Símbolos do Santanópolis

FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quarta-feira, 17 de março de 2021

ZEBRA NO BASQUETE

Na coluna esportes, a nota com o contorno em vermelho é o assunto abaixo.

    Folheando o arquivo dos jornais, da série periódicos feirenses: Santanópolis (1954 a 1955): O CORUJA (1955 A 1957), um excelente trabalho organizado pelo santanopolitano Carlos Alberto Almeida Mello, produzido pela "Fundação Senhor dos Passos", Procurando notas esportivas para meu “banco de dados”, deparei com a nota acima rememorando caso interessante fazendo o relato: “o Coruja” edição de 9 de junho de 1957.

    O Colégio Santanópolis sempre participou dos eventos artístico e esportivos, desde a sua fundação 1934. Mesmo em alguns casos, como este evento, o campeonato de basquete de Feira de Santana, em que o time do Santanópolis era fraco, participando só com alunos. Jovens sem nenhuma experiência, em um campeonato de seis times, sua melhor classificação foi quarto lugar.

          Interessante é uma figura que vou descrever, que faz parte da noite da “zebra” no basquete, meu amigo Juvenaldo Ferreira Pinto, Vinú.

          Vinú era jogador inveterado, só não era profissional, empresário de transporte público, representante comercial... Mas qualidade para viver de jogo ele tinha. Como jogador era muito bom, seja no carteado, no sinuca, no palitinho... qualquer jogo. Como todo jogador era exímio apostador, apostava em tudo, até “cuspe a distância” dito de então.

          O bom apostador tem que estar a par do noticiário, esportivo, político... e amigo dos terceiros e quartos indivíduos que tem relação com os participantes. É clássico os apostadores de Turfe – corrida de cavalos – ficam sondando os empregados que trabalham no hipódromo, a cata de informação sobre os cavalos que fazem parte do páreo do fim de semana, atrás de uma barbada, cavalo não cotado para ganhar, mas tem chances. Como não é favorito paga o prêmio muito maior.

          Voltemos a Vinú. Ele sempre me procurava, para saber as novidades dos times do Santanópolis, qual o partido que deveria receber para apostar. Neste dia do jogo, eu disse comece tomando 15 pontos de partido, e no final aposte no meu time sem partido nenhum. Tá maluco quer quebrar seu amigo? Você não confia em mim, nunca lhe dei palpite maluco... O Tênis campeão do último torneio, o Santanópolis o penúltimo, era coisa de maluco mesmo. Mas Vinú me conhecia, sabia que eu tinha motivo para lhe dar uma barbada.

          Porque minha segurança: estávamos fazendo um “baba”, na quadra do Santanópolis, em um feriado, sem ninguém no colégio. Éramos nove, quando apareceu um cara alto, dizendo: “posso entrar no jogo para completar dez”, claro respondemos. Nem calção ele tinha, logo de saída ganhou o “bola ao alto” de Pavão, o maior jogador em quadra até então, devolveram, para ele que sem titubear de longe arremessou, cesta, nem aro deu. A primeira coisa que me chamou a atenção foi o arremesso com as duas mãos pulando, a bola acima da cabeça. Só tinha visto nos jogos dos americanos que eu passava em filme super oito, que o colégio recebia do Consulado dos EUA, em Salvador.

          Terminado o jogo, fomo comemorar no PRB, bar defronte do FTC, local costumeiro da cervejada pós vitória.

          Quem ainda não prestou a atenção à nota acima, retorne veja o resultado e os pontos de DOLINHA, o altão que completou os dez do “baba”.

           Dolinha foi contratado pelo Fluminense de Feira, como zagueiro, Beto parece que deu uma bolsa de estudos do Colégio Santanópolis.

          Em tempo a despesa da comemoração foi paga com satisfação por Vinú.  


 

Seleção do FTC representando Feira de Santana, fins da década de 50.
Da esquerda para direita - em pé: Isaac; Salomão; DOLINHA já na seleção
de Feira; Dilermando; Periperi; Evandro - Técnico.
Agachados: Tonhão; Pinto; Itamar; Oyama; Raimundo.

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Filme do Santanopolis dos anos 60