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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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terça-feira, 17 de novembro de 2020

JOÃOZINHO TRINTA E O CAJU DE OURO

DAZIO BRASILEIRO FILHO

1º Vice Presidente do IHGFS e ex-Presidente do Clube de Campo Cajueiro - 1981.


O mais famoso baile da micareta de Feira de Santana teve seu momento de frisson com a vinda de Joãozinho Trinta (João Clemente Jorge Trinta (23/ 11/1933 -17/12/2011) para abrilhantar sua decoração. Era o ano de 1981, Joãozinho sagrava-se tricampeão dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro; estava no ápice da sua vida profissional, fama nacional, competência comprovada como carnavalesco. Era muita ousadia convidá-lo para vir até Feira de Santana decorar um clube para uma festa; mas o fizemos. Após vários telefonemas para a Escola Beija Flor (olha que naquele tempo falar ao telefone era uma dificuldade, alem de termos que contar com uma elevada dose de sorte de encontrar, no local do destino, a pessoa ao telefone, pois naquela época ainda não existia celular) fizemos o primeiro contato e, para surpresa nossa, ele se mostrou vivamente interessado, fazendo, apenas, uma exigência: que lhe fossem fornecidas as passagens de vinda e de volta. O que foi aceito prontamente.

Momento do Caju de Ouro - Joãozinho e suas
atrações (fotos do jornalista Dimas Oliveira

No dia da sua chegada chovia “a cântaros”. Desloquei-me com Alfredo Marinho Falcão até o aeroporto 2 de Julho (atual Luiz Eduardo Magalhães) e o trouxemos até aqui. Quando, na entrada da cidade, que lhe mostramos o clube, fez questão de conhecê-lo de imediato, antes mesmo de dirigir -se ao hotel. De lá, saímos para a casa de Alfredo onde Freddy Suy (o decorador de todos os bailes Caju de Ouro até aquela data) nos esperava. Após longos “papos”, chegamos a um acordo espetacular: Joãozinho idealizaria e confeccionaria a decoração para a festa e Freddy, com sua equipe a instalaria. Negócio fechado e êxito assegurado. Toda a decoração foi realizada no galpão da Beija- Flor, em Nilópolis-RJ, após o quê, seria transportada via terrestre para Feira de Santana.

Joãozinho com os feirenses: Oydema Ferreira,
Jaime Almeida e Modezil Cerqueira. (foto do
jornalista Adilson Simas)

Faltavam sete dias para a festa e a decoração não chegava, Joãozinho angustiado e nós também, afinal, depois de tanto suspense e enorme expectativa, haveria, por certo, incalculável prejuízo e não menor frustração se a decoração não chegasse a tempo. O que foi superado no domingo que antecedia ao sábado do início da festa com uma ligação telefónica, às 20h, da empresa transportadora informando da chegada do material. Que alívio! Naquela mesma noite começamos a transportar a decoração para o clube. Nos seis dias seguintes foi só “corre-corre” e, como que para aumentar a angústia, o plástico adquirido em uma indústria cm Salvador não fora suficiente para concluir os trabalhos decorativos, exigindo, por isso mesmo, uma nova encomenda e novas tratativas com a indústria fornecedora que, depois de muito custo, acedeu em produzir durante a noite e entregar na manhã seguinte, o que impôs um meu deslocamento para a capital do estado para recepcionar o material.

Clube pronto para receber Joãozinho e suas
atrações (foto do arquiteto Arcênio Oliveira)

Joãozinho voltaria no ano seguinte, trazendo três ônibus com o pessoal da Beija-flor (fantasias, passistas, parte da bateria). Foi outro grande espetáculo. Ele ainda esteve outra vez na Micareta a convite da Prefeitura.

Revista IHGFS – Feira de Santana -  Nº 16

 









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