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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quinta-feira, 5 de março de 2015

CRISES HÍDRICAS DO BRASIL

Carlos Pereira Novaes

O município da cidade de São Paulo tem 1600 Km2 e tem uma população de 20.000.000 de habitantes. Como cada pessoa consume cerca de 250 l/dia, em média, ou 0,25 m3/dia/hab, chegaríamos à conclusão que o consumo médio anual CMA desta cidade seria:

CMA= 20.000.000 hab. 0,25 m3/dia/hab. 365 d = 1.825.000.000 m3  

Por outro lado, no município de São Paulo, precipita, em média, cerca de 1300 mm de chuva numa área de 1600 km2. Portanto, chegaríamos à conclusão que, no município, precipita em média um volume precipitável anual médio VP de

VP = 1300 mm. 1600 km2 = 1,3 m. 1600.106 m2 =2.080.000.000 m3

            Ou seja, neste município, em média, temos mais água precipitada que o seu consumo, água que cai do céu, de graça, limpa, que precisa de, no máximo, de uma cloração, de uma filtração e a edição de alguns produtos, como sais minerais e a sua re-aeração, pois a água da chuva tem lá as suas peculiaridades, mas é água e boa.
            Eu pergunto: tem crise hídrica em São Paulo ou é outro tipo de crise? Crise de cultura, de hábitos, administrativa, sei lá. Ponham o nome que quiserem, mas hídrica?
            Por que no Brasil a água que cai, de graça, nas cidades são tão desprezadas? Bem, as pessoas podem dizer que não bebem desta água. Tudo bem, mas ela serve para um uma gama enorme de usos. Quem pode, bebe água mineral. Ele pode.
            As pessoas que vêem a água da chuva das enxurradas das ruas pensam que a água da chuva é suja. Não. Não é. Nas ruas, se tornam sujas por que se misturam com os sedimentos e ficam lamacentas, sujas, mas quando caem, são límpidas.
            Nos reservatórios ou cisternas, geralmente enterradas, elas se tornam também límpidas devido à decantação, que é um processo natural, de graça, de forma que o seu aproveitamento, mesmo com a sujeira dos telhados e outras áreas, que não deve ter árvores nas cercanias, por que senão as folhas sujam e colorem a água da chuva, se tiver uma pequena peneira para a pré-limpeza e outros pequenos detalhes, como a filtração lenta, a água fica muito boa para consumo.
Eu tenho amigos que captam a água da chuva em suas chácaras em Feira de Santana e cercanias e mesmo sem tratamento, eu disse, nenhum, tem uma água que parece até mineral, limpa, muito gostosa, para seus usos. Muito boa.      
            Mas, no entanto, eu não vejo as nossas autoridades falarem nada sobre isto, ninguém falar neste assunto e ao invés disto, ficarem falando em água de reuso, cujo processo de potabilização é mais complexo. Está certo se estudar estes processos, mas desprezar uma água da chuva que cai de graça é falta de bom senso.
            Segundo, a água da chuva, as dos temporais, quando captadas, diminuiriam as enchentes, tão freqüentes em São Paulo, ou seja, seriam uma forma alternativa de se combater a crise hídrica e as enchentes, concomitantemente.
            Terceiro, a água tende a se tornar cara e este processo diminui as despesas.
            Ela é uma panacéia para todos os males? Não, mas pode ser para o seu.
            Um outro detalhe é que estes sistemas precisam ser bem dimensionados e o quem quiser obtê-los, deve procurar um profissional e não sair por ai comprando os reservatórios e outros equipamentos de qualquer maneira.  

            Eu tenho a impressão que futuramente irão aparecer gente mais especializada neste tipo de captação, barata e de fácil manejo.

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