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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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segunda-feira, 19 de abril de 2021

DA SÉRIE MARTINIANO E FILHOS - MIRINHO

    Martiniano recebe convite de formatura da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA), remetente Maria Lúcia Sampaio de Oliveira, minha irmã. Martiniano feliz, pois as famílias eram muito unidas, os Carneiro e os Oliveira, tanto meu pai Áureo Filho quanto Martiniano, éramos vizinhos da Marechal, principalmente eu, fui amigo de todos, inclusive compadre de Wilson (Issinho), perdurando por toda a vida deles.

         Voltemos ao convite. Martiniano e D. Semíramis (D. Semi), parabenizaram meus pais e logicamente Lúcia a formanda, tudo dentro dos sinceros conformes.

         Martiniano mais tarde lembrou que seu filho Mirinho deveria estar também se formando, fez vestibular junto com Lúcia, no mesmo ano. À noite perguntou a D. Semi, se Mirinho também não ia se formar e porque não ia participar da formatura, ela respondeu que não sabia, vamos esperar por ele que vem no final de semana para casa, Mirinho estava “estudando” em Salvador. D. Semi, estava desconfiada que o problema era sério, mãe intui catástrofe na família.

         Catástrofe era a terminologia adequada, quando Martiniano ficava bravo, contrariado ficava furioso, era um pai estremoso, mas os meninos não eram fáceis, principalmente Tonton.

Vamos fazer um hiato para exemplificar como era esta ira de Martiniano. Certa vez em uma segunda-feira, a Marechal era um dos centros da enorme feira, um mundo de gente em volta do buraco escavado para colocar um tanque de combustível de uma bomba de gasolina que Martiniano estava instalando, Tonton e Mirinho estavam em luta corporal. Depois de acabar com a briga e tocar os “galos de briga” para dentro de casa, passou a responsabilizar D. Semi, pela educação dos filhos, de forma teatral, discursando alto, os passantes ouvindo aquela peroração, paravam na porta da loja. Quando D. Semi, com aquela paciência que só os sábios chineses tem, foi até a porta e disse “gente eu não traí Tino (como ela chamava Martiniano), é só sobre a educação dos filhos”, o povo envergonhado dispersou e Martiniano caiu em si, e depressa foi para o fundo da loja, ela sabia lidar com o marido.

         Mas voltemos a catástrofe que se avizinhava. Mirinho nunca passou no vestibular, não que faltasse capacidade, mas seu foco era futebol, fez três vestibulares, filava os cursinhos, e quando assistia às aulas ficava desenhando, fazia isto muito bem, outra das suas qualidades que foram importantes na sua futura tipografia junto a seu irmão Waltinho.

         D. Semi, para evitar um problema maior, deportou Mirinho para o Rio de Janeiro, indo morar com o irmão Etinho.

         Martiniano levou um tempo resmungando com todos os traidores da sua autoridade. Quando recebeu o “Jornal dos Sports” Rio de Janeiro, comentando jogo do Flamengo x São Cristóvão na Gávea, o texto ressalvava “uma promessa do São Cristóvão, o meia Mirinho”. Em seguida o repórter do mesmo jornal noticia o convite do Flamengo para treinar no rubro-negro.

         Flamenguista doente (pleonasmo kkk), Martiniano, não só perdoou, como ligou incentivando a possível nova carreira, entusiasmado, mostrava o jornal a todo mundo[1].

 

        



[1] A carreira futebolista de Mirinho não decolou. O que diziam era que ele tinha um problema no joelho. Tem alguma verdade, pois apesar de sempre ser um excelente jogador de Futebol de Salão de Feira de Santana, inclusive da seleção, sempre tinha problemas com o joelho. 

 

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