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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

ELEIÇÕES, SERVIÇOS E DESPESAS

Hugo Navarro da Silva

O fim das campanhas eleitorais deixa saudades e um certo vazio na economia. A luta eleitoral, por mais modesta que se mostre, movimenta inumeráveis serviços, todos a custo de bons Reais. Eleições podem ser comparadas, guardadas as necessárias conveniências e proporções, no terreno da economia, ao Carnaval e à Micareta, que nem de longe, entretanto, chegam perto do número e da diversidade de trabalhos e respectivas  despesas exigidas pela política.
Daí que a notícia de eleição de chapa única, simples exigência no caminho de posse mansa e pacífica, sem luta, esforço, sem despesas e sem movimento financeiro, cumprindo, apenas,  burocrático, chato e improdutivo dever legal,  não desperta entusiasmo e não inflama o eleitorado, em boa parte abandonado e sem ter quem lhe vá pagar anuidades, aquelas que lhe podem dar condição de voto. Não havendo luta não há interesse, não há dinheiro e o eleitorado pode cair,  drasticamente, de número. Afinal, este é o Brasil que todos conhecem.
Ciente de que eleição é eficiente meio de produzir emprego e renda, além de intensa movimentação comercial, o governo provavelmente cuidará de incluí-la, em breve, na propaganda oficial como efetiva providência   em prol do progresso do povo brasileiro, que  longe do conformismo, dá alentadas mostras de que está a caminho da reação contra o domínio dos mentirosos e dos mensalões, principalmente no nordeste, que sempre se mostrou conformado com seu abandono e sua penúria, fazendo parte de país que nunca se preocupou, de forma eficaz, com  as dificuldades nordestinas, entre as quais o terrível e cíclico fenômeno das secas.
O nordeste, apesar de ver sangradas, permanentemente, para o centro-oeste, suas rendas e o fruto do trabalho de seu povo heroico, nunca desfrutou do prestigio que merece, no seio da pátria, dizendo sempre amém aos ditames do poder central. Nunca soube,  ao menos, tirar proveito de suas desgraças, porque nunca teve voz firme e forte na defesa de seus interesses e felicidade de seu povo sofrido. Jamais se valeu das próprias fraquezas para crescer, como ocorreu nos Estados Unidos da América, que após a arrasadora Guerra de Cessação ressurgiu como país mais forte e mais unido, fato que se repetiu em dimensões incalculáveis após a “quebra” de 1929 e a guerra de 39 a 45,  em que a república norte-americana sacrificou, em benefício do mundo e da liberdade, o seu capital mais caro e mais importante, a sua juventude, mas ressurgiu, ainda lutando contra os efeitos da crise econômica que abalou o mundo, como importante potência militar e econômica, superando nações antes havidas por fortes, como a França, que a guerra liquidou quando a França fez aliança com Hitler e até judeus ajudou a levar aos campos de concentração.
No sempre conformado nordeste brasileiro, a luta contra os efeitos da seca, sempre motivo de grandes e demoradas obras, todas simples paliativos e motivos de denúncias de irregularidades, que não passaram das manchetes dos jornais, repetiu-se, recentemente, com a badalada “transposição do Rio São Francisco”, reprovada por muitos como inviável e inócua, e que até agora não passa de balela, mais uma peta dos mentirosos e tapeadores, cujos altíssimos custos, se ninguém pode calcular, não há condições de saber onde  estão parando.
Nas últimas eleições, tudo indica, o nordeste dá sinais de vida e da velha rebeldia que antes só de manifestava no cangaço.  O povo nordestino começa a reagir contra os enrolões da pátria? É o que esperamos.
Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida

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