J;J. Lopes de Brito |
Marinho, Santos & Cia |
Manoel era casado com D. Fulô - esta, a verdadeira fortaleza da família, tiveram os filhos: Lício, Líbio, Lizete e Linda - nossa dileta Drª Lindaura, esposa do Dr. José Joaquim Lopes de Brito “Dr. Brito”. D. Fulô, irmã do Sr. João Marinho, comandava tudo: negociava, gerenciava, fiscalizava o que ali ocorria. Na venda do leite, alguns “sabidos”, usavam de artimanha, colocando manteiga nos vasos que acumulavam o líquido, visando com isso obter maior volume do produto, mas eram reprimidos pela “gerente”. Ele não perdia enterro, sempre discursava à margem dos túmulos, prestando uma última homenagem a quem partia deste mundo à eternidade.
Ressalte-se também que na “Descida de Manoel Matias” residiam João Pires, João Ramos, Arlindo Ferreira, tipógrafo do Jornal Folha do Norte, pai de Arlindo Filho, Djalma, Magnólia, Carlinhos, Aldinha, Betinho (ex-Presidente do Fluminense de Feira) e Cida; também Altamir Lopes, conceituado avaliador judicial, ex-vereador de nosso município e sua esposa Eridete, R. Lopes, fabricante de selas para animais, honesto, prestativo, denodado, desprovido de vaidade.
Retornando à Rua de Aurora, ali ficava o “Curral do Conselho”, onde se prendia animais que vagavam pelas ruas; mais adiante, a de Manoel Narciso - Mestre Narciso - construtor de “mão cheia”, ferrenho apaixonado do Clube de Regatas Flamengo, o que demonstrava usando constantemente sua jaqueta vermelha e preta; ao seu lado, a do Sr. Higino Almeida de D. Catuta, fazendeiro, proprietário da empresa “Brasília”, que fazia o trajeto Feira- Salvador, Feira-Jequié e vice-versa também responsável pela instalação em nossa cidade de um frigorífico destinado à conservação, industrialização e venda de produtos laticínios, pais de Zeca, Rosalva, Antoninho, Zezinho - este, meu saudoso compadre - Maninho e “Nezinho de Higino”, este, pai do internacionalmente conhecido otorrino, doutor Washington Almeida, e dos doutores Marcus e Marcelo. Ali morava, também, Nicon Danilenco, de origem russa, que na sua propriedade implantou uma indústria ao fabrico dos famosos inconfundíveis caramelos “café com leite, pera-maçã, de chocolate”, além de outras guloseimas. Sabores inesquecíveis! Tal fábrica deu margem o surgimento de outras: Fábrica Cometa de Dázio, Hélio e Tio Brasileiro, instalada no “Beco da Esteira”, posteriormente Rua Olímpio Vital; a Fábrica de Doce dos irmãos Bantim, ressaltando-se dentre eles a figura de Osmar Bantim, o famoso cearense “Fio da Peste”, como gostava de se expressar, feirense adotado, criador da “Telebantim” - negociava com telefones, sua clientela era vasta, exímio dançarino, destacava-se nas festas do Feira Tênis Clube, não tinha inimigos, muito correto em suas atitudes.
Do outro lado da rua, ficavam os fundos ou segunda entrada de prédios da Rua Direita, como da Escola Normal, atual CUCA; Hotel Universal, hoje o prédio do Mandacaru; da firma de João
Pensão Avenida Diziam Pensão de Seu Telésforo na verdade pronunciavam erradamente SEU TELESFÓRO, o proprietário. |
Pensão Universal |
Diversas vias de acesso - becos - se comunicavam com a
Rua da Aurora: do Cinema Santana; do Hotel Universal; da Esteira; da Euterpe -
neste, o Sr. Mário Ferro Velho montou um depósito, Mário era uma pessoa não
letrada, contudo sabia se expressar com facilidade, desfrutava da amizade do
então Presidente da República Getúlio Vargas, e muitos dos pedidos que lhe fez
foram atendidos; Beco de Abílio Ribeiro, da Escola Maria Quitéria, além de
outros.
A Rua da Aurora. No seu final, não tinha saída, uma cerca de arame farpado a encerrava; utilizava-se o Beco do Dr. João Mendes e por ali se alcançava a Praça Fróes da Mota. Tempos depois, foi demolida a referida cerca, ampliou-se a rua, alcançando a Rua Voluntários da Pátria.
Transcrito da revista
"História e Estórias dos Séculos XIX e XX (Escritas a cinquenta mãos).A Rua da Aurora. No seu final, não tinha saída, uma cerca de arame farpado a encerrava; utilizava-se o Beco do Dr. João Mendes e por ali se alcançava a Praça Fróes da Mota. Tempos depois, foi demolida a referida cerca, ampliou-se a rua, alcançando a Rua Voluntários da Pátria.
Edição Especial do
Instituto Histórico e Geográfico de Feira de Santana - 2015 p. 139, 140
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