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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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terça-feira, 17 de agosto de 2021

JOAO AUGUSTO PIRES

Ana Pires
Santanopolitana, poetiza, escritora, professora. 

 


Nasceu João Augusto Pires, no dia 29 de agosto de 1902, filho de Juvêncio Augusto Pires e Maria Teixeira Pires.

Mudou-se para Feira de Santana com a família vindo da cidade de Nazaré das Farinha, no ano de 1914.

Seu avô fora muito rico, porém ao nascer seu pai, era um homem pobre. Ao chegar em nossa cidade seu genitor foi trabalhar numa padaria e sua mãe costurava para ajudar no sustento da casa. Seu único irmão, Trajano Augusto Pies era alfaiate e dez anos mais velho do que ele.

Depois do falecimento do seu genitor, foi trabalhar num estabelecimento comercial situado na antiga Rua Direita. Hoje, Rua Conselheiro Franco, cujo proprietário do estabelecimento era o Sr. Joel Barbosa.

Fazia serviços de limpeza e entregava mercadorias na casa dos fregueses da loja. Muito trabalhador e esforçado, ganhou a simpatia e a confiança do proprietário da loja e passou a ser balconista.

Anos depois o Sr. Joel Barbosa adoeceu e fez-lhe uma proposta irrecusável: vender o estabelecimento comercial em suaves prestações. O negócio foi firmado e a loja passou a denominar-se LOJA PIRES.

Contava, nesta época, com a ajuda de seu tio João Teixeira de Amorim.

Em 1929, casou-se com Mariá Alves Silva, natural do distrito de Humildes, filha de Sérgio Machado da Silva e Quitéria Alves da Silva. Tiveram uma prole numerosa: 13 filhos, 42 netos e inúmeros bisnetos.

A loja prosperou e dum pequeno estabelecimento comercial, passou a ser a maior e mais sortida de Feira de Santana.

João Pires, como era mais conhecido, foi um inovador. Vejamos: além de próspero comerciante foi pioneiro de muitas coisas que aconteciam na cidade de Feira de Santana daquela época.

As primeiras vitrines moderna e decoradas alusivas ao Natal, mês de maio, festas juninas, foram ideias suas.

Promovia shows em cima da marquise da Loja Pires com o cantor Luis Gonzaga, que atraia uma verdadeira multidão.

Foi o primeiro estabelecimento comercial a adotar farda para os funcionários. Respeitava e cumpria com seus deveres trabalhistas (coisa rara na época), era patrão e amigo. Quanto aos fregueses, seu lema era: "O freguês sempre está com a razão".

Além de negociante, foi Presidente da Euterpe Feirense durante alguns anos e promovia grandes eventos, no referido clube.

A Filarmónica Euterpe Feirense ocupava um prédio (antiga Prefeitura e biblioteca, na esquina com a Av. Sr. dos Passos e a Praça João Pedreira). Na sua gestão como Presidente do clube, construiu o prédio na rua Conselheiro Franco, atual sede do referido clube.

Naquela época era o prédio mais alto da cidade. Promovia grandes festas, com cantores famosos como: Angela Maria, Ivon Curi, Nora Ney, Manezinho Araújo, Jorge Goulart, Jorge Veira, Nelson Gonçalves, Orlando Silva e tantos outros.

Foi, também, presidente da Micareta e trouxe para a nossa cidade carros alegóricos de Salvador, para dar maior brilho à festa.

Todas as personalidades importantes que chegavam em Feira de Santana, através da Estação Ferroviária, eram recebidas pelas bandas de músicas locais, inclusive pela Filarmónica Euterpe Feirense.

Fora as retretas que eram realizadas no coreto da Praça da Matriz, na festa da Padroeira, Senhora Santana. Levou a Filarmónica Euterpe Feirense para participar de Festivais de Filarmónicas, em Salvador.

Durante muitos anos foi membro do Rotary Clube. Assim como Presidente do Clube Diretor Lojista (CDL), de nossa cidade.

Membro da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia.

Quanto a sua escolaridade, por falta de oportunidade, estudou até o 4Q ano primário.

Durante a mocidade lia muito. Na maturidade, lia apenas jornais. O fato de ter estudado durante pouco tempo, não impediu que incutisse o amor aos livros e estudos para seus descendentes. Dizia: "Num futuro próximo quem não estudar, terá grandes dificuldades na vida".

Jovem, trabalhou no Teatro Amador de nossa cidade, foi ciclista. Certa vez foi com um grupo de amigos de bicicleta até a cidade de Candeias. Vale ressaltar que as estradas eram péssimas naquela época.

Quando não se falava em ecologia, ele ensinava o amor e o respeito à natureza, aos descendente.

Apaixonado por futebol,foi à Copa do Mundo, realizada na Inglaterra, em 1966.

Conheceu vários estados brasileiros e visitou também a Argentina.

Foi um homem honesto, trabalhador, batalhador e nutria um amor intenso por nossa cidade.

Faleceu no dia 7 de março de 1969, deixando uma lacuna na sociedade feirense e infinita saudade no coração dos que o amavam.

Replicando: Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana Ano I nº 1 2004 


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