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FOTO OFICIAL DO ENCONTRO

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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O ACASO E O FUTURO DA PÁTRIA

Hugo Navarro Silva
Acaso nem sempre tem o sentido romântico do célebre samba de Lupicínio Rodrigues, “Se acaso você chegasse”, gravado por Cyro Monteiro em 1939.  A palavra também é usada significando fortuna. Entre os antigos fazia-se distinção. A palavra acaso era usada para o que decorria da conduta de irracionais, crianças e loucos. Fortuna, para fatos envolvendo seres racionais, mas sempre houve pessoas dispostas a jurar que nada ocorre sem o conhecimento, logo, com o consentimento de Deus, ou de acordo com a harmonia do Universo, o que derruba apossibilidade do caso fortuito  e a teoria da imprevisão.Na opinião de Machado de Assis,“o acaso é um deus e um diabo ao mesmo tempo”.
Acaso também significa sorte, destino, ventura. Sortes eram papelotes distribuídos com quadrinhas nas antigas festas de São João, quando as comemorações se limitavam ao âmbito doméstico. Hoje, são grandes show sem praça pública  estipendiados pelas prefeituras. Há notícia de denuncia feita ao Santo Ofício, em 1594, por Gaspar Rodrigues, residente no engenho de Fernão Soares, em Santo Amaro, Pernambuco, contra Jorge Fernandes, que possuía livro de sortes, coleção de escritos encadernados na qual, por meio do lançamento de dados, chegava-se a determinada página e a vaticínios.  Não sabemos se o denunciado sofreu a pena da fogueira. Sortes, espécie de adivinhação, já havia na antiguidade, por meio de dados cujas faces tinham números ou palavras que conduziam a tabelas com explicações.
Sobre sorte contam que Bernard Shaw, famoso no mundo inteiro e grande gozador, disse a um ciclista que o atropelou sem grandes consequências: “Você teve má sorte. Poderia levar seu nome à posteridade”, e que Napoleão Bonaparte, na campanha do Egito, conseguiu furar intenso bloqueio da esquadra inglesa e fazer seus navios chegar a Alexandria. Ao saber do sucesso o almirante Nelson, comandante das forças inglesas, teria exclamado, furioso: “O endemoniado tem a sorte do demônio”.
Na Mitologia grega a sorte de deuses e homens era determinado pelas Moiras, na poesia descritas como terríveis fiandeiras, solteiras, soturnas, temidas, de dentes e unhas enormes, que limitavam a vida humana e viviam a tecer a boa ou a má sorte de todos, criando privilegiados ou infelizes. Nas artes plásticas geralmente são mostradas como belas mulheres.  Nascidas do Caos, filhas da Noite, em Roma receberam o nome de Parcas, mas continuaram a dominar a roda da Fortuna, limitando o poder dos deuses, inclusive o de Júpiter. As Moiras, entretanto, tinham que dividir poderes com o Destino, filho do Caos e da Noite, divindade que teria gerado a si própria. Seria, portanto, anterior ao próprio Caos. O Destino é cego. Seus decretos ficam gravados em bronze e suas decisões nunca são anuladas.
 O Destino exerceu profunda influência sobre a tragédia grega, principalmente em Sófocles, com “Édipo Rei”, personagem que mata o pai e se casa com a mãe, ignorando a identidade dos dois. Provoca o suicídio da mãe e ao saber da verdade arranca os próprios olhos.

O Acaso, o Destino, a Sorte, as Parcas, em longa e complicada elaboração resolveram dar,  aos eleitores de Marina Silva,  papel de enorme  e decisiva importância no futuro  do povo brasileiro, mais uma vez colocado em situação periclitante, para o que foi necessário fazer surgir das brenhas do Acre a figura de Marina cujo eleitorado independente e esclarecido poderá ajudar a livrar o país do atoleiro a que foi conduzido dando ao povo governantes capazes de fazer as reformas necessárias para a Nação reconquistar, dignidade, auto estima  e o respeito da comunidade internacional.
Hugo Navarro da Silva - Santanopolitano, foi aluno e professor do Colégio Santanópolis. Advogado, jornalista escreve para o "Jornal Folha do Norte". Gentilmente, a nosso pedido, envia semanalmente a matéria produzida

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