Hugo Navarro da Silva |
A campanha eleitoral, que outros méritos não exibisse,
ajuda, pelo menos, a por em destaque verdades, às vezes dolorosas, úteis para
esclarecer certos fatos acerca da pátria brasileira ao nosso heróico povo, que lutando
contra tudo e contra todos, até contra os próprios erros, já recolheu aos cofres públicos, neste
exercício, mais de um bilhão de Reais, resultantes de conta em que só entram,
naturalmente, os negócios perfeitamente legalizados.
Fosse possível juntar todas as transações e negócios, a soma
provavelmente seria triplicada ou quadruplicada.
O esforço de população, que aprendeu a vencer, a superar
dificuldades muitas vezes criadas pelos próprios governos, com infernal
burocracia a tudo e a todos atravancar e
com sua imensa sede de tributos a devorar estímulos e possibilidades de lucros,
tem impulsionado o país gerando tinturas
progressistas em algumas áreas e até sonhos de grandeza ultimamente estimuladas
por publicações estrangeiras que destacam a nossa privilegiada posição na
economia mundial, conquista reforçada pela publicidade que se dá aos novos
milionários brasileiros, quando não aos bilionários, como fez, recentemente, a
revista “Forbes” ao apontar, em matéria de capa, o ex-presidente Lula como o mais
novo bilionário destas terras havidas por dadivosas e férteis.
Todo esse progresso nacional, apregoado aos quatro cantos e
que mostra o Brasil como promissor mercado para toda a tralha exportada pelos países
mais “vivos”, simula desenvolvimento e induz à crença em abastança, que vem de
fora e de certo modo convence boa parte dos brasileiros de que
vivemos no melhor dos mundos possível e, portanto, temos que partir da riqueza,
ainda que falsa, para o luxo e o
aperfeiçoamento. Ninguém cuidou de criar regras rígidas, obrigatórias, para a
construção de escolas, visando a segurança, o conforto e a saúde de professores
e estudantes, condenando as arapucas, com a denominação de educandários, que se
constroem e são inauguradas, com festas e grandes orçamentos, por este país
afora, como ninguém cuida do professor e da escola como elementos propulsores
de qualquer país que almeje o pleno desenvolvimento econômico e cultural. Além de educar sua
gente, os Estados Unidos abrigam, hoje, nas suas universidades, cerca de cem
mil chineses e cem mil indianos e estudantes de outras partes do mundo. Essa
gente vai ajudar a construir, em sua terra de origem, certamente, no futuro,
bases seguras para sólido progresso, que hoje encerra não poucos requisitos que
vão da segurança, em todos os sentidos, à construção de sistema capaz de dar
tranquilidade ao cidadão para trabalhar
honestamente, educar os filhos e viver em paz.
Sonhamos, aqui, como boa parte dos que vivem nesta cidade,
com um sistema de transporte de massa sobre trilhos, rápido e barato, semelhante
aos que existem em algumas partes do
mundo.
Não há a possibilidade de crescimento urbano permanente e
sustentável sem um sistema de transporte eficiente, rápido e seguro, que
facilite o que se convencionou chamar de mobilidade urbana.
A implantação de um sistema de veículos leves sobre trilhos,
em Feira, apareceu no programa eleitoral gratuito como promessa de candidatos a
prefeito. O sistema nunca passou de projeto e cogitação de governos em várias
capitais do nordeste e até de cidades de
São Paulo, a força sugadora da economia nacional. Jamais, entretanto, foi
implantado, acreditamos, pelos altos e proibitivos custos envolvidos. No
entanto foi prometido, nesta cidade, como realização certa e conquista garantida
até com o aval de técnicos conhecidos. O TRI-VIA
é o transporte ideal, em todos os sentidos, para cidades de médio e grande
porte, mas está financeiramente além de nossas possibilidades. Muito mais viável, pelo tempo de construção e
altos custos, é o famoso metrô de Salvador, que de meio de mobilidade urbana
transformou-se em cemitério.
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