabos de guerra. Podem, eventualmente, dar cambalhotas, falar ou fazer alguma outra coisa a que ninguém dá importância. O poder de legislar a Constituição entregou ao Executivo de tal forma que ao legislador apenas resta  disputar verbas e, para tanto, o que significa, nos dias atuais, enorme conquista  de efeitos eleitorais, o sujeito tem que apoiar inteiramente o governo, com a obrigação de encobrir  e aplaudir malfeitos e malfeitores, e a possibilidade de participar de roubalheiras, com o que a oposição  desaparece e  fica estabelecida a ditadura de partido, ou o sistema do partido único, que no Brasil é buscado com afinco, mas tão perigoso para os interesses do povo como a ditadura declarada e franca.
Qual a vantagem de participar de semelhante União?
O caso da Guarda Municipal pode parecer insignificante, mas não é. A Guarda, nos últimos anos, diante de sua persistente atuação junto à mídia, vinha dando a entender a muita gente, aos que sabem das coisas e aos que não sabem, que estava assumido a responsabilidade da segurança pública do Município. E de tal maneira cresceu em publicidade, exigências e empáfia, que chegamos a temer que um dia a Guarda  poderia dar o golpe, assumir a Prefeitura e por o prefeito a correr para o Uruguai.
A Guarda é necessária e útil. Ninguém nega, mas dentro de suas limitações constitucionais e nisto está certo o novo secretário. Não é correto isentar o governo do Estado da Bahia de uma de suas principais obrigações, a de dar segurança aos que nesta terra vivem e trabalham honestamente.
Uma virtude temos que creditar à Guarda, entretanto, durante seu período de euforia e poder: o telefone funcionava.
Hugo Navarro Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida


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