Lendo o Jornal NoiteDia, do Santanopolitano Zé Coió, como faço toda semana, deparei-me com a foto da turma que tirou Brevê, curso de pilotagem Só tenho dúvidas se foi a primeira turma, como cita o jornal, acho que foi a segunda, da primeira fez parte Jorge Bastos Leal e José Torres Ferreira, Zé Pititinga, protagonista do maior acidente aéreo já vivido em Feira, mas isto é assunto para outra postagem. Conheço alguns casos da época, que pretendo postar no nosso Blog, mas se faz necessário um pouco de registro histórico da criação do AÉREO CLUBE DE FEIRA DE SANTANA.
No início do século vinte, diversas de invenções criaram uma sensação de euforia em todo mundo, mas uma das mais formidáveis foi a aviação. A idéia de o homem voar povoou a mente de todos. As guerras aceleram o progresso dos equipamentos utilizados como armas, assim foi na 1ª guerra mundial: tanques, submarinos e principalmente aviões, fizeram sua estréia no cenário militar. Como eram incipientes, ficaram muito a desejar. Os tanques substituíam a tração animal arrastando canhões, os aviões substituíam os balões como observação dos movimentos das tropas inimigas, alguns pilotos levavam umas bombas na mão e jogavam sem nenhuma eficácia. Mas a epidemia foi disparada, todo jovem queria ser “aviador” como se dizia antigamente, milhares de Aéreos Clubes foram fundados no mundo inteiro. Vários pilotos tornaram-se heróis, fazendo vôos intercontinentais como: John Alcock e Arthur Whiten Brown, cujo vôo foi feito em 1919; em 1922 os portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral realizaram a primeira travessia aérea do Atlântico, recorrendo apenas a navegação astronómica, que foi também a primeira travessia aérea do Atlântico Sul; posteriormente o brasileiro João Ribeiro de Barros em 1927 e principalmente Charles Augustus Lindbergh que viajou de Nova Iorque para París em 20 de maio de 1927, sozinho e sem escala, tendo pousado na capital francesa no dia seguinte.
No Brasil um dos apaixonados pela aviação foi Assis Chateaubriand, proprietário dos Diários Associados, o maior conglomerado de meios de comunicação do Brasil, ele ajudou muito os Aéreos Clubes, conseguindo patrocinadores para doar aviões a estas instituições – na sua biografia “Chatô, o rei do Brasil” de Fernando Morais,conta que Chateaubriand tomava o dinheiro dos empresários, pintava na carlinga do avião o nome do patrocinador registrava em fotos nas diversas revistas, depois apagava substituindo por outro patrocinador – no tocante a nós o Aéreo Clube de Feira de Santana, foi contemplado com um avião. O Aéreo clube foi fundado por meu pai, Áureo Filho. Tinha 2 aviões, um “Teco-teco” já referido e um mais moderno de asa baixa, doado pela Aeronáutica, como também o instrutor, Capitão Renato, a outra instrutora era a aviadora Helena, que morava lá em casa. Garoto com 9 anos voei com os dois.
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