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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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terça-feira, 1 de novembro de 2011

A ESTRANHA FAXINA DO GOVERNO

A presidente da República continua na faxina que já livrou o país de seis de seus ministros, assumindo, perante o povo, o papel de defensora da moralidade do governo, com seus muitos ministérios e verbas de destino nem sempre claro, mas de origem indiscutível, o bolso da população, o que tem valido, à governante, segundo pesquisas de duvidosa veracidade, crescimento de aceitação e simpatia entre os habitantes do sul do país.
O Brasil é palco de contradições inacreditáveis desde que o almirante Cabral resolveu dirigir suas caravelas para estas bandas. Houve a revolução ou o golpe de 1964 (conforme o gosto do freguês), necessário, pedido pelo povo, mas que incidiu no erro de pretender perpetuidade, dando lugar a reação, perseguições, cadeias, combates e mortes. Vitoriosa a oposição, o país desabou nas mãos de José Sarney, que até hoje manda nos destinos da pátria. Todas as lutas, esforços, sofrimentos e possíveis crimes perpetrados pelas facções em luta de nada valeram. A população ficou calada, mas houve quem aplaudisse o generoso avanço que a largos passos beneficiava a sofrida nação brasileira, facilitando o acesso ao poder do grupo que hoje manda, fazendo tudo que condenou em governos anteriores, e muito mais, quase sem oposição, o que tem provocado sensacional corrida, à sua base de apoio, de bravas gentes de todos os matizes em busca, talvez, de bons ministérios.
 Indiscutível que a presidente, com a faxina, mandou alguns exercer suas inegáveis habilidades em outro lugar. Mas tal sucesso, que lhe teria resultado em crescimento de aceitação, conforme pesquisas de valor discutível, não lhe pode ser atribuído, porque a obra de saneamento, perigosa, num país em que a regra é a insegurança, em todos os sentidos, salvo para os que estão com as chaves do poder e dos cofres públicos, é trabalho da imprensa que ainda não perdeu a dignidade e a independência.
O grupo, que assumiu o poder com a eleição de Lula, está deixando cada vez mais claro que não se quer estabelecer como ditadura de clássico e execrado modelo e figura de ditador aparecendo como messias e pai do povo a distribuir favores, obras públicas e melhoramentos como milagres de ordem pessoal, de que a História está cheia. Articulou-se e vem sendo posto em prática, neste país, plano de poder diferente, o da ditadura de grupo, não necessariamente de partido, forma que dificilmente seria digerida pelas massas e por todos os que desejam ingressar no banquete mesmo sem convite.
Faxina já foi termo militar. Bluteau fala de “ramada em feixes que se lança nos fossos para os entulhar”. Moraes Silva, de faxinas para cegar fosso sou para queimar, se breadas. Mudou, entretanto. Assumiu, ultimamente, o sentido de limpeza, profilaxia, inocência, pureza, honestidade, transparência. Mas, ninguém vai acreditar que a presidente não sabe quem leva para o seu ministério e não conhece passado, tendências, caráter, virtudes e defeitos dos escolhidos, muitos deles provavelmente seus companheiros de lutas e articulações contra a ditadura.
A esperança está na campanha de esclarecimento que alguns abnegados estão promovendo, em favor da verdade,em órgãos isolados da imprensa e redes sociais da Internet. O que houve na BR-324, no início da semana, foi mais do que simples queima de pneus em estrada, do tipo que sempre está no noticiário. Foi algo muito mais grave e sintomático. O país está se conscientizado de que não precisa de “salvadores”, mas de governantes confiáveis.

Hugo Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida

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