Foi na Conferência de Feira de Santana, proferida por Rui Barbosa, depois de ser candidato a presidente da República e perder, quando fez um périplo pela Bahia apoiando o candidato para governador do Estado Paulo Martins Fortes, em 25 de dezembro de 1919, que ele criou o epíteto de Princesa do Sertão para a cidade.
Logo no início de sua fala, Rui falou: "Se houvesse de dar um nome a esta série de excursões, que, muito a pesar meu, vai acabar, e já quase por momentos, chamar-lhe-ia eu 'a minha viagem ao coração da Bahia'; pois é o coração da terra flagelada o de que, com meus companheiros, viemos todos à busca, nesta romagem pelos sertões e pelo recôncavo, de Vila Nova da Rainha à Feira de Santana, da antiga corte sertaneja à bela Princesa do Sertão".
Sobre a recepção que teve na cidade, Rui Barbosa disse na conferência: "... Realmente extraordinário quadro esse de anteontem, quando, ao cair da tarde, mas talvez ainda mais para o dia que sobre a noite, debaixo da abóbada celeste inteiramente azulada, na planura imensa dos gerais que a cercam, estendendo-se a perder de vista, através de uma atmosfera onde se advinhava o crepúsculo, que vinha esbatendo-se entre os primeiros vapores vespertinos, a cidade das graças do sertão emergia como que suspensa num sonho de riso, contentamento e harmoniosa ebriedade".
Disse mais, poeticamente, Rui Babosa sobre Feira de Santana: "Diríeis que um caricioso impulso do chão a levitava suavemente para o ar, que uma atração misteriosa do espaço a chamava sutilmente para o céu, e que, liberando-se, transportada, no ambiente, miragem de eflúvios da tarde, abrolhada em pétalas de beleza como a corola grandiflora de uma árvore do firmamento voltada para a terra, a donairosa capital sertaneja vogava numa evocação de luz, magnificência e energia vitoriosa".
Fonte: Blog Demais 24/10/2016
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