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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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terça-feira, 9 de agosto de 2011

GENERALISTA OU ESPECIALISTA

PARA PENSARMOS EM EDUCAÇÃO, SEGUE TEXTO INTERESSANTE.
A pretensão à universalidade do saber jamais haveria de abandonar inteiramente o homem. Contudo, o próprio desenvolvimento dos conhecimentos passou a representar um obstáculo crescente àquela pretensão. A Filosofia, que reunia o saber humano e lhe dava organicidade, viu dela lentamente se afastarem as ciências, cuja especificidade selou a distinção entre os diversos ramos do conhecimento. O que se perdeu em visão global da realidade foi compensado pela maior penetração em cada tipo de ser, objeto das ciências particulares. A multiplicidade de conhecimentos foi gerando pari passu uma de domínios do saber configurados em ciências bem delimitadas, concorrendo para inviabilizar a cultura universal, tão encontradiça entre os antigos. Mais e mais se foram adensando as nuvens no horizonte do saber, contribuindo para a formação especializada, mas dificultando, quando não impedindo ao homem, aquela perspectiva quase ilimitada da antiga visão do real, que caracterizou de maneira eloqüente, por exemplo, a filosofia grega.
Mesmo mais tarde, durante a Renascença, os grandes humanistas se jactavam de conhecer todos os meandros do ser. Pico della Mirandola dizia saber de omni re scibili. Isto é, tudo o que era possível saber-se à época se incorporara à sua cultura pessoal. Adiante, os Mestres do pensamento moderno, como Descartes, Leibniz e Kant, para citar apenas alguns exemplos, ofereceram à consideração dos seus coetâneos o quadro amplo de seu saber, versando com igual proficiência a Matemática, a Física, a Astronomia, o Direito, a Metafísica e assim por diante.
Contrastando com tão eloqüente universalidade do saber, hoje nos defrontamos com um horizonte bem mais restrito, que continuamente convida a uma rígida delimitação do campo do conhecimento, provocando uma formação cada vez mais compartimentada, que ameaça toldar os passos do homem em direção à verdade, pois esta lhe é apresentada de maneira tão fragmentada, que não o conduz à estruturação de uma filosofia de vida. A conseqüência é que a inteligência acaba por se habituar à atrofia a que a condenam as opções profissionais, com todo o cortejo de deformações próprias da especialização excessiva.
Quando nos preocupamos com a onda de violência e de contestação atordoa as consciências e angustia os corações, seguramente podemos lobrigar nesta demasiada tendência a fugir deliberadamente de qualquer compromisso com o saber universal uma de suas causas
. Receamos que essa curva descendente, no que concerne à amplitude do saber, não venha a atingir o paroxismo pelo qual dia chegará em que o especialista saberá tudo sobre nada, tão exígua será então a sua faixa setorial de conhecimento.
(Tarciso Padilha)

LIONE JOSPIN -1º MINISTRO DA FRANÇA, no fim do século vinte formou uma comissão de notáveis franceses, no sentido de estudar a educação no século XXI.  Grande questão foi generalista ou especialista.

Voltaremos a falar sobre o resultado deste documento.

Por enquanto só para intuir:
EXEMPLO DO GENERALISTA: O PATO, voa mal, anda mal e nada mal, mas faz tudo.
O ESPECIALISTA, é alguém que cada vez mais sabe a respeito de cada vez menos. (Tarciso Padilha)

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