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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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sábado, 26 de outubro de 2013

A ESPIONAGEM

Hugo Navarro da Silva


Médicos estrangeiros já estão agindo no país, amparados por lei e recebidos, como no caso dos cubanos, apoteoticamente, pela própria presidente da República. Os cubanos, cerca de quatro mil, segundo se propala, entretanto, receberão apenas cerca de sete por cento da remuneração que lhes é destinada pelo governo brasileiro. O resto vai para os cofres da ditadura castrista, que retém, sob a ameaça de cadeia, a família dos profissionais para evitar deserções e pedidos de asilo político. O governo de Cuba situa-se, desta forma, como o principal aliado político do governo brasileiro na América, depois do desaparecimento de Hugo Chaves e da invasão e tomada, pelo exército, das instalações da Petrobrás na Bolívia do presidente Morales, outro grande amigo do grupo que manda no Brasil e inimigo declarado dos Estados Unido, episódio que não teve repercussão e se encontra sepultado no desinteresse da imprensa e no  silêncio da diplomacia pátria. Só esse fato justificaria, do ponto de vista norte-americano, o episódio da espionagem cibernética, transformado em bandeira da propaganda do governo brasileiro, que chegou até a falar em atentado à soberania nacional, sem medir o tamanho do ridículo exagero a que se submetia.
Clóvis Bevilaqua ensina que soberania é o “direito que nos diz como o estado se constitui, que princípios estabelece para regular sua ação, e que direitos assegura aos indivíduos”.
A guerra espalhou-se pelo mundo e não encontra limites. A velha imagem de convocações, soldados marchando de fuzil ao ombro, custosas máquinas de batalha e destruição de cidades e parques industriais em bombardeios geralmente com enormes morticínios e sacrifícios de civis e militares mudou totalmente. Essa tétrica imagem ficou reduzida a locais estritos, com está acontecendo na guerra civil da Síria. Se antes a guerra limitava-se às questões de fronteiras geográficas, como no caso da invasão do Mato Grosso pelo ditador Francisco Solano Lopez, do Paraguai, com o progresso científico da humanidade ganhou outros e infinitos  rumos como o crescimento dos interesses econômicos, a Internet, a eletrônica, os satélites e o uso sem limites das ondas de rádio nas comunicações, que na verdade unem o mundo em uma só e complicada aldeia, em que os  motivos políticos, mas, sobretudo, os econômicos, estão permanentemente em  luta e vão permanecer assim até o final dos tempos. A ideologia, que sobreviveu aos grandes conflitos do Século XX, quando o comunismo e o nipo-nazi-fascismo ameaçaram o mundo, perdeu o sentido, embora alguns de seus métodos permaneçam em manifestações políticas da atualidade.
 O que se verifica, portanto, é que permanece atual a afirmação de Clausewitz de que guerra é a política em movimento, o que de certo modo explica a presença do estado chinês no singular primeiro leilão do distante pre-sal do petróleo brasileiro, que tento entusiasmo despertou nos meios oficiais brasileiros, quando na verdade foi um fiasco.
Ora, toda a política internacional do Brasil, nos últimos anos, tem se voltado para aplausos e apoio aos governos que hostilizam os americanos. Acolhemos e resguardamos bandidos internacionais condenados como Cesare Batisti e outros. Como estranhar que os Estados Unidos se interessem em saber o que se passa na cabeça dos políticos que mandam no Brasil?
A espionagem é crime punido até com a morte em leis e proibida em acordos internacionais, mas sempre existiu pelo menos desde San Tsu. Cresceu na Segunda Grande Guerra e foi motivo de inspiração para romancistas e cineastas para a produção de obras inesquecíveis. Quem não se lembra de Mata-Hari, a espiã romântica, fuzilada em 1917 pelos franceses por traição?
Hoje ninguém deseja impor ideologias nem tomar terras. O Brasil pode ficar tranquilo com sua Amazônia nada misteriosa. O que se deseja são mercados e matéria prima, como o petróleo.
O povo brasileiro que se cuide. 

Hugo Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida
 

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