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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

AS NOVIDADES

A novidade não é apenas a primeira atração do amor, como afirma antigo ditado. É tudo o que se mostra diferente do antigo. Em todos os setores da vida humana, atualmente, há coisas novas, com destaque para a moda, que muda, a cada dia, atraindo consumidores de que a indústria, o comércio e a fazenda pública gulosamente fazem glamourosas estatísticas, elaborando cálculos do que vão lucrar, às vésperas das grandes festividades, como as do Natal, embora a sociedade seja levada a condenar pessoas, seduzidas pelas reluzentes vitrines que invadem todas as casas, pela televisão e pela Internet, que  se dão ao que é condenável, como a prostituição de beira de estrada, somente para poder comprar o último lançamento de fábrica de sandálias.
Gostar de novidades, buscar novidades é próprio do ser humano. Quem não deseja saber o que ocorreu ou está ocorrendo? Antigos usavam estafetas, espelhos, tambores, pombos-correio e fumaça de fogueiras, métodos que evoluíram para sinais de bandeirolas e tiros de canhão, que faziam as notícias circular e cresceram com as novidades do telégrafo e do rádio, mas, principalmente, com a invenção de Gutemberg. Os panfletos impressos precipitaram a Revolução Francesa e a Restauração portuguesa, que deu fim à monarquia dual com a queda do espanhol, D. Felipe III, e a subida, ao trono, de D. João IV, o Encoberto, que encarnou o Sebastianismo, movimento nascido do misterioso desaparecimento do rei, D. Sebastião I, na batalha de Alcácer-Quibir.
O gosto da novidade, nos dias atuais, quase torna impossível, ao homem comum, digerir o enorme volume de informações que diariamente e a cada momento lhe chegam pela televisão e pelo rádio, abrangendo o mundo inteiro, principalmente agora, quando a política partidária local assume aspectos de tsunami, na mídia, afastando até os homicídios, que continuam em escala crescente, eleitos como o único crime das leis penais (não se fala em outros delitos, como o de tentativa de morte, por exemplo, que é homicídio pela metade). E o mundo vai rodando.
Mas, as novidades sempre são benvindas. Graças a elas podemos saber, aqui, o que se passa em Bora-Bora e em Maupiti antes mesmo dos moradores daquelas ilhas durante tantos anos esquecidas. A novidade mais recente, na Europa, é a busca da Partícula de Deus, o bóson de Higgs, trabalho que pode mandar o mundo inteiro pelos ares, coisa de franceses, que depois do fiasco da 2ª. Guerra Mundial podem substituir os portugueses nas piadas de botequins.
Ninguém pode opor-se às novidades, o que seria combater o progresso da raça humana. Mas, há novidades, aquelas que dizem respeito à conduta dos cidadãos, que devem ser examinadas com cuidado antes que lhes sejam proclamados méritos e que alguém se apresse a tentar impô-las a sociedade nem sempre esclarecida.
Quando apareceu o “toque de recolher”, de logo transformado em “toque de acolher”, por incautos e desprecavidos, quem tinha algum juízo dentro da cabeça recomendou calma aos exaltados. Não era, propriamente, novidade, mas imitação de atos surgidos em comarcas do sul do país. Recentemente o Superior Tribunal de Justiça liquidou a questão, no julgamento de Habeas-Corpus impetrado pela Defensoria Pública de São Paulo, declarando ilegal Portaria de Juiz de Direito de Cajuru, que estabelecia o “toque de acolher”, porque nem é legal, nem constitucional a imposição de restrições á livre circulação de pessoas. O toque, como tudo que não presta, já está espalhado por cerca de sessenta comarcas deste belo país.
Hugo Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida

Um comentário:

  1. Emílio de Menezes,grande poeta paranaense,conhecido pelos seus sonetos mordazes. Lembro de alguns trocadilhos:
    Marido flagra esposa com amante no 8º andar Emilio comenta "uma mulher q se dispenca pelo q se disputa"; em briga de piloto de caça e um nobre, "um às e um duque, na quina da quadra por terno amoroso fazem uma sena". Minha memória pode falhar ouví quando garoto.

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Filme do Santanopolis dos anos 60