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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

MAIS VALEM AMIGOS NA PRAÇA

Poucas palavras da língua antigamente nomeada de Camões e de outros mestres arrolados entre os chamados clássicos, agora apenas pertencente aos navegadores da Internet com suas mirabolantes e às vezes criptografadas expressões, terão encontrado mais emprego e sentidos do que praça.
Se, comumente, em tempos que muitos crismarão de bons, significava, como na definição do Bluteau, “lugar público, plano, espaçoso, nas cidades, vilas, etc. para feiras e jogos públicos”; se  correspondia, nos tempos da transição do Latim popular para o Português  a forum, encontrou e haverá de encontrar, ainda, muitas outras aplicações. Foi origem dos bancos, quando comerciantes ocupavam bancos de praças para emprestar dinheiro, mediante, naturalmente, as garantias de praxe, e lugar onde se exercia o comércio no sentido mais amplo possível, origem das feiras-livres cuja evolução conduziu Feira de Santana a abrigar, durante certo tempo, duas das mais importantes do país, a feira de gado e a feira-livre, que chegaram a tomar, praticamente, toda a  nossa zona urbana e  se mostraram fundamentais para a cidade em que convivem, atualmente, poucas virtudes do mundo  moderno com todos os problemas  decorrentes  do atraso e da ignorância que ainda são flagelos da nossa gente.
Praça significa comércio. É uma das formas de venda judicial. Na arte da guerra é lugar fortificado. Já significou ofício, posto, ministério, mas se conserva na hierarquia militar. Já foi soldo ou estipêndio e vaga nas forças armadas, para indicar lugar não preenchido. Era a praça morta, expressão que significava, também, soldo de militar fora do serviço. Na guerra da Idade Média falava-se de praça alta e praça baixa. A primeira, fortificação que dominava, na altura, terras circunvizinhas. A outra era bateria colocada de modo a proteger os flancos de sítio fortificado ou praça de armas, expressão que tinha o sentido de depósito de armas e acampamento de exército. Navios de combate até hoje têm praças de armas. Em outros sentidos, faz-se praça de alguma coisa, andar na praça era ser conhecido; boa praça é ter reputação aceitável e renome. Por a praça no campo já foi oferecer batalha. Por praça, desafiar. Dizer de praça ainda é publicar, esclarecer sem subterfúgios.
 Mas, é como área verde, lugar de espairecer, próprio para tranquilo bate-papo, jogos e namoros (no bom sentido), entretanto, que moradores de bairros e subúrbios andam a reclamar da Prefeitura a abertura ou o melhoramento de praças, algumas ainda não completamente perigosas, mas julgadas necessárias a quem deseja descanso, ar puro, algum exercício físico, apontado, atualmente, como causa do próximo desaparecimento de médicos, remédios e hospitais  e da inevitável aposentadoria dos cemitérios, além da natural tendência humana para o amistoso trato com os semelhantes. 
A respeito dessas praças (algumas não sobreviveram à ganância especulativa, como o antigo Campo de Sant’Ana), ocorre-nos que poucas  nos restam, algumas tomadas por comércio feroz, outras  carentes de reformas e urbanização de que devem ficar longe certos modernistas. Já vimos, nesta cidade, praça ser transformada em morro. Construtores juntaram terra, no meio da praça, transformando-a em grotesca  colina, ninguém sabe com que alucinados propósitos. A praça, do ponto de vista de suas finalidades, ficou arruinada.

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