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Conhecido por muitos como o “elefante branco” da cidade, e indiferente para
outros, o prédio da Usina de Algodão foi uma das grandes obras realizadas pelo
Governador Landulfo Alves em 1938.
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Fachada da antiga Usina de Algodão de Feira de Santana. Localizada na Rua Senador Quintino, em Feira de Santana, a área e as edificações da antiga usina fazem parte do patrimônio do Estado da Bahia. |
Sendo o Governador, além de alto oficial do Exército Brasileiro, notável engenheiro agrônomo de profundos conhecimentos, ao visitar Feira de Santana, descobriu o seu potencial para a lavoura seca e financiou um plantio de trezentas tarefas de algodão em São José das Itapororocas, mostrando aos feirenses a vocação do solo.
Iniciada
a lavoura, ele fez construir a Usina de Algodão. Foi o seu grande diretor o
também agrônomo Dr. Asclepíades Negrito de Barros.
Outros
distritos aderiram ao plantio de algodão e tivemos um período de muito
progresso agrícola.
Talvez
pelo seu amor à profissão de agrônomo, procurou diversificar a lavoura
comprando da Família Papagaio aquele sítio, que hoje tomou o nome de distrito
do Papagaio, e ali fez desenvolver grande plantio de coco.
Continuando
o seu objetivo, criou o Instituto do Fumo da Bahia, onde hoje está uma parte do
DERBA.
E
finalmente comprou do Dr. Arthur Froes da Motta (pai do nosso amigo José Motta)
a Fazenda Mocó, com o objetivo de melhorar as raças bovinas, o que ainda
continua, para benefício dos pequenos criadores.
Em uma excelente Live do Viva Feira, o santanopolitano e ex-reitor José Carlos Barreto Santana, discorrendo sobre o trecho onde morou na infância até adulto, ressaltou a Usina de Algodão, como apesar do grande investimento para a época, não foi de grande impacto para o feirense, pois como disse José Carlos, ouviu dos mais velhos, foi uma troca pela Faculdade de Agronomia, que se instalou na cidade de Cruz das Almas – gerando no feirense um sentimento de vice-campeão nos termos futebolísticos.
Era garoto na década de 40, esse
assunto sempre vinha a baila. Não foi uma troca e sim no máximo uma
compensação.
O governador Landulpho Alves, era agrônomo e o Prefeito de Feira de Santana, Heráclito Dias de Carvalho (Lolô) era um grande pecuarista gerando parceria, uma das melhores administrações para a Princesa do Sertão, além das obras acima citadas: Campo Experimental de Cisal, posteriormente de Citros, cerca de 70 tarefas, hoje Complexo Policial e o Aviário. Coloquemos também a grande obra do município, os Currais Modelo.
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Do jornal Folha do Norte, ed. 26/10/1938 |
Na nota ao lado vemos a avidez de como
os feirenses aguardavam o resultado da viagem do Governador Landulpho Alves ao Rio
de Janeiro, capital do Brasil. Landulpho lutou muito pela Escola de Agronomia
para Feira de Santana, mas infelizmente para nossa cidade, o prestígio da família
Passos de Cruz das Almas junto ao Governo
Federal foi fundamental.
A grande dúvida que me assaltou, já
adulto foi se o Governador Landulpho teria forças para fazer tantos benefícios à
nossa região, se não fosse como compensações.
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