A História está cheia de exemplos de pessoas, que no decorrer da vida se recriaram, formando personalidades marcantes, que de certa forma exerceram influência sobre a sociedade em que viveram.
Júlio César foi uma das pessoas que souberam se transformar. Simples servidor público de Roma, conseguiu consulado e fama de grande empresário. Certo dia resolveu atravessar o Rubicão, quando teria pronunciado a frase que ficou célebre, “a sorte está lançada”, e partiu para as guerras da Gália, sobre as quais deixou imortal relato, venceu o Egito e levou Cleópatra a Roma, como troféu, conquistando poder e glória somente contidos nos “idos de março”, mas passou a ser exemplo para quem deseja o domínio das massas, que ele sabia manobrar com a experiência adquirida nos espetáculos teatrais.
Abraham Lincoln, lavrador do Kentuchy, apagado advogado e desconhecido político de Ilinois, entendeu que a América aceitaria, para presidente da república, simples homem do campo, mas corajoso e firme, figura que representou muito fielmente com seu aspecto descuidado, barbas e ditos chistosos, cheios de sabedoria, como a resposta, aos oficiais da União, na guerra de Secessão, que se queixavam do excesso de bebida do comandante Grant. O presidente perguntou qual a marca do uísque do então coronel, para lhe mandar alguns barris da bebida. Ante o espanto da oficialidade, explicou: ele está ganhando a guerra. Vocês a estão perdendo.
Certos psicólogos chegam a dizer que a capacidade de agir pode ser de vital importância na vida das pessoas, embora a imobilidade às vezes seja mais importante do que qualquer movimento. Esse pode ser o segredo de muitos dos vitoriosos do mundo.
Osvaldo Torres é exemplo do homem que se fez, honestamente, e soube conquistar lugar de liderança na comunidade agindo quando necessário. Sua origem é modesta. Trabalhou desde a infância. Foi funcionário do famoso “Cine-Teatro Iris”, na sua época extraordinária conquista desta cidade. Osvaldo lutou. Conseguiu a representação da cerveja “Antártica”, dando emprego a João de Assis (João Minhavó), cobrador da firma de que era gerente Armando Curvelo (Pinto de Nestor). Instalou e dirigiu, nesta cidade, a “Transportadora Estrela do Norte”, e se lançou, vitoriosamente, no ramo imobiliário, quando montou e dirigiu uma incorporadora de imóveis. Estávamos longe dos prédios de apartamentos, mas nesta cidade há ruas inteiras construídas por Osvaldo Torres, cujo instinto gregário manifestou-se na criação, com a ajuda de outros, do “Clube dos Treze”, “Clube dos Gourmets” e diversas outras organizações comunitárias. Foi o grande reformador do “FeiraTênis Clube”, cuja sede ampliou. Construiu a primeira piscina do atual porque aquático daquele próprio e fez parte da comissão que idealizou e construiu o “Clube de Campo Cajueiro”. Esportista, jogou futebol no “Floresta” de Manoel de Emília, como lateral-direito e nunca abandonou o futebol. Teve importante participação no “Fluminense” local, nos heroicos tempos daquela agremiação, e em outras entidades ligadas ao esporte antigamente chamado de bretão.
Osvaldo Torres criou, neste Município, a “Semana Inglesa”, conquistada com abaixo-assinados de empregados e patrões e com o seu prestígio junto ao prefeito João Marinho Falcão, façanha semelhante à do Pe. Ovídio quando convenceu o comércio a fechar aos domingos.
Nunca pleiteou vantagem ou cargo da política, que serviu fielmente. Houve época em que nada se fazia, em certos setores desta cidade, sem consultar Osvaldo Torres, que trabalhou, em governo do prefeito José Falcão, como secretario. Hoje, está afastado se suas atividades, mas não abandona, nem esquece os amigos.Hugo Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida
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