Evandro J. Sampaio de Oliveira |
A velocidade na transformação do mundo coloca em dificuldade os educadores, estes não conseguem acompanhar as evoluções tecnológicas que afetam a educação. Já falamos sobre o acesso à informática em sala de aula sem a preparação dos educadores, para usar esta formidável ferramenta, que como soe acontecer, pode ser danosa, quando mal usada, principalmente na fase de formação do educando.
Hoje, gostaríamos de tocar de outro assunto que é o hábito da leitura. Meu pai nunca nos obrigou, filhos, a estudar no sentido de castigar, mas sempre orientou para que tivéssemos o gosto pela leitura. Tinha uma frase: “sabendo ler bem, quando motivado derruba uma biblioteca e aprende tudo que necessita”. Todos lá de casa são viciados em ler, tudo: revistas, quadrinhos, jornais, livros de qualquer estilo e ROMANCES.
A capacitação para a leitura — como dizem os pedagogos — continua diminuindo a cada geração. Mesmo com a redução do preço dos livros, a quantidade de opções, e o aumento espetacular da alfabetização no mundo, a proporção de leitores versus população é frustrante. Alguns dizem que a figura em movimento, cinema, DVD, internet, jogos interativos, roubam a motivação do jovem para a leitura. Ler romances já não é um passatempo para os jovens que estão sendo educados agora. De regra todas as artes clássicas serão eternizadas como elementos do passado sem nenhum interesse para as gerações futuras. Miss Sontag: famosa escritora, crítica de arte, tem a sinistra suspeita de que “o romance do século XIX tem muito mais possibilidades de renascer que o drama em versos, o soneto, ou a pintura de paisagens”.
Na realidade, George Steiner, crítico literário, acredita que existe uma possibilidade que “A desumanidade política do século XX e - determinados elementos da sociedade tecnológica de massa que seguiu à erosão dos valores burgueses europeus, tenham danificado a linguagem...”. Chega ao ponto de sugerir que, ao menos por enquanto, o silêncio pode ser uma virtude para o escritor - quando
· A linguagem simplesmente cessa, e o movimento do espírito não produz nenhuma manifestação externa de sua existência. O poeta cai em silêncio. Aqui a palavra não faz fronteira com o fulgor nem com a música, mas com a noite.
Gore Vidal, grande escritor americano, intui um futuro “Nossa adorável arte trivial e tão humana está num fim, se não estiver no fim. Só que não é razão para deixar de querer praticá-la, ou mesmo de lê-la. De qualquer maneira, um pouco como padres que já esqueceram o significado das orações que recitam, iremos continuar falando de livros e escrevendo livros durante muito tempo. fingindo que não estamos notando que a igreja está vazia e que os paroquianos foram para algum outro lugar, servir outros deuses, talvez em síléncío, talvez com palavras novas”.
Mas a tecnológia lança o TABLET, com a possibilidade de colocar o jovem com acesso a uma formidável biblioteca em suas mãos. Ainda é um recurso caro mas, existe projeto do Governo Fedreal para super barateamento dos Tablets, imitando o existente hoje na ìndia, onde inclusive é distribuido gratuitamente para os alunos em formação. Divulga-se que no Brasil, custará R$100,00 (cem reais), que só com o transporte do material didático que hoje custa, o projeto se pagaria.
É necessário portanto que as Escolas, Universidades, os educadores em geral comecem a produzir cursos de reciclagem para dotar os docentes da capacidade de utilização dos equipamentos tecnologicamente avançados. A antecipação do conhecimento destas ferramentas é fudamental. NÃO É BOTANDO COMPUTADOR NA SALA DE AULA QUE SE EDUCA.
Nos encontros, cursos, seminários que fizerem para reciclagem dos docentes, porque não distribuirem gratuitamente TABLET, garanto que haverá 100% de frequência e interesse, tornando-se muito mais produtivo para a educação do que a construção de uma sala de aula.
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