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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

ANO NOVO – VIDA NOVA

Hugo Navarro da Silva

Ano novo, vida nova. Frase velha que encerra desejos e juras que se repetem, há séculos, e de certo modo sintetizam eterno sonho da humanidade, o de se transformar para melhor, sem atentar para a advertência do Eclesiastes: “O que foi, é que há de ser; e o que se fez, isso tornará a fazer: nada há, pois, de novo debaixo do sol”.
Ninguém pode calcular a quantidade de pessoas, que na chamada virada do ano jurou, fervorosamente, de pés juntos, abandonar vícios, voltar a trabalhar, respeitar o alheio, deixar a mentira, evitar o bar da esquina e as garrafas em geral e dar atenção ao que diz a sogra. São promessas e juras que resumem a eterna busca humana pela perfeição.
As promessas, os votos, todos têm origem ou sentido ligado à fé religiosa, que é dos primórdios do homem, como andar descalço, cortar ou deixar crescer o cabelo, deixar de fazer a barba, subir escadas e percorrer caminhos santos de joelhos, atirar moedas a aguadas ou lançar objetos de vaidade ao mar, como ocorre,  em Salvador, nos festejos a Iemanjá.
É verdade que “promessa de feijão não enche barriga”, como diz velho ditado do interior paulista recolhido por R. Magalhães Jr.,  e que nos faz lembrar os oitocentos aeroportos prometidos pela presidente Dilma, entre os quais deve estar o de Feira de Santana, produzindo tamanho ruído de milhares de jatos a pousar e decolar,     que  deve tirar o sono de muita gente que anda a prometer e a tentar enganar o povo, mas justifica os mais de oitenta por cento de aplauso popular do governo federal, número, entretanto em que ninguém acredita.
Não é o caso de Prometeu. Destinado por Zeus a fazer homens de barro e água, apiedou-se da humanidade e sem promessas deu-lhe o fogo que roubou dos deuses. Castigado, acorrentado a rochedo, tinha o fígado comido por abutres durante o dia e restaurado durante a noite, castigo de que somente se livrou quando libertado por Hércules, sujeito direito, que já naquela época acreditava que não é  pelo  amor de Deus  que gatos caçam ratos.
O Ano Novo para Feira de Santana coincidiu com governo novo, conduzido à vitória, nas urnas, por maioria indiscutível.
 O governo municipal recém-empossado não é, entretanto, simples e banal promessa, porque testado, antes, em época também de descrédito e desesperança.
Evidentemente os tempos mudaram. Há novos percalços. O país vive, em grande parte, da mentira de sucessos governamentais e ilusória prosperidade. O país, na verdade, permanece estático, atrofiando a produção mas incrementando o consumo, cada vez mais voltado para o produto estrangeiro, querendo sobreviver entre as tendências nitidamente ditatoriais, que ultimamente se têm manifestado na América do Sul, paternalistas e populistas, mas sem base para sobreviver a longo tempo, e a vocação nacional para a democracia e o livre comércio, o que diminui, com o falso e passageiro  enriquecimento popular,  atestado com a corrida às lojas, a possibilidade da existência de governos locais sérios e realizadores, voltados para as reais necessidades do povo, não só do presente, mas do futuro próximo, a respeito do qual não há como esperar milagres.
Ninguém inventa muita coisa na arte de governar. É como afirmou Tácito, séculos atrás. Quem é capaz de governar bem a sua casa, pode bem governar uma província. Ambas são, muitas vezes, tarefas árduas.
E não vamos esquecer o que é corriqueiro: mede-se a possibilidade de aceitação e grandeza de um governo pelas qualidades de liderança do chefe e pela seriedade, discrição, competência e responsabilidade de seus auxiliares imediatos. No particular o novo governo  trilha o caminho certo.
Hugo Navarro Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida



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