Evandro J. S. Oliveira |
Em 1972 houve grande reforma no ensino do Brasil (lei 5692, Diretrizes
e Base da Educação), como sempre acontece cerca de 50% houve efetivação entre o
disposto em lei e a prática dos educadores. Já tivemos nova reforma e a não
concretização das intenções preconizadas na reforma anterior continua sem
solução. Vamos reduzir o assunto desta matéria à disciplina de COMUNICAÇÃO,
pela polemica criada com o baixo rendimento escolar, comprovado pelo ENEM, dos
candidatos aos exames de redação. Este escrito não tem a intenção de trazer
fórmulas prontas, e sim meter a colher
para os Doutos repensarem sobre o assunto.
O objetivo da 5692 foi reconhecer a base da educação na fase do
desenvolvimento da criança, unindo o antigo Cursos Primário e Ginásio em CURSO
FUNDAMENTAL. Priorizou o raciocínio em detrimento da memória. No que tange à
linguagem, transformou a disciplina Português em COMUNICAÇÃO, tendo indícios
sérios da evolução tecnológica.
Lembro de uma piada contada por
um professor, não lembro o nome, mostrando a necessidade da comunicação por
telegrama: O chefe do setor de compras de enorme importadora
do Rio de Janeiro ordenou a um estagiário do escritório que passasse um
telegrama pedindo uma remessa de Macacos, a uma firma da Inglaterra, podia ser
em português eles entendiam. O estagiário prontamente fez a redação aprendida
na escola: Nossa firma há muito tempo sendo cliente desta conceituada Empresa,
precisa urgentemente que mande uma dúzia por mês, num total de uma grosa (12 dúzias),
de macacos em perfeita condições de saúde, para podermos atender a demanda
crescente na região etc...etc.
Passado um certo tempo o chefe chamou o estagiário e comentou, você
teve dois erros fundamentais neste telegrama: primeiro os macacos não eram
animais e sim um equipamento de suspender veículo; segundo telegrama é pago por
palavra, tem que escrever só o essencial. Vou escrever um telegrama para você
remeter e aprender: Não mande mais macacos. O estagiário leu e pensou, se tem
que economizar vou cortar a palavra NÃO. Como óbvio a enxurrada de macacos,
revoltou o chefe, questionando o subalterno, como é que você retira a principal
palavra do texto que lhe dei, NÂO? Vou redigir outro para que remeta. Suspenda
envio de macacos. O estagiário, ele deve ter esquecido a palavra fundamental e
corrigiu: NÃO SUSPENDA ENVIU DE MACACOS.
Esta piada é um pequeno exemplo da comunicação, podemos citar dezenas.
Não conheço nenhuma pesquisa sobre a quantidade de comunicação entre a redação
clássica e as informatizadas SMS, WhatsApp, e-mail e tantos outros, hoje usados
pelos jovens.
Em conversa com o Santanopolitano, Hugo Navarro da Silva, falecido
recentemente, editor do Jornal Folha do Norte, o mais antigo do Estado da
Bahia, questionei sobre o impacto que as publicações impressas teriam com o
advento da informática, com sua verve respondeu: Os jornais impressos
tendem deixar de priorizar as notícias pela falta de agilidade, objetivando
matérias de comentários sobre os eventos noticiados pelas outras mídias.
Atualmente o rádio, a informática e a televisão são muito mais rápidos que a
mídia impressa. A evolução dos meios de comunicação é tão rápido que um dia vão
noticiar antes do fato acontecer... kkkk.
Não estamos pretendendo que os educadores deixem de ensinar textos e a
língua pátria correta, mas tem que encarar a modernidade, principalmente na
educação fundamental, sempre ressaltando o raciocínio.
Respeitando o raciocínio acima, estou sendo prolixo para um BLOG.
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