Ismael S. Bastos |
Dias de Chuva!
Como nada é perfeito
Eu vou apontar um defeito
Confesso que meio sem jeito
Algo que não abala seu conceito
Sempre impecavelmente fardados
Em dias de chuva íamos todos equipados
Nos pés por sobre os sapatos, usávamos galocha
Recordo-me vestido em uma capa caqui, todo prosa
Quando muito chovia, o pátio alagava
Nas poças cheias navio de papel navegava
Não raras vezes um descuidado escorregava
Caiado naquela suja água, e todo se enlameava
Certo dia dois nossos colegas se desentenderam
Foram às vias de fato; sujos como caranguejo ficaram
Não eram comuns as contendas coisa rara de acontecer
Deve ter sido por alguma garota, ou do outro quis desfazer
Passados muitos anos eu perguntei a um dos dois brigões
O motivo virou as costas e disse: não me meto em confusões
Entendi rapidamente que aquele fato o marcou profundamente
Como eu, muitos de vocês devem ter disso recordado
perfeitamente!
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