Evandro J.S. Oliveira |
Estava no
segundo ano como Diretor Geral do Colégio Santanópolis. A sala da diretoria
constava com uma carteira central onde eu ficava, duas cadeiras em frente do
diretor, para atendimento, um grande sofá ao lado esquerdo de quem entrava, havia
mais uma poltrona ao fundo. Era época de matrícula, muita gente para
atendimento extra, pedidos de bolsas de estudo, de parcelamento de débito, de
transferência. A sala ficava lotada, como é óbvio havia ordem de chegada.
De repente chega
uma senhora, cheia de joias – não sou entendido, mas me parece com algumas
fantasias – entrou abruptamente, encostou-se na escrivania, falando alto, “o
senhor é o diretor? “ Confirmei e sem dar tempo foi dizendo o problema: “meu
filho passou no concurso da Petrobras, e agora estão exigindo o diploma do
curso ginasial, me disseram que se fosse a um ginásio compraria este documento.
Quero saber quanto custa."
Tomei um
susto, mas analisando a proponente, achei que era uma pessoa ignorante, nova rica, usada por alguém, por maldade
ou pelo mesmo nível. Apanhei a máquina de somar e comecei a fazer os cálculos,
quando terminei disse o valor que ela deveria pagar. Ela perguntou, quando o
documento estaria pronto? Respondi: “Daqui a quatro anos, se ele não for reprovado nenhum ano letivo".
Acho hoje que ela teve uma premunição do que
seria a corrupção para os dias atuais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário