|
Evandro J.S. Oliveira |
|
consciente de sua tragédia
Édipo fura os próprios olhos |
Conversas, jornalistas, radialistas, zaps/zaps, revoltados com novelas e filmes com conteúdo
enfocando crimes, misérias, maldades, adultérios... “Por isto é que o mundo
está como tá, os exemplos ensinam as misérias”, indignados no íntimo clamam por
censura, para o bem da moral e dos costumes,
antigamente não tinha esta depravação, a cantilena vai por aí a fora.
O que se sabe, antigamente era muito
pior, a começar pela Sodoma e Gomorra, que Ele destruiu - citado em gênesis 19 Sodoma e Gomorra
são, de acordo com a Bíblia judaica, duas cidades que teriam sido destruídas
por Deus com fogo e enxofre descido do céu. Segundo o relato bíblico, as
cidades e os seus habitantes foram destruídas por Deus devido a prática de atos
imorais. ...ainda a história de Caim e Abel, irmãos, é
narrada no livro de Gênesis. Este teria sido o primeiro homicídio e fratricídio.
|
Bobo da Corte |
Os antigos só criavam estórias
trágicas, os clássicos épicos falam, de forma espetacular, com metáforas, barbaridades
sexuais, violências absurdas. A tragédia clássica deve cumprir, ainda segundo Aristóteles, três
condições: possuir personagens de elevada condição (heróis, reis, deuses), ser contada em linguagem elevada e
digna e ter um final triste, com a destruição ou
loucura de um ou vários personagens sacrificados ex. à peça "Édipo Rei", o personagem matou seu pai sem sabê-lo, e
casou com sua própria mãe. Se lidos ao pé da letra os
escritos, os representados atualmente, contos, peças teatrais, filmes, novelas
etc. como se fala hoje, podem ser adotadas para noviças de
convento.
Antigamente não existia a comicidade, até
rastreando a Grécia antiga, a pantomima (teatro gestual), era uma forma de
contar as tragédias. Na idade média a inquisição proibiu qualquer forma de
teatro, inclusive proclamando os palhaços circenses como divulgadores do Diabo,
já que o riso é coisa demoníaca. O ápice da pantomima é da época do cinema mudo
e o mais popular desta arte foi sem dúvida Charles Chaplin.
|
Pantomima |
O que mais se aproximava dos espetáculos
de humor era os malabaristas, e bufões da corte - O bobo da corte. Declamava
poesias, dançava, tocava algum instrumento. De maneira geral era inteligente,
atrevido e sagaz. Dizia o que o povo gostaria de dizer ao rei e zombava da
corte. Com ironia mostrava as duas faces da realidade, expondo as ambições do
rei. Em geral, era um indivíduo de grotesca figura - corcunda ou anão. Mas não existia o teatro cômico, nem romances.
Com o surgimento da imprensa, iniciou a democratização arte, antes só
ínfima parte da população tinha acesso à cultura. No fim do século XVII na
França, “siècle de Luiz XIV”, o Rei Sol, surgiram
os primeiros romances, combatidos como arte menor,
pelos então eruditos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário